In Jornal de Notícias (16/10/2007)
Gina Pereira , José António Domingues
«Hotel, desenhado pelo arquitecto Nuno Leónidas, simboliza duas velas que "abraçam" a torre Vasco da Gama, que permanecerá visitável
Estava previsto que começasse a funcionar a tempo do Euro 2004, mas as habituais demoras nos processos de licenciamento e a complexidade da obra acabaram por adiar o início da construção do hotel do grupo Sana na Torre Vasco da Gama, no Parque das Nações, em Lisboa. Agora que as licenças estão todas emitidas, a obra pôde finalmente arrancar a frente da torre já foi demolida e estão neste momento em curso as fundações. O objectivo é que o hotel esteja pronto em 2009, altura em que os lisboetas e turistas poderão de novo aceder ao cimo da torre, vedada ao público desde 2004.
Ao JN, o arquitecto responsável pelo projecto, Nuno Leónidas, explicou que o desafio era conceber um hotel que mantivesse a "identidade da torre", sem impedir o acesso ao topo do edifício mais alto do país e um dos ex-libris da Expo'98. A preocupação foi também de preservar as vistas para o Mar da Palha, pelo que optou por um edifício que garanta visibilidade a quem sobe à torre.
Para assegurar essa transparência, o arquitecto desenhou um edifício que se desenvolve em duas partes - que se assemelham às velas de um barco - com um enorme átrio translúcido ao centro, que se desenvolve a toda a altura dos 21 pisos do hotel. Os quatro elevadores da unidade hoteleira ficarão situados junto dos três elevadores de acesso ao topo da torre - todos em vidro - permitindo que quem os utiliza veja o interior do hotel e o rio.
Características
Integração, transparência e inovação foram os três conceitos que orientaram o projecto. Nuno Leónidas explica que o hotel vai obedecer a princípios bioclimáticos inovadores e tirar partido do sistema de co-geração existente no recinto do Parque das Nações, que permite a produção simultânea de electricidade, frio e calor. A praça em frente à torre também será requalificada de modo a transformar-se na "grande praça de chegada", onde os automóveis apenas terão acesso pontual para deixar os hóspedes à porta ou aceder à garagem.
Nuno Leónidas não tem dúvidas de que o novo hotel - que vai estrear a gama " Sana Royal" em Portugal - será "o melhor cinco estrelas de Portugal", não só pela "qualidade da sua arquitectura e integração com o design", como pelos "detalhes de espectacularidade" com que promete surpreender os clientes.)»
Realmente, o «modelo Expo» é mesmo um «sucesso». Nem a Torre Vasco da Gama escapa à construção desenfreada. Já alguém se lembrou de construir em cima do que resta do Jardim do Cabeço das Rolas, vá lá, não custa nada ...
Uau!
ResponderEliminarEra mesmo o que estava a faltar em Lisboa!
Nem sei como temos aguentado tanto tempo com esta carência de hoteis de luxo!
E não se esqueçam que em cima da pala do antigo pavilão de Portugal ainda dá para fazer qualquer coisinha...
ResponderEliminarAinda sobra tanto espaço no Parque das Nações para construir como o Parque Tejo e o Jardim Cabeço das Rolas...ah é verdade...já começaram a fatiá-los....
ResponderEliminarUma pessoa pensa que a Expo já está toda coberta de betão...
ResponderEliminarmas a imaginação gananciosa dos empreiteiros sempre suplanta a nossa ingenuidade!!
Não digo q o conceito do projecto sejam desinteressante, mas parece-me que não será já possível encontar uma perspectiva de observação da torre em que se continue a ler a leveza da estrutura de suporte da mesma, semelhante a uma vela de barco empurrada pelo vento...
ResponderEliminarParece-me que a torre não é agora mais do que uma espécie de anexo destacado sobre o volume do hotel...
O passo seguinte é a construção já mesmo dentro do rio? Seria mesmo preciso mais um hotél? Não deveria este avançar de construção para o rio ser compensada com espaço livre em "terra"?
são só ideias...
mb
Sobre a Expo 98 ainda falta abrir o armário... e foi com satisfação que li declarações do Arq. Manuel Salgado agora vereador sobre a densificação, adulteração dos planos em nome do guito e de uma ideia mirabolante do Cardoso e Cunha (que como sabemos não tendo um pai dono de banco rebentou com as suas empresas todas!) do paga-se a si mesma.
ResponderEliminarClaro que denuncias feitas desde início na própria empresa cairam em saco roto e agora é vandalizar o que se poder.
Claro que a natureza volta a galope e nem quero pensar na salubridade deste hotel(motel?) de nula sustentabilidade.
Quando denunciámos os problemas de salinidade, de movimentos no subsolo de improbabilidade da doca, de degradação do espaço com a ocupação excessiva, logo no começo diziam que eramos capitão tempestades.
Lá vai a nau catrineta...
Saudaçoes
António Eloy
Acho bem, e a seguir todo Monsanto.
ResponderEliminarRidiculo, só tornará feia a zona. Aliás, a Expo passou de zona de possível luxo a um sítio bem medíocre para ter casa.
A construção desenfreada nas restantes zonas de Lisboa (onde aí sim!) não existe espaço para passear a pé, onde carros se aglomeram caoticamente, onde não há jardins nem água para desfrutar, muito menos qualidade do ar nem espaço para as crianças correrem, talvez seja melhor. Será?... Deve ser por mero acaso que milhões de portugueses e estrangeiros escolhem aquela zona da cidade para passearem e fazerem saudavelmente o que muitas almas se esquecem ao enfiarem as suas crianças nos centros comerciais desta cidade. Continuo a não entender esta aversão ao Parque das Nações. Será mais um fado? Sem pessoas e infra-estruturas que atraiam empresas e negócios, onde conseguir-se-ia ter uma sustentabilidade economico-social? estariamos agora a falar de uma nova Sevilla'92? Sem dúvidas que sim! Erros existem e mais espaços verdes e transportes deveriam ter sido garantidos, mas quem possui a perfeição neste País? Será este o melhor exemplo para criticar o desordenamento do nosso território? É excessivo e até caricato. Curioso ser sobretudo quem não mora lá que se queixa. Volta Velho do Restelo, que te sentirás em casa, nesta Lisboa nostálgica e meláncolica a olhar o Tejo!
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