05/09/2007

Acordo com o Sporting suscita muitas dúvidas

In Jornal de Notícias (7/9/2007)
Gina Pereira

«Oacordo que o novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa pretende celebrar com o Sporting para permitir avançar com o loteamento previsto para os terrenos do antigo estádio de Alvalade suscita muitas dúvidas à Oposição e promete ser o ponto mais quente da reunião pública de hoje, a primeira desde que o executivo tomou posse. António Costa propõe-se aprovar de imediato o loteamento de 80 mil metros quadrados e remeter para um tribunal arbitral a resolução das duas questões polémicas que têm impedido o avanço da operação saber se o Sporting está isento de ceder espaço para equipamentos e espaços verdes e se pode construir numa parcela de 29 mil metros quadrados, sem plano de pormenor.

Carmona Rodrigues, ex-presidente da Câmara e agora vereador, acha este acordo "estranho" e vai exigir muitos esclarecimentos e propor alterações antes de decidir o seu sentido de voto. Carmona garante que o loteamento "é exactamente o mesmo que nós apresentámos" e promete confrontar o vereador do BE, José Sá Fernandes -hoje parceiro de coligação do PS - com as críticas feitas no anterior mandato de que o projecto violava o PDM.

Carmona não tem dúvidas de que o loteamento pode ser aprovado, mas não entende que se faça depender a aprovação deste acordo. Se o novo executivo tem dúvidas, devia apresentar duas propostas diferentes, diz o ex-presidente, embora não se oponha a que o diferendo seja resolvido num tribunal arbitral.

Quem também tem muitas dúvidas sobre esta formulação é Fernando Negrão, do PSD, que ontem à tarde ainda não decidira como iria votar. "Juridicamente é muito complicado", disse, ao JN, referindo-se à aprovação do loteamento antes de estarem decididas estas duas questões. Os três vereadores do PSD admitem pedir o adiamento ou mesmo votar contra a proposta, caso Costa a mantenha.

Quem já decidiu que vai chumbar o acordo são os dois vereadores do PCP, por entenderem que toda esta operação carece de um plano de pormenor. Helena Roseta, dos "Cidadãos por Lisboa", reserva a sua posição para hoje.»

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