06/11/2007

O Rato pariu uma montanha

In Expresso (3/11/2007)

«O edifício, já aprovado pela Câmara, vai mudar a paisagem desta zona histórica. Uma polémica à vista



O Largo ficará assim? O imóvel, da autoria de Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus, alinha com o prédio de Ventura Terra - fotomontagem Expresso, respeitando as dimensões do projecto

É uma questão de tempo: a referência mais conhecida do Largo do Rato deixará de ser a sede do PS (o palácio Praia). Para quem chegar a esta praça lisboeta procedente, sobretudo, das vias a Sul e a Poente, ficará esmagado com a imponência de um edifício para habitação, dos arquitectos Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus.

Para as obras na esquina das ruas Alexandre Herculano e do Salitre falta apenas a aprovação da licença de construção, em sessão de Câmara Municipal de Lisboa (CML). No entanto, tal não acontecerá nas próximas semanas, pois o processo está nas mãos do Ministério Público, no âmbito da sindicância aos serviços de Urbanismo, que deverá estar concluída no final do mês. Só após a devolução à CML o processo seguirá a tramitação.

O projecto de arquitectura foi aprovado em Julho de 2005, pela vereadora Eduarda Napoleão, quando a autarquia era presidida por Santana Lopes. Recentemente, foi dada luz verde aos projectos de especialidade. A avaliar pelas primeiras impressões recolhidas, o edifício é capaz de suscitar acesas discussões, entre defensores do enquadramento histórico e adeptos de soluções arquitectónicas de ruptura.


Vista do largo. O prédio rosa (ao fundo, à direita) e lote contíguo irão abaixo

Mas desde o início há polémicas e questões menos esclarecidas. A começar pelo lote onde será implantado o edifício. Olhando para o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE), este estende os limites até ao Rato, com excepção do gaveto, assim a salvo da regulação. Segundo o arquitecto Manuel Fernandes de Sá, responsável pelo Plano, aquele lote “sempre esteve fora”. Manuel Salgado, o vereador do Urbanismo, recorda que os limites foram definidos em 1993. Foi uma “opção” excluir o espaço, para poder criar uma “unidade e coerência” no Rato, diz.

No entanto, num parecer, o Núcleo de Estudos de Património, da CML, diz ter existido uma proposta do PUALZE para a área em questão - “solução bastante coerente que poderia ser adaptada de forma a encontrar um modelo de ocupação do espaço que fizesse a charneira entre as diferentes malhas urbanas”.

O serviço chegou mesmo a reprovar o projecto da dupla Valsassina-Aires Mateus, alegando “total ruptura morfológica com a malha e edifícios envolventes”. O parecer criticava ainda a “volumetria excessiva”, porque anulava “a leitura do chafariz e do edifício da Fábrica das Sedas”. Após algumas alterações feitas ao projecto, a autarquia e o IPPAR (actual Igespar, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) viriam a dar opinião favorável à construção.


Antevisão do prédio, criada pelo ateliê de Valsassina

“Sei que não é um projecto fácil. Vai levar algum tempo até a cidade o assimilar. É novo, as pessoas assustam-se, mas é mesmo assim. Não fazemos réplicas”, esclarece Manuel Aires Mateus, refutando as críticas de incoerência com a envolvente.

O arquitecto explica como o edifício, na transição de zonas de escalas diferentes - os prédios mais altos da Rua Alexandre Herculano e o ‘casario’ e os palácios do Rato -, vai buscar o alinhamento ao vizinho Edifício Ventura Terra (Prémio Valmor 1903). A ligação à zona completa-se com a sobreposição na fachada de placas de lioz, novo e antigo, a mesma pedra do Chafariz do Rato e da Procuradoria, na rua defronte. Para manter a visibilidade dos dois monumentos oitocentistas, o edifício surge parcialmente recortado na entrada.

O novo prédio obrigará à demolição de alguns imóveis, nomeadamente a centenária Associação Escolar de São Mamede. Já a Sinagoga de Lisboa ficará quase tapada. Esther Mucznik, vice-presidente da comunidade judaica, evoca o cenário um dia discutido quando Jorge Sampaio presidia à Câmara: rasgar um jardim em direcção ao Rato, de modo a abrir a Sinagoga à cidade. Um sonho que passou “Agora estamos encurralados. Mais ficaremos”.

