In Público 24.10.2007, Ana Henriques
"Dêem as voltas que dêem, os moradores do Bairro do Rego, em Lisboa, têm seis lanços de escadas a separá-los do resto da cidade, três a subir e outros tantos a descer. Os idosos não conseguem? Azar deles. Às crianças custa-lhes? Paciência. Os deficientes têm aqui mais uma barreira? A vida é mesmo assim.
Os elevadores da passagem aérea que liga os dois lados da Rua da Beneficência estão avariados há cinco meses, assegura a presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, Idalina Flora, adiantando que a empresa que assegura a sua manutenção se queixa de que a Câmara de Lisboa lhe deve dinheiro desde 2003. "Já não sei por onde hei-de lutar mais. Não consigo", diz a autarca, que há três semanas pediu ao presidente do município que resolvesse o problema o mais rapidamente possível.
O imbróglio vem de longe. Construída há cerca de uma década na sequência da desactivação da estação ferroviária do Rego, a passagem aérea que faz a ligação às Avenidas Novas sempre teve problemas com os elevadores. O caso seria menos dramático se o bairro fosse bem servido de transportes. Mas neste momento é apenas servido por uma carreira, salienta Idalina Flora: "Pedi à Carris que passasse a ser feita por um autocarro mais pequeno, que fizesse mais viagens até à Praça de Espanha e percorresse mais ruas dentro do bairro. Responderam-me que tanto lhes custava um motorista num carro grande como num carro pequeno."
Resta aos sete mil habitantes do bairro pôr o carro a trabalhar, se o tiverem, chamar um táxi ou pedir ajuda aos funcionários que fazem guarda aos inúteis elevadores. Ou então mudarem de local de residência. "
Há uma proposta dos Cidadãos por Lisboa à espera de ser agendada,para reinião CML de 31 de Outubro, com solução desse problema do Rego. Mas nenhum dos outros acessos mecânicos às passagens aéreas sobre essa mesma via férrea funcionam... a ver vamos se será aprovada, pelo menos a solução para o Rego, zona particularmente específica e mesmo isolada.
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