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A criminalidade nos transportes públicos (TP) da área da Grande Lisboa parece ter estabilizado, mantendo-se os números de ocorrências registados nos últimos cinco anos, declaram ao DN os principais operadores. Consideram que tem aumentado a tendência para a prática de mais furtos e roubos - devido ao agravamento dos problemas sociais em geral, como o desemprego e o aumento do custo de vida, - e o número de ocorrências só não terá crescido devido ao investimento que têm feito na contratação de empresas de segurança privada.
Na zona de Lisboa, a situação mais crítica continua a verificar-se na linha ferroviária de Sintra, utilizada diariamente por cerca de 210 mil pessoas. No entanto, fonte da CP salienta ao DN que "em 2006 registaram-se menos 25% de ocorrências do que no ano anterior, no que se refere a furtos, roubos e agressões".
Embora não especifique quantos casos se registaram no eixo Sintra-Lisboa, a mesma fonte adianta que, "em média, há três situações destas por dia nas quatro linhas da CP/Lisboa".
"A maioria das estações e dos comboios já tem videovigilância e a CP contratou mais seguranças, o que terá contribuído para travar o aumento das ocorrências", salienta a mesma fonte.
Na linha de Sintra, "os períodos mais críticos são à noite, principalmente à sexta-feira e sábado, quando viajam nos comboios grandes grupos de jovens que vão para bares e discotecas", contou ao DN um agente da PSP que patrulha os comboios. Adiantou que "o número de furtos e assaltos aumenta entre o final e o início de cada mês, pois é quando as pessoas recebem os salários e há mais para roubar".
Por seu turno, Rui Ramos, porta-voz da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, denuncia ao DN que "falta polícia ferroviária para um número tão elevado de utentes". Contesta o facto de, "a partir de certa hora, fecharem as bilheteiras e as estações ficarem vazias. As pessoas sentem-se sozinhas e inseguras e deixam de utilizar o comboio".
Em termos de criminalidade nos comboios da CP, verifica-se que no Verão a maioria das ocorrências deixa de se registar na linha de Sintra, atingindo também a linha de Cascais. Precisamente porque os grupos de delinquentes dos bairros degradados do concelho da Amadora passam a utilizar os comboios da linha de Cascais para irem à praia. E, durante a viagem, geram distúrbios e aproveitam a confusão para deitar a mão ao que for possível.
Eixo Norte-Sul mais pacífico
Nos comboios da Fertagus, que ligam Lisboa a Setúbal, "o número de furtos, assaltos e agressões não tem, de forma global, aumentado", garante fonte da empresa.
Segundo dados fornecidos ao DN pela transportadora, entre 2005 e 2006, o número de assaltos com ameaça aumentou de 13 para 18, as agressões a clientes e funcionários passaram de 11 para dez e os actos de vandalismo e distúrbios desceram de 61 para 39. Foram participados dez roubos em cada ano e as situações de apedrejamentos aos comboios reduziram de 75 para 21.
"Os principais problemas ocorrem essencialmente em dois períodos distintos: no final da hora de ponta da tarde (roubos e assaltos com ameaça) e nos primeiros comboios da manhã ao fim-de-semana (vandalismo e distúrbios em grupo)", refere a mesma fonte.
Salienta que "em 2007 houve um incremento de 30% no número de vigilantes, que aumentou para 60 agentes".
Para melhorar as condições de segurança nos TP, responsáveis da Fertagus defendem que "deveria haver uma melhor articulação entre todas as empresas envolvidas, assim como entre estas e as autoridades policiais".
Na sua opinião, "os problemas da segurança estão na maioria dos casos relacionados com questões de âmbito social, aos quais as forças policiais não dão uma resposta cabal". Acrescentam que, "para salvaguarda dos seus clientes, as empresas de transporte são obrigadas a recorrer a seguranças privados, substituindo-se ao Estado". Alertam que, "além do elevado custo que esta actividade representa para as empresas, não corresponde ao mesmo nível de autoridade das forças policiais"
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