A antiga Engomadoria da Fábrica Ramiro Leão, na Travessa da Pena, 13-15 foi totalmente demolida em meados deste ano. Deste interessante equipamento fabril - ligado a uma família tão relevante para a história industrial de Lisboa - nada resta para além de algumas cantarias e colunas de ferro fundido. A família Ramiro Leão vivia no Palacete mesmo em frente. O terreno serve agora, num típico pragamatismo sem remorso lisboeta, de parque de estacionamento de tom "selvagem".
Não sei mais pormenores desta demolição que fez desaparecer mais um imóvel significativo para a cidade. Alguns moradores afirmam que a demolição foi ilegal e que a obra de construção do novo prédio de habitação colectiva de "luxo" está embargada; outros dizem que o IPPAR não aprovou a demolição e por essa razão tudo se complicou; também me contaram que toda a maquinaria original que existia no interior foi levada pela Divisão de Museus da CML antes do início dos trabalhos de demolição. Um morador contou que até lhe vieram as lágrimas aos olhos quando assistiu à destruição brutal deste edifício tão importante para a história da freguesia da Pena. Tanto o Palacete Ramiro Leão como as fachadas da Fábrica e da Engomadoria estão incluídos no Inventário Municipal do Património - PDM, em FREGUESIA 24 - PENA:
24.64 (Antigo) Palacete Ramiro Leão / Vila Serra, 1
24.65 (Antiga) Engomadoria Ramiro Leão (fachada) / Trav. da Pena
24.87 (Antiga) Fábrica Ramiro Leão (fachada) / Trav. da Pena (acesso)
Se contarmos com a Fábrica de Chocolates Favorita, na Penha de França, já lá vão dois imóveis que estavam classificados no PDM de Lisboa. É caso para os munícipes perguntarem, "Para que serve o Inventário Municipal do Património"?
Alguém sabe a verdade, detalhes sobre este demolição/obra?
isto é "mato" em Lisboa...
ResponderEliminarNem no leste da Europa vi cenas destas...
CRIMINOSOS! NÃO MERECEM A CIDADE QUE HERDARAM!
ResponderEliminarCaros, antes de dizer mal convêm saber a verdade dos factos. Eu moro perto e sendo assim tb eu soube da demolição. Fui indagar na CML e de facto: 1 existe um proprietário foi obrigado a doar todo o recheio da dita camosaria á CML, 2 consultei um projecto que está aprovado tanto pelo IPPAR como pela CML para a construção de um edificio de apartamentos , mas com uma imagem exectamente igual á antiga camisaria.
ResponderEliminarPrefiro um edificio novo e integrado do que uma ruina.
Não digam mal por dizer.
Mestris
What phrase... super
ResponderEliminarÉ de facto incrível ver o que se passa no nosso país, chegámos ao ponto em que qualquer um pode delapidar qualquer coisa! E claro ninguém faz nada, tanta conversa em re-inventar a cidade, o que dá a entender regenerar marcos históricos e pô-los ao serviço da sociedade moderna sem estragar o seu valor de arquitectura e história e enfim, acabamos assim, a cidade a desaparecer novos edififios sem valor a servir interesses questionaveis. Em Portugal é assim, vende-se património ao desbarato e a qualquer um para fazer o que quer, principalmente grupos capitalistas estrangeiros. Não é só com património arquitectural, é o mesmo com a indústria, veja-se que o grupo Carrefour comprou a icónica Casal, fechou-a e destruíu todos os archivos de uma das marcas mais histórica e bem sucedidas da indústria nacional, e para quem só vê a Casal Boss de entregar pizzas, saiba que a Casal bateu records internacionais, e exportou bastante.
ResponderEliminarEnfim, o mesmo parece ser endémico em todos os países lusófonos e á própria lusofonia, já agora parabéns aos admins deste blog pela iniciativa e o convite á nossa plataforma o https://lusoexpat.com