15/07/2007

Acordo cívico de cavalheiros em Lisboa - precisa-se...

Amanhã é outro dia

Rui Valada (RV) publica hoje no ‘Público / Local’ uma interessante nota sobre Lisboa no pós-eleições. Basicamente, RV defende a cidadania e apela à participação para evitar atropelos à Cidade. Em vários domínios. O mais importante deles, o urbanismo. As preocupações de RV, que sabe do que fala, manifestadas em público num dia como hoje, são sintomáticas. Ninguém pode, pois, estar descansado. Eu não estou. Acho, sim, que todos devem estar vigilantes. Cidadãos de corpo inteiro, isso sim.

Três notas sobre três questões que RV levanta e ainda uma nota final para remate:

1
O Pano Director. São reais s perigos de «adaptação» do PDM, como se tem visto. Mas para obviar essa barafunda, nada como acabar com as famigeradas «alterações simplificadas», feitas sempre mais ou menos à medida do fato do interessado. Uma boa revisão do PDM – eis o que é urgente. Coisa que esteve simplesmente parada estes seis anos, como RV muito bem sabe.

2
O ambiente. Deitaram-se fora nestes anos as regras de sustentabilidade que vinham sendo implementadas gradualmente por toda a Cidade. Delas, ficou só aquela parte mais troglodita: cortar árvores velhas. Mas não se repõem. Mas não se renovam. Mas não se ampliam os espaços verdes equipados para cabal utilização pelos cidadãos.

3
A participação. Os cidadãos, diz RV, devem participar. E querem, digo eu. Aqui no Fórum Cidadania há muitos exemplos. Dou um: há tempos, perante os perigos que o Rock in Rio e o Creamfields apontavam para o Parque da Bela Vista, criámos o Observatório do Parque da Bela Vista e construímos um blog para esse efeito. Os resultados foram surpreendentes. Este é apenas um caso. Mas a Cidade está cheia deles. Na prática, o que é preciso garantir, a partir de hoje, é que as coisas mudam para mehor também aí, em sede de participação.

4
Termino com uma nota sobre o início do texto de RV, onde ele diz que «seja qual for o resultado da eleição de hoje, uma coisa parece assegurada: haverá jardins mais limpos…». Não tenho tanta certeza nem tão cega, Rui. Já vi serem furadas de imediato outras bem mais sérias promessas eleitorais – e logo no «day after», praticamente, a menor das quais não foi de certeza a promessa de Sócrates de não aumentar impostos. Portanto, acho que amanhã começa outra guerra: contra o laxismo, pelo cumprimento das promessas, por Lisboa. Numa espécie de «acordo cívico de cavalheiros».

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