Paulo Paixão e Raquel Moleiro

OLHARES

“É uma provocação, tal como a Casa da Música, no Porto. Terá detractores e entusiastas, pois não é um edifício anódino. Destaca-se de toda a envolvente. Como arquitecto, agrada-me”
MANUEL SALGADO, vereador de Urbanismo da CML

“Fica a pairar sobre a Procuradoria e tapa o Chafariz do Rato. Houve uma perversão e não se justificava que saísse do Plano da Av. da Liberdade. Assim, os prédios ao lado perdem a lógica e a estrutura. Ficam atarracados”
MARGARIDA SAAVEDRA, arquitecta, vereadora do PSD

“À partida, não gosto de um gigante modernaço naquele sítio. O Chafariz do Rato, do século XVIII, parece ficar votado à condição de comparsa de terceira ordem”
APPIO SOTTOMAYOR, olisipógrafo


NÚMEROS

7 pisos acima do solo e cinco de estacionamento. A altura das fachadas varia entre os 19 e os 22 metros

10.000 metros quadrados ocupados pelo edifício de habitação, em gaveto, entre a Rua Alexandre Herculano, Largo do Rato e Rua do Salitre. É composto por seis pisos de apartamentos de pequena tipologia, maioritariamente T0 e T2



Mais passeio na Avenida

O Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) esperou 16 anos até à aprovação, em Março de 2006, mas ainda não está para breve o início dos trabalhos de reabilitação da principal artéria da capital. Em apreciação na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, o plano será depois submetido a discussão pública, antes do ‘ok‘ final da autarquia. Coordenado pelo arquitecto portuense Manuel Fernandes de Sá, abrange uma área de cerca de cem hectares, estendendo-se desde os Restauradores até aos limites do Largo do Rato e da Colina de S. José. De fora fica o Parque Mayer, para o qual será elaborado um plano de pormenor específico. O investimento no PUALZE atinge os €57 milhões.

O Plano prevê o fim do estacionamento à superfície na Avenida da Liberdade e, como compensação pela perda de 750 lugares, a construção de três parques subterrâneos. O trânsito nas laterais acaba, os passeios serão alargados até aos 7 ou 8 metros, haverá espaços específicos para cargas e descargas em cada quarteirão, as Ruas de Santa Marta e S. José serão redesenhadas e os elevadores do Lavra e da Glória, e respectivas encostas, serão unidos. A zona pedonal das Portas de Santo Antão - onde se situa o Coliseu - será ampliada, o piso restaurado e recuperadas algumas fachadas. Em toda a área do PUALZE será reformulado o mobiliário urbano


----------------
Comentário:


Não se trata de uma «provocação», mas de uma enormidade, Sr.Vereador Salgado. Rebenta com a escala do Largo (pseudo-largo, diga-se) e é apenas o princípio de mais aberrações na forja para aquela zona. «Unidade e coerência no Rato»? Tal como na Doca do Bom Sucesso, imagino.

Em breve, reacções.

26 comentários:

  1. É preciso estar atento à diferença entre cidadania para preservação do património cultural e natural e mera opinião. Gostos não se discutem e ao que me parece, tanto este "post" como o email que recebi que falava do "horroroso elevador do metro" emitem juízos de valor subjectivos e obviamente muito discutiveis. As cidades crescem, mudam e evoluem, esta é uma das suas mais fortes características, impossivel de travar. Importante é crescerem com acompanhamento, saúde e qualidade. O edificio do largo do rato aparenta ser realmente desproporcionado, mas parece-me um edíficio interessante (será que alguém está interessado na minha opinião? não concerteza), um edificio de qualidade ao contrário de todos os outros que se construiram na Alex Herculano nos últimos anos. Quanto à sinagoga, não me parece que estivessem interessados em abrir à cidade este local de culto da religião judaica, uma vez que se fazem rodear de arame farpado, portões opácos e câmaras de vigia. Enfim o que quero dizer é: críticas objectivas, baseadas em argumentos que possam ser discutidos e avaliados para se chegar a um concenso é do que LX mais precisa, pois, meus caros amigos, quando toca a opinão manda quem tem poder e nunca quem tem razão.

    ResponderEliminar
  2. Cara Maria José Tavares.
    Já pode responder à sondagem online. A sua opinião interessa e muito.

    ResponderEliminar
  3. A qualidade da arquitectura e dos seus autores é indiscutível.

    Mas a arquitectura é também o cuidado ea integração na envolvência e mesmo as "provocações" têm local e hora para acontecerem.

    Sou contra a ditadura dos "patos-bravos", que contamina a ediliade e destroi a cidade.

    Mas também sou contra a ditadura da "iluminada" classe dos arquitectos.

    Numa cidade como Lisboa há que ter uma noção de respeito pelo patromónio existente, do qual somos apenas fieis depositários para as gerações futuras.

    Existem imensas "provocações" em muitas cidades do mundo mas, ao que se saiba nenhuma delas foi autorizada com base na destruição de património existente.

    Tenham noção, por favor...

    ResponderEliminar
  4. Agora é que a Sinagoga fica "engolida" de vez com o betão ao seu redor...

    ResponderEliminar
  5. A importância do turismo para a cidade de Lisboa é cada vez mais relevante especialmente em termos económicos. E o que tem o turismo a ver com este edificio ? Tem muito. Quem vive em zonas antigas certamente que observa diariamente o prazer e deleite com que os turistas apreciam a nossa arquitectura. Muitas vezes, nós que nunca ligámos à nossa rua e aos seus edificios espantamo-nos por ver turistas a tirar fotos aos mais diversos edificios, os quais para muitos de nós não têm qualquer beleza. Ainda recentemente um inquérito a turistas indicava que um dos aspectos que os traz a Lisboa é precisamente ser uma espécie de cidade-museu. Voltando ao projecto em causa, o mesmo é seguramente mais um mono a invadir a cidade, completamente desenquadrado do local onde se insere, e belo apenas para quem o promove e desenha.

    ResponderEliminar
  6. Gostos não se discutem? Porquê? Não vem mal ao mundo, pelo contrário. Não se devem é impor.
    "As cidades crescem, mudam e evoluem" Pois é. Mas Lisboa continua a não crescer. Continua a diminuir, o que é mais grave. O edifício pode ser arquitectónicamente bem estruturado e parece-me que o é. Mas porquê o Largo do Rato? Porquê destruir o que interessa preservar e não construir onde Lisboa se enche de mamarrachos dum péssimo gosto, salvo poucas excepções?
    E se já se construiram edifícios de mau gosto nas redondezas, isso não será razão para continuar.

    A sinagoga está onde está e como está, por ordem expressa de Salazar que autorizou a sua construção desde que ficasse escondida.
    Já agora aproveito para dizer que acho o elevador do metro dum extremo mau gosto. Em meu entender devia mesmo ser derrubado.

    Críticas objectivas? A defesa do nossa património é mais do que razão para se continuar a destruir Lisboa.

    ResponderEliminar
  7. Obviamente que no meu último parágrafo falta um "não". PARA NÂO SE CONTINUAR A DESTRUIR LISBOA!!!

    ResponderEliminar
  8. Como já vos disse, a minha grande objecção ao projecto é a cércea que choca completamente com a escala do largo do Rato. Horrível, sim, é aquele edifício negro a seguir ao edifício Ventura Terra -- é uma pena na altura ninguém se ter manifestado. É urgente definir de uma vez por todas a questão das cérceas, e não permitir de modo nenhum excepções.

    ResponderEliminar
  9. Como se escreve? "Sem certeza" ou "Semcerteza"? É "SEM CERTEZA" COM CERTEZA. Porque raio hão-de escrever concerteza?

    E é opaco e não opáco. E discutíveis. E impossível. E edifício (curiosamente num sítio sem acento e noutro com o acento no sítio errado)

    ResponderEliminar
  10. Na verdade este projectado edifício parece-me seguramente bastante mais bonito qo que o falado montro negro junto ao prédio Ventura Terra. Mas eu não gostaria de o ver construído ali. Que não sirva de motivo a existência de uma aberração para justificar a construção daquele edifício.

    ResponderEliminar
  11. Perante projectos aberrantes como este e outros, a pergunta que faço é muito simples: e a responsabilidade social dos arquitectos onde fica em Portugal? Terão a noção de que estão a intervir em espaço público - de todos, portanto, actuais e vindouros, e não apenas no lote do proprietário x ou y? Bastará invocar a liberdade de criar e nada mais? Escala, proporção e desejo de Belo terão caído em desuso?

    Lisboa, que caminha a passos largos para a mais absoluta descaracterização, está a transformar-se numa mera montra de "obras de ruptura". Até ao dia em que ficará com uma mão-cheia de nada.

    ResponderEliminar
  12. Para mim, fazer arquitectura é contribuir para uma melhor harmonia dos espaços para uma melhor vivência nos mesmos. Sufocar o largo do Rato, fazer desaparecer o único espaço verde visível neste largo(o da procuradoria), por vaidade de determinados arquitectos que querem expor a sua obra a qualquer custo, faz-me pensar no que queremos para a nossa cidade. Para mim não.

    ResponderEliminar
  13. "A ligação à zona completa-se com a sobreposição na fachada de placas de lioz, novo e antigo, a mesma pedra do Chafariz do Rato e da Procuradoria, na rua defronte. Para manter a visibilidade dos dois monumentos oitocentistas, o edifício surge parcialmente recortado na entrada."

    Desculpe lá sr. arquitecto mas tanto a "ligação à zona" como a "visibilidade dos dois monumentos", parece-me muito melhor com os edifícios que já lá estão. Nesses dois aspectos (e outros), o seu projecto não vai melhorar absolutamente nada.

    Mas raramente os novos projectos de arquitectura
    em zonas históricas, são anunciados como "melhoradores" de coisa alguma....

    JA

    ResponderEliminar
  14. por principio não sou contra as novas construções, desde que bem inseridas ou até que rompam com o que está, inovando e provocando. A arquitectura pode e deve ter um papel importante na promoção turistica de uma cidade mas sobretudo deve ter em conta quem nela habita. Este edificio não se enquadra de maneira nenhuma no largo do Rato, não provoca, apenas agride e tenta promover, á nossa custa , os interesses de álguem. Quanto ao Arq Manuel Salgado continuo a não perceber a sua legitimidade politica quando é responsavel por aquele atentado á beira rio.

    ResponderEliminar
  15. Isto faz-me tristemente lembrar a destruição da entrada da velha vila de Cascais. Também por lá se ergueu um belo edifício... e o que ganhou a vila com isso, senão perder unidade de linhas, que, no limite, serão a base de toda e qualquer arquitectura?

    ResponderEliminar
  16. Correcção:
    A Sinagoga de Lisboa, projecto de Ventura Terra, teve a sua inauguração em 1904 e ficou sem entrada para a rua porque a legislação na altura só autoriza essa para os templos católicos.
    Salazar não é para aqui chamado.
    A questão da limitação de acessos e vigilância de tão obvia não necessita explicações sendo outra a questão da integração e acessibilidades.
    Claro que o Rato é uma coisa mais para o execrável, uma via de transportes, há muito que não é um largo e tem-se vindo a descarracterizar progressivamente, seja na sua lógica urbana seja na sua funcionalidade.
    Não penso que esta proposta contribua minimamente para o melhorar.
    Tal como para o Terreiro do Paço haveria que encontrar formas inovadoras para o transformar, sendo desde logo o transito na, pelo ex-largo uma questão fundamental e a articulação com os arredores...
    O predio proposto é de uma volumetria bizarra.
    Estive agora em Madrid... não vi nada destas coisas...
    António Eloy

    ResponderEliminar
  17. Não à destruição do nosso património!

    Não há ditadura de pseudo-iluminados arquitectos.

    Há sempre dificuladde em fazer oposição pública aos poderes, e também aos arquitectos de renome. Mas não devia ser assim. Vejam em Madrid como o Siza teve de levar em conta o que os cidadãos achavam sobre o seu trabalho. Os arquitectos não podem actuar contra a vontade dos cidaãos.

    Pedro Santos

    ResponderEliminar
  18. As minhas desculpas pelo que aqui disse acerca da Sinagoga de Lisboa.

    ResponderEliminar
  19. Aproveito para chamar a atenção para outra barbaridade que tem lugar nos dias de HOJE no nosso país.
    Ainda diziam que no tempo da ditadura é que se cometiam crimes como foi a demolição da Alta de Coimbra, do Martim Moniz, em Lisboa, e outros que tais...
    Pelos vistos o regime democrático vai deitar ao chão edificos na Baixa de Coimbra para que lá chegue um moderno metropolitano!! Viva o progresso, os modernos metropolitanos, rasgando a velha Baixa de Coimbra! Vivão as nossas elites, o presidente da C.M. de Coimbra e seus vereadores, almas iluminadas, que trarão o progresso a Coimbra e ao nosso país!

    (se acharem mesmo primordial chegar com o metro à baixa, coisa que me parece mais que duvidosa, por que não fazem um troço do percurso enterrado como é em Lisboa, e fizeram em alguns pontos no Porto?)

    Quem dsejar assinar uma petição contra este atentado, pode fazê-lo aqui:
    http://oprurb.org/aa.php?id=4&lg=pt

    Pedro Santos

    ResponderEliminar
  20. Era uma boa ideia organizar-se um abaixo assinado à semelhança do que foi feito em relação às demolições na baixa de Coimbra, não acham?

    Este é um bom local para o fazer. Deixo aqui a sugestão aos responsáveis.

    P.S.

    ResponderEliminar
  21. Parece que tudo corria bem nos tempos antigos e tudo corre mal nos nossos dias.
    As afirmações que faz são infelizes em meu entender. Dantes tudo era bom. Tudo estava em perfeitas condições. Se não me engano os Jerónimos estiveram em ruínas até ao séc XIX. Os Monumentos Nacionais estavam sob a alçada do Ministério das Finanças até há muito poucos anos. A talha dourada de uma importante igreja de Lisboa foi mandada pintar de azul pelo padre da mesma aceitando uma oferta da Robbialac. Foi em 75 que começaram a restarar a talha danificada. Em 1965 uma igreja barroca duma vila do concelho de Alcobaça foi destruída pelo padre que vendeu as talhas, quadros, santos e objectos valiosíssimos (vinham de noite buscar às escondidas) fez um barracão onde havia um monumento e dizem que comprou andares no Algarve para seu rendimento. O certo é que tudo ficou "abafado" e o bispado de Leