O PS e a APL na campanha de Lisboa

Vale mais tarde do que nunca

Nesta campanha, tenho apanhado surpresas do diabo. E nem todas agradáveis. Desta vez, quero registar, para memória futura, uma coisa muito intressante. Não exactamente uma novidade. Mas algo que surpreende.

Tem a ver com a super-potência que é a Administração do Porto de Lisboa.

A notícia da acção de campanha do PS diz assim: "PS quer bloquear construção da Administração do PortoO candidato do PS a presidente da Câmara insurgiu-se hoje contra os projectos da Administração do Porto de Lisboa de construir centros de congressos e comercial, dizendo que esta entidade não pode comportar-se como autarquia «sombra». «O Porto de Lisboa não pode ser uma Câmara Municipal sombra e tem de ser posto no seu devido lugar»" (in DD).
«PS quer bloquear» - eis algo que não faz sentido, sabido como é que a APL responde perante o Governo e que o Governo é PS com maioria absoluta. «O candidato do PS insurgiu-se contra» a APL - eis algo verdadeiramente estranho.
É neste ponto que digo: tanto ano na política, tanto tempo no Governo. A APL é um Estado dentro do Estado. É uma câmara «dentro» da Câmara. e iso acontece há muito tempo, como toda a gente sabe. Só ter visto isso agora não é um elogio. Mas é uma constatação. E mais vale tarde do que nunca. Daqui por uns meses falaremos sobre isto, não tenho dúvidas: ele é o terminal, ele é a sede da AESM, ele são os planos urbanísticos para grandes extensões...

A seu tempo, tempo virá.

Registemos, pois.