Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
19/10/2007
MENU ALFACINHA - 1
É ESTE O MENU QUE NÓS OFERECEMOS AOS TURISTAS.
É ASSIM QUE SE ENCONTRA O NOSSO LARGO DE SÃO DOMINGOS.
É ASSIM O CENTRO HISTÓRICO DA CAPITAL DE UM PAÍS MEMBRO DA UNIÃO EUROPEIA DESDE 1986. O QUE É QUE FALHOU?
Talvez tudo tenha começado a falhar em Novembro (cinzento mês...) de 1975. Daí para cá apenas temos arrastado os pés no caminho que nos traçaram os políticos corruptos, os empresários gananciosos e bem-relacionados, os senhores doutores, os senhores engenheiros, toda a panóplia de modernidades que a televisão nos vende, os telemóveis, os recibos verdes, os reality shows e a Sport TV. A Baixa é, como sempre foi, o espelho do país. E todos nós deixámos (deixamos) chegar as coisas a este ponto!
A chefia no nosso país sempre foi um problema....vaidosa, feita por amigos...para amigos, vigilante da sua situação social, e o que se faz, é primeiro que tudo para proveito próprio. Junta-se a isto uma mentalidade que adora os caminhos da complicação, águas turvas, e cambalachos.
Do outro lado.....um povo que adora as liberdades e a fuga aos deveres, e que trata de se desenrascar, segundo os exemplos que vão chegando de cima
Com ingredientes destes, quem se surpreende do menu final ?
Penso que tudo isto começou quando um dia se decidiu que a educação nas não é assim tão importante. E que um povo com menos instrução é mais fácil de comandar, manobrar, manipular e satisfazer.
Até parece que já houve tempos em que se ligou à instrução, neste país. É ter a memória curta ou querer atirar poeira para os olhos das pessoas. Claro que somos dos países da Europa com menos instrucção, mas sempre fomos. E apesar de tudo, com todas as críticas que se possam e devam fazer, hoje estamos muito melhor do que estávamos noutros tempos. Não chega atirar bocas para o ar.
O nosso problema continua a ser, em grande parte, um problema de formação. Mas passa por muitas outras coisas. E uma coisa que se aprende de pequenino, em casa, é a ser educado, civilizado, a respeitar os valores. E decerto que não se aprende.
Somos um povo que perdemos horas a lutar pela conquista do guiness no que há de pior e ficamos todos contentes: temos uma feijoada de 15km, o maior "SHOPPING" da Europa, o maior nº de caixas multibanco por habitante (e não temos dinheiro para comer), o maior nº de telemóveis por habitante, a maior frota automóvel do estado. Depois temos uma cidade monumental, como é Lisboa, e deixamo-la cair, não se reconstrói e vamos encher de cimento os arrabaldes. E perdemos metade do tempo a falar nas bichas dos transportes, nos viadutos que cortam a cidade, nos automóveis em cima dos passeios, mas fugimos sempre do essencial.
Este "menu alfacinha" é sintomático. Lisboa está há muitos anos sem "rei nem roque". daqui a 20 anos por ete andar não teremos baixa pombalina e quiçá possamos finalmente ter no mesmo sítio um novo aeroporto e deixemos as Otas e alcochetes para encher de cimento.
A culpa é dos governantes e autarcas mas também de quem os põe lá. É preciso não fugirmos com o rabo à seringa.
