In Diário de Notícias (9/10/2007)
«Ligação deverá libertar Segunda Circular do trânsito da A1
O último lance do Eixo Norte-Sul, entre o Lumiar e a Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), é inaugurado amanhã. Isto quase dez anos depois da abertura do primeiro troço, que liga a Ponte 25 de Abril à Avenida Padre Cruz. O anúncio foi feito ontem pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, durante uma visita às obras do Metropolitano, no Terreiro do Paço.
O governante disse aos jornalistas que "a cidade de Lisboa tem estado martirizada com estas obras todas", referindo-se às do último lance do Eixo Norte-Sul e às do metro. Finalmente, "Lisboa livra-se agora de tudo isto", sublinhou.
No que toca à morosidade na concretização do lance do Lumiar, o ministro Mário Lino justificou o facto com as "várias interrupções nos trabalhos, devido a questões ambientais e outras situações que implicaram alterações dos traçados" nesta estrutura rodoviária.
Na verdade, o estudo de impacte ambiental ficou concluído em 1996, foi reanalisado em 1998 e só aprovado em 2000, mas com alterações solicitadas pela Câmara Municipal de Loures relativamente ao nó de Camarate. Um dos protestos que mais marcou marcou mais este último lance foi encabeçado pelos moradores da freguesia da Ameixoeira, que alegavam que a construção da via os isolava do resto da freguesia. Outro problema era o mercado municipal do Lumiar, já que estava previsto que a obra passasse por aquela zona. A solução passou pela construção de um viaduto com um dos pilares a assentar no interior do próprio mercado.
Recorde-se ainda que o Eixo Norte-Sul teve inicialmente uma filosofia de via atravessamento, que mudou rapidamente para a de distribuição, devido ao aumento de nós no seu traçado.
Com a inauguração do lanço entre o Lumiar e a CRIL, os automobilistas que se deslocam entre a Margem Sul e o Norte deixam de ter necessidade de entrar na Segunda Circular para chegar a Sacavém, onde começa a auto-estrada do Norte (A1). O troço a inaugurar amanhã tem uma extensão de 4,4 quilómetros e custou cerca de 25 milhões de euros. Ao Estado português cabe o pagamento de 15% do total, sendo o restante assumido pela União Europeia. Deste lance fazem quatro viadutos, oito passagens superiores, três inferiores, o túnel do Grilo junto ao Forte da Ameixoeira e quatro nós de ligação desnivelados: Ameixoeira, Alto do Lumiar, Camarate e CRIL.
O primeiro troço, que começa após a Ponte 25 de Abril e termina na Avenida Padre Cruz, está concluído há mais de dez anos.»
Finalmente! Agora, vamos todos ver se o trânsito de pesados pelo meio de Lisboa diminui ou não...
1.º) Gostava de saber se vai ter radares;
ResponderEliminar2.º) Se sim, qual é a velocidade de circulação: 50 ou 80 Km por hora?
Zé da Burra o Alentejano
Não deixa de ser trágico: A problemas de ordenamento do território, especulação imobiliária, dinheiros sujos, desorganização das instituições (Sec. de Estado, CML, AML, operadores), lobby automóvel e combustível, betão e alcatrão, o poder político responde com vias rápidas urbanas, num paliativo de curto prazo e de efeitos mais nefastos e em circulo vicioso e viciante. Vivam os discursos bonitos das bicicletas e dos espaços verdes!
ResponderEliminarLisboa não se vai livrar de nada.
ResponderEliminarVai aliviar-se por momentos.
Como está provado em qualquer cidade do mundo, as vias rápidas são soluções de curto prazo.
A solução está na aposta numa rede eficiente de transportes públicos, não com o objectivo de substituir o transporte individual (impossível), mas para oferecer alternativas viáveis, nomeadamente quando não há outra solução que não seja restringir o trânsito automóvel em determinadas artérias.
As cidades não foram feitas para carros. Ao não ser cidades tipo Brasília. Mas essa também não foi feita para pessoas. E foi feita de novo sem ter de respeitar milénios de história.
A questão está na escolha do que se quer mesmo.
E a opção não pode ser outra que não sejam as pessoas.