27/09/2007

Governo criticado por avançar com terminal sem dicussão

In Jornal de Notícias (27/0/2007)
Gina Pereira
Bruno Simões Castanheira

«Construção de um "muro" de 600 metros por oito de altura em frente ao Tejo é contestada pela Câmara

O projecto do novo terminal de cruzeiros entre o Cais de Santa Apolónia e a Doca da Marinha, em Lisboa, foi ontem duramente criticado pelo Executivo camarário, que acusa o Governo e a Administração do Porto de Lisboa (APL) de terem começado a obra sem que o município se tenha pronunciado. A construção de um "muro" de 600 metros de extensão e oito de altura, que "atenta contra o sistema de vistas de e para o Tejo", foi contestada pelo Executivo, que exige ao Governo ser "parte na discussão e aprovação de qualquer projecto para a zona".

A discussão foi levantada pelo vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, e pelo movimento "Lisboa com Carmona", que acabaram por protagonizar um momento inédito na Câmara de Lisboa em vez de votarem individualmente as duas moções que apresentavam, os dois grupos, habitualmente desavindos, aceitaram juntar os textos numa moção única. O texto foi aprovado por todos os partidos, à excepção do PSD, que justificou a abstenção com o facto de não haver um "plano estratégico para a zona ribeirinha". (...)

Já no final da sessão, e depois de uma longa discussão, Costa conseguiu que o PSD viabilizasse a sua proposta que visa ceder ao Governo um terreno de 12,5 hectares em Chelas, com vista à não deslocação do IPO para Oeiras. Roseta e Carmona votaram contra, considerando que não está justificada a exiguidade das actuais instalações na Praça de Espanha e preocupados com a "especulação imobiliária" nesses terrenos.

Demissão na Gebalis

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) concluiu que a empresa municipal Gebalis violou o "princípio de neutralidade e imparcialidade" na campanha para as eleições intercalares em Lisboa e vai enviar o processo ao Ministério Público. Na sequência deste parecer, o presidente da empresa que gere os bairros municipais, Francisco Ribeiro - que integrou a lista independente de Carmona Rodrigues, ex-presidente da CML e actual vereador -, demitiu-se do cargo e, em breve, será encontrada uma nova administração para a empresa, disse ontem o presidente da Câmara. Em causa está uma participação do PSD contra a Gebalis, devido à anunciada realização de um concerto num bairro sob gestão da empresa com o cantor Toy, apoiante e autor do hino da candidatura de Carmona. De acordo com o parecer da CNE, ontem divulgado pelos vereadores do PSD na Câmara de Lisboa, "a empresa Gebalis deve seguir os princípios da neutralidade e da imparcialidade, particularmente após a marcação de eleições. Não o tendo feito, censura-se com veemência a conduta da referida empresa".»

Este senhor da Gebalis devia ter apresentado a demissão na hora, há meses.

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