Penso que falta vontade política de transformaar e capacidade de romper com os quadros de funcionamento onde esta se pode expressar. Conheço, já trabalhei, em cidades onde foi possível romper com espartilhos a partir de vontades e com base em ideias e lógicas de participação, por exemplo Curitiba, no Brasil. Uma orientação política que se socorra da dinamica e capacidade de cidadania, rompa com burocracias e anquilosamentos dando espaço à participação tem um efeito multiplicador inacreditável. Dir-me-ão mas na Europa? Pois Curitiba é das cidades mais europeias do Brasil mas é possível encontrar aqui ao lado em Espanha e em Itália cidades com participação cidadão no desenvolovimento e buscando bem em Lisboa há muitos engaches para sair desta situação. Falta vontade política de romper com o status e participação,hoje por aqui parece estar a consolidar-se alguma cidadania. Talvez no país seja por aqui que se pode começar a fazer malha... António Eloy
Discordo do que "VM" disse. Ainda recentemente fiquei indignado pelo facto de a nova basilica em Fátima ser apenas a quarta maior do mundo. Onde já se viu isto de não termos a maior do mundo ???? Um pouco mais a sério, a realidade não deixa de ser culpa de todos nós que elegemos os politicos e não somos exigentes com eles. Se chamar Menu Alfacinha a umas salsichas pode ser algo de inevitável, pelo menos era evitável a situação de degradação no Largo de São Domingos; o alcatrão degradado na Rua do Ouro; os vendedores de cartões na Rua Augusta; as paredes cheias de cartazes a anunciar cocnertos e peças de teatro e novos CD's , muitos deles patrocionados quer pela própria Câmara Municipal, quer pelo Ministério da Cultura.
Concordo com Aeloy. Só com mecanismos de participação que pressionem, fiscalizem, chateiem os titulares eleitos é que conseguiremos criar uma cultura de exigência no cidadão. Só com as ideias, energia e vontade dos lisboetas é que se poderá dar uma volta a esta cidade. Haja quem os queira ouvir fora do período eleitoral...
A Rua Barros Queirós era, em finais dos anos 20-30 uma rua com bons restaurantes, esplanadas com música ao vivo, fotógrafos à la minute, etc., etc. Hoje é um pardieiro, com lojas decrépitas, restaurantes beras, e tráficos de tudo, um pouco, consoante a hora do dia. Nem dá para acreditar que ali existem belezas como a Ig.São Domingos (ardeu e remendou-se em jeito de algo que ainda não percebi bem o quê...), Palácio Independência (com arcadas-urinol que tiveram que ser engaioladas por causa disso, e agora são um mini-c.c.), edi.Ordem dos Arquitectos (com alumínios bem lindos). Podia ser tudo tão diferente, não podia? Baixa-Chiado???
Talvez tudo tenha começado a falhar em Novembro (cinzento mês...) de 1975.
ResponderEliminarDaí para cá apenas temos arrastado os pés no caminho que nos traçaram os políticos corruptos, os empresários gananciosos e bem-relacionados, os senhores doutores, os senhores engenheiros, toda a panóplia de modernidades que a televisão nos vende, os telemóveis, os recibos verdes, os reality shows e a Sport TV.
A Baixa é, como sempre foi, o espelho do país.
E todos nós deixámos (deixamos) chegar as coisas a este ponto!
e que tal uma olhadela ao martim moniz, fanqueiros, campo das cenolas, arsenal...bem pior...
ResponderEliminarA chefia no nosso país sempre foi um problema....vaidosa, feita por amigos...para amigos, vigilante da sua situação social, e o que se faz, é primeiro que tudo para proveito próprio. Junta-se a isto uma mentalidade que adora os caminhos da complicação, águas turvas, e cambalachos.
ResponderEliminarDo outro lado.....um povo que adora as liberdades e a fuga aos deveres, e que trata de se desenrascar, segundo os exemplos que vão chegando de cima
Com ingredientes destes, quem se surpreende do menu final ?
JA
QUE VERGONHA...
ResponderEliminarPenso que tudo isto começou quando um dia se decidiu que a educação nas não é assim tão importante. E que um povo com menos instrução é mais fácil de comandar, manobrar, manipular e satisfazer.
ResponderEliminarAté parece que já houve tempos em que se ligou à instrução, neste país. É ter a memória curta ou querer atirar poeira para os olhos das pessoas. Claro que somos dos países da Europa com menos instrucção, mas sempre fomos. E apesar de tudo, com todas as críticas que se possam e devam fazer, hoje estamos muito melhor do que estávamos noutros tempos. Não chega atirar bocas para o ar.
ResponderEliminarO nosso problema continua a ser, em grande parte, um problema de formação. Mas passa por muitas outras coisas. E uma coisa que se aprende de pequenino, em casa, é a ser educado, civilizado, a respeitar os valores. E decerto que não se aprende.
