10/07/2007

Júdice convidado pelo Governo para gerir frente ribeirinha

In Diário de Notícias (10/7/2007)
JOÃO PEDRO HENRIQUES e FILIPE MORAIS

«José Miguel Júdice, mandatário da candidatura de António Costa (PS) à Câmara de Lisboa, tem em cima de mesa um convite de José Sócrates para coordenar a reabilitação da frente Tejo da cidade.

O convite foi feito há cerca de quatro meses, e o ex-bastonário da Ordem dos Advogados mostrou-se disponível para o aceitar. A nomeação só não avançou porque entretanto a Câmara de Lisboa - um dos parceiros neste projecto - foi dissolvida.

"É um desafio que eu gosto, sinto que é daquelas coisas em que posso dar o melhor de mim próprio", disse o advogado ao DN. José Miguel Júdice - um dos advogados mais poderosos do país dada a dimensão económica do seu escritório (A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins, Júdice e Associados) - garantiu ainda que, em aceitando o cargo, o desempenhará de forma gratuita.

O projecto governamental equivale a uma nova Expo'98 na frente ocidental do Tejo. Incidirá sobre três zonas muito específicas: docapesca de Pedrouços (que já toca num pouco do concelho de Oeiras); zona de Belém; e reabilitação da frente ribeirinha do eixo Cais do Sodré-Santos. Envolverá como parceiros, inevitavelmente, a Câmara de Lisboa, a de Oeiras e ainda a Administração do Porto de Lisboa (APL). Este é o parceiro com quem há mais dificuldades em lidar visto a sua enorme autonomia de gestão em toda a frente ribeirinha.
(...)»

Sobre a personalidade, nada a opôr, e sobre o convite, também não. Mas que o "modelo Expo" seja algo a seguir deixa-me com urticária: o resultado foi urbanização, caos urbanístico, gueto. A ver vamos...

3 comentários:

  1. Nada a opor???

    Não sei se alguém conhece Coimbra e a Quinta das Lágrimas, monumento nacional propriedade deste senhor, que destruiu dezenas de árvores para pôr um campo de ténis com a respectiva rede à frente do palácio. É das coisas mais deprimentes que já vi, sobretudo conhecendo as crónicas altivas do JMJ e a vassalagem que se faz a esse vândalo. Se não conhecesse isto até ia na onda. Esse tipo é um vândalo, repito. Escreve bem, é verdade.

    ResponderEliminar
  2. E modelo Expo??? Não tem nada a ver, caríssimos. A Expo, por muito avacalhado que tenha sido o plano, inicidia sobre uma faixa de terreno muito mais vasta. Apesar de tudo a beira-rio ficou livre. Aqui estamos a falar de uma faixa com umas dezenas de metros, o que nos resta de rio. Não há lugar sequer para «caos urbanístico», apenas para uns hoteizitos, uns courtzitos de ténis, uns centros comerciais para usufruto da APL, que não tem *nada* que se meter em negócios que não lhe dizem respeito -- que gira o porto, que é o que compete, e não se meta no imobiliário. Isto é completamente escandaloso.
    Nisto concordo com o José Sá Fenandes: na zona a cargo da APL não deve haver construção, nada, ponto final. Quanto muito aproveitamento dos armazéns para fins lúdicos/culturais/desportivos.
    A sério: vão a Coimbra ver a Quinta das Lágrimas. E depois pensem o que é ter o proprietário daquilo a gerir a frente ribeirinha de Lisboa. Aí perceberão como o JMJ é um excelente advogado, com uma lábia incrível. Mais umas destas e não voto em ninguém -- melhor, emigro de vez de Lisboa.

    ResponderEliminar
  3. Pedro, bom dia!
    Só agora te leio. Sê bem-regressado, homem!

    Olha, vi em fotos a "nova" Quinta das Lágrimas, uma piroseira pegada, sim ... aliás, ao tempo um projecto acarinhado publicamente por Mário Soares ... dito na altura, como a única maneira de "salvar" do abandono a Quinta. Isso das árvores desconhecia, é grave.

    Sobre a APL estamos totalmente de acordo.

    Emigrar? Olha, penso nisso todos os dias ... só que há demasiado anos;-)

    Abraço

    ResponderEliminar