09/07/2007

José Sócrates afasta hipótese Portela+1

In Diário de Notícias (9/7/2007)

«O primeiro-ministro, José Sócrates, limitou ontem a decisão do Governo sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa às conclusões do estudo comparativo, encomendado pelo Governo, sobre a Ota e Alcochete. Declarações que deixam de fora a hipótese Portela+1 - o líder do Executivo voltou, aliás, a frisar que a manutenção do actual aeroporto é "inviável".

Referindo-se à análise comparativa entre a Ota e Alcochete pedida pelo Governo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Sócrates afirmou que "depois deste estudo haverá pressões para mais". "O que é importante é que nós façamos estudos sobre aquilo que existe, sobre estudos que existem e que são credíveis, não podemos apenas mandar fazer estudos porque alguém dá declarações a jornais", acrescentou o primeiro-ministro. Que foi ainda mais taxativo quanto à possibilidade da manutenção em funcionamento da Portela. "Do nosso ponto de vista sim [é inviável], nós já estudámos isso", sustentou Sócrates, que falava à margem da inauguração da nova Ponte da Lezíria, sobre o rio Tejo.

Declarações que deixam de fora uma hipótese que tem vindo a ser defendida sobretudo pelo CDS/PP - a manutenção da Portela e a construção de um segundo aeroporto, de pequena ou média dimensão, que serviria as companhias de baixo preço.

Presente na inauguração da nova ponte entre o Carregado e Benavente, o primeiro-ministro sublinhou também que a localização do novo aeroporto não é um assunto fechado. "O Estado está agora a fazer um estudo de comparação entre duas localizações, esse estudo é sério, esse estudo não é para provar que a Ota é melhor, é para provar qual é a melhor localização para o aeroporto", disse o primeiro-ministro.

Questionado sobre a "impaciência" das população quanto às as restrições no concelho de Alenquer, para a salvaguarda de espaço para a construção do aeroporto na Ota, o líder do Executivo disse perceber, mas pediu compreensão - "Eu percebo e compreendo essa impaciência e têm razão, mas não tenho outra alternativa que não seja pedir mais um pouco de paciência."

"Acho que aquilo que os portugueses esperam do Governo é que estude essa possibilidade, compare as duas localizações, escolha uma e prossiga" o projecto de construção do novo aeroporto de Lisboa, reiterou Sócrates. Voltando a invocar um argumento já usado para sustentar a opção do Executivo pela Ota: "O tempo funciona contra o País" porque "paga um preço pelo adiamento" da nova infraestrutura.

(...)»

Como se vê, o não à OTA é meramente um compasso de espera em pró-forma, e isso é grave.

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