Somos um povo que perdemos horas a lutar pela conquista do guiness no que há de pior e ficamos todos contentes: temos uma feijoada de 15km, o maior "SHOPPING" da Europa, o maior nº de caixas multibanco por habitante (e não temos dinheiro para comer), o maior nº de telemóveis por habitante, a maior frota automóvel do estado. Depois temos uma cidade monumental, como é Lisboa, e deixamo-la cair, não se reconstrói e vamos encher de cimento os arrabaldes. E perdemos metade do tempo a falar nas bichas dos transportes, nos viadutos que cortam a cidade, nos automóveis em cima dos passeios, mas fugimos sempre do essencial.
Este "menu alfacinha" é sintomático. Lisboa está há muitos anos sem "rei nem roque".
daqui a 20 anos por ete andar não teremos baixa pombalina e quiçá possamos finalmente ter no mesmo sítio um novo aeroporto e deixemos as Otas e alcochetes para encher de cimento.
A culpa é dos governantes e autarcas mas também de quem os põe lá. É preciso não fugirmos com o rabo à seringa.
podemos encontrar este menu em quase todas as esquinas de Portugal...
ResponderEliminarPenso que falta vontade política de transformaar e capacidade de romper com os quadros de funcionamento onde esta se pode expressar.
ResponderEliminarConheço, já trabalhei, em cidades onde foi possível romper com espartilhos a partir de vontades e com base em ideias e lógicas de participação, por exemplo Curitiba, no Brasil.
Uma orientação política que se socorra da dinamica e capacidade de cidadania, rompa com burocracias e anquilosamentos dando espaço à participação tem um efeito multiplicador inacreditável.
Dir-me-ão mas na Europa? Pois Curitiba é das cidades mais europeias do Brasil mas é possível encontrar aqui ao lado em Espanha e em Itália cidades com participação cidadão no desenvolovimento e buscando bem em Lisboa há muitos engaches para sair desta situação.
Falta vontade política de romper com o status e participação,hoje por aqui parece estar a consolidar-se alguma cidadania.
Talvez no país seja por aqui que se pode começar a fazer malha...
António Eloy
Discordo do que "VM" disse. Ainda recentemente fiquei indignado pelo facto de a nova basilica em Fátima ser apenas a quarta maior do mundo. Onde já se viu isto de não termos a maior do mundo ????
ResponderEliminarUm pouco mais a sério, a realidade não deixa de ser culpa de todos nós que elegemos os politicos e não somos exigentes com eles. Se chamar Menu Alfacinha a umas salsichas pode ser algo de inevitável, pelo menos era evitável a situação de degradação no Largo de São Domingos; o alcatrão degradado na Rua do Ouro; os vendedores de cartões na Rua Augusta; as paredes cheias de cartazes a anunciar cocnertos e peças de teatro e novos CD's , muitos deles patrocionados quer pela própria Câmara Municipal, quer pelo Ministério da Cultura.
Concordo com Aeloy.
ResponderEliminarSó com mecanismos de participação que pressionem, fiscalizem, chateiem os titulares eleitos é que conseguiremos criar uma cultura de exigência no cidadão.
Só com as ideias, energia e vontade dos lisboetas é que se poderá dar uma volta a esta cidade.
Haja quem os queira ouvir fora do período eleitoral...
Acho que vou vomitar...
ResponderEliminarA Rua Barros Queirós era, em finais dos anos 20-30 uma rua com bons restaurantes, esplanadas com música ao vivo, fotógrafos à la minute, etc., etc. Hoje é um pardieiro, com lojas decrépitas, restaurantes beras, e tráficos de tudo, um pouco, consoante a hora do dia. Nem dá para acreditar que ali existem belezas como a Ig.São Domingos (ardeu e remendou-se em jeito de algo que ainda não percebi bem o quê...), Palácio Independência (com arcadas-urinol que tiveram que ser engaioladas por causa disso, e agora são um mini-c.c.), edi.Ordem dos Arquitectos (com alumínios bem lindos). Podia ser tudo tão diferente, não podia? Baixa-Chiado???
ResponderEliminar