11/09/2007

Opinião - Senso e a Cidade

artigo de opinião de Sancha Trindade, publicado hoje no Jornal Meia Hora

2 comentários:

  1. Registe-se a suave xenofobia do texto ao pedir a expulsão dos comerciantes chineses da baixa. Esquecendo-se de dizer que o sucesso do comércio chinês está ligado ao nosso cada vez mais baixo poder de compra.
    Já agora, também vai ser necessário publicar uma listagem de etnias "aceitáveis" na baixa pombalina...
    Quanto a trazerem mais Martinhos da Arcada para o Terreiro do Paço não sei se valerá muito a pena, pois com uma bica a 1,20€, não vão ser muitos os lisboetas a disfrutá-los.

    E fechar o Rossio aos carros, pelo menos aos domingos, não sería bem mais interessante?

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  2. Caro Tiago não é a primeira vez que escrevo estas palavras.

    Talvez a frase que o Meia Hora ressalvou no meu texto o tenha induzido em erro ou tenha percebido mal. Eu teria escolhido outra.

    Nunca falei em “chineses”, mas sim em “lojas dos chineses”. Talvez fosse ainda mais correcto “lojas chinesas”. Ao estar a fazer o Guia ConVida em Campo de Ourique e ver o que as lojas chinesas fizeram ao comércio, aos comerciantes e à energia positiva daquele bairro...

    Não tenho nada contra "chineses", ou mesmo "lojas chinesas" mas não nas áreas nobres da cidade. Até poderíamos colocar a hipótese de haver uma loja chinesa por bairro, mas não dez como é o caso de Campo de Ourique e de muitos outros bairros de excelência na cidade.

    Por mim não marchavam apenas essas lojas chinesas e confesso que as mesmas servem de caixote lixo para dizermos mal do que está mal quando muitas das lojas portuguesas arrasam com a beleza patrimonial dos estabelecimentos ou com a arte de bem servir.

    Um amigo meu que “fugiu” para Madrid chegou a escrever que Portugal se não tem cuidado pode-se transformar numa loja dos 300. Infelizmente concordo com ele.
    A Baixa deveria ser um sítio cheio de glamour. Para isso sei que a lei do arrendamento teria de mudar e isso tem andado a passo de caracol. Estamos longe de ter um economia que consiga aguentar a sofisticação que gostaria de ver nesta zona da cidade, e que encontro em bairros nobres de Paris, Londres, Madrid e até Atenas.

    No seguimento dos jornais de fim-de-semana onde li que Maria José Nogueira Pinto à frente do projecto Baixa-Chiado quer retirar estas lojas das zonas potencialmente mais nobres disse: “Retirem sim as lojas chinesas do comércio tradicional da Baixa em decadência “, "MAS LIBERTEM OS PISOS TÉRREOS DO TERREIRO DO PAÇO E TRAGAM MAIS MARTINHOS DA ARCADA, PARA NÓS “PESSOAS” NACIONAIS E ESTRANGEIRAS VIVERMOS UMA CIDADE DIGNIFICANTEMENTE EUROPEIA." Esta era a ideia geral do meu texto.

    Posso concordar que as actividades lúdicas ao ar livre sirvam como penso rápido para aquilo que eu quero ver no Terreiro do Paço. Sei também que no nosso país tudo se move devagar, por isso sentir algum movimento penso sempre ser positivo ou o início de alguma coisa melhor.

    Imaginarei até morrer um Terreiro do Passo fechado ao transito, com esplanadas sem serem de plástico, concertos de Jazz ao fim da tarde, cultura e mais cultura libertando as galerias que estão erradamente ocupadas por órgãos do Governo.

    Legislação errada, de certo que sim. O problema continua a ser a média dos portugueses com interesses e energia positiva que querem fazer bom e bem está bastante longe da outra “massa” deste país.

    E sobre as bicas a €1,20 não me passaria pela cabeça achar que pagaria por uma bica na Piazza de Espanha em Roma (por exemplo) o mesmo valor de valor de café comum.

    Quanto à sua sugestão gosto e sou o tipo de pessoa que quer muito duma cidade. Se tivesse de optar penso que a vista para o rio Tejo orientaria a minha escolha.

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