02/11/2007

Câmara à «beira de chegar acordo» sobre IPO no Parque da Bela Vista

In Sol Online (2/11/2007)

«O presidente da Câmara de Lisboa revelou à Lusa estar «à beira de chegar a um acordo» com o Ministério da Saúde para a instalação do Instituto Português de Oncologia (IPO) no Parque da Bela Vista

«Estamos à beira de chegar a acordo» disse à Lusa o presidente da Câmara, António Costa (PS).

O terreno oferecido pela Câmara de Lisboa ao Ministério da Saúde para a instalação do novo IPO situa-se em Marvila, na zona do Parque da Bela Vista, ocupando uma área de 12,5 hectares.

Prevê-se uma área de construção de 29 mil metros quadrados, dividida em quatro edifícios, um para módulo hospitalar, outro para investigação, um edifício residencial e uma unidade de apoio psicológico.

António Costa quis com esta proposta evitar a saída do IPO de Lisboa, depois de o Município de Oeiras ter disponibilizado terrenos para acolher aquela unidade de saúde.

A Câmara autorizou António Costa a negociar com o Ministério da Saúde através da aprovação de uma proposta na reunião do executivo de dia 26 de Setembro.

Na altura, o autarca explicou que os terrenos em Marvila vão ao encontro do projecto de um "campus hospitalar" pretendido pelo Ministério da Saúde e têm ainda a vantagem de estar perto do futuro Hospital de Todos-os-Santos.

"Permite a instalação nas franjas do Parque da Bela Vista Sul sem interromper a ligação com o Parque da Bela Vista Norte", referiu.

A zona inclui a Quinta do Pombeiro, que a Câmara se havia comprometido a ceder para um centro de acolhimento temporário de crianças, que poderá agora vir a ser instalado noutra propriedade da autarquia, a Quinta da Paz.

O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), destacou na altura os «melhores acessos» oferecidos pela localização em Marvila em comparação com os terrenos disponibilizados pela Câmara de Oeiras.

Para «ganhar área verde», compensando os espaços verdes ocupados no Parque da Bela Vista Sul, a autarquia quer «reformular um loteamento municipal no Vale Vistoso» que ocupa cinco hectares.

A ideia é igualmente fazer uma «ligação pedonal e de ciclovia por cima da linha do caminho-de-ferro para ligar a Belavista à zona das Olaias e do Areeiro».

O vereador dos Espaços Verdes, Sá Fernandes (BE), sublinhou que a proposta, discutida com o mentor do Plano Verde de Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles, contempla um futuro corredor verde até ao Parque Florestal de Monsanto.

Sá Fernandes destacou ainda que a instalação do IPO em Marvila vai beneficiar uma «zona da cidade guetizada».

Lusa/SOL»

O grande problema aqui nem sequer é a área que o IPO vai ocupar na zona sul do Parque da Bela Vista, que, a bem dizer, é um barranco com canas e pouco e árvores palito, plantadas, para inglês ver, dias antes da anterior vereação cair.

O problema aqui é outro e tem duas vertentes:

1. Que vão fazer com os terrenos do IPO em Sete-Rios? Porque não se faz o que a administração anterior do IPO sugeriu a este mesmo ministro quando ele era ministro do governo de Gueterres: recicle-se o actual IPO no mesmo espaço, de forma gradual.

2. Os doentes que futuramente forem ao IPO, na Bela Vista, irão sofrer imenso, sob o ponto de vista psíquico. Aquela zona é altamente problemática, basta sair naquelas bocas de Metro, em descampado, com vento e coisas feias por todo o lado. Carros em alta velocidade, passadeiras e passeios inexistentes. Enfim, uma Lisboa de 2ª, ou 3ª, nem bem sei.

Por isso, antes de haver IPO tem que haver dignidade naquele espaço. Senão, melhor seria Oeiras...

3 comentários:

  1. Também me preocupam o destino dos terrenos de Sete Rios, que são de apetite para a especulação imobiliária.

    Acho que o IPO Marvila até seria bom para a Fregeuesia. Iría trazer gente, movimento, ía ajudar a cimentar o pequeno comércio local.

    Agora, acho que dar uma "dentada" de 12 hectares no Parque da Bela Vista é um crime ambiental. É inaceitável!

    Por outro lado, que acessibilidades existem?
    Ir-se á construir outra saída de Metro, como prometido à população do Bairro do Armador?
    E a CARRIS? Estará disposta a criar carreiras para servir o hospital?

    Os utentes do IPO terão com certeza vida (mais) difícil...

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  2. É óbvio que a saída não é necessária. E que várias soluções podiam ser estudadas.
    Como foram propostas e imediatamente refutadas pelo presidente da CML que apresentou a correr esta proposta ao executivo, que por sua vez o mandatou como "negociante" no "interesse de Lisboa", após uma apresentação absurda da vereação dos espaços verdes defendedo quase que, ou o IPO ia para a Bela Vista, ou nunca se teria um "corredor verde" dali até ao centro da cidade.
    Esquemas e mais esquemas para simplesmente libertar terrenos apetecíveis em Sete Rios.
    Com o tempo se verá quem aí irá construir, porque isso é mais do que certo, Salgado já afirmou que "não o choca que seja considerada a urbanização da zona". Infelizmente, por cima deste absurdo urbanistico, as pessoas com quem se brinca são
    doentes. Mais uma prova da total frieza desta "maioria" de esquerda(?!?)que governa a mando do poder imobiliário, pretendendo que não.

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  3. pois, mas talvez com vinda do IPO para a Bela Vista se consiga que as vias sejam melhoradas.
    Vivo na freguesia de Marvila desde o principio deste ano e aquilo que percebo deste canto de Lisboa é que a nivel de vias parece que temos uma auto-estrada no meio da cidade. muita coisa aqui se poderia fazer é precido é ter quem saiba como fazer! vão buscar eng. do território, sff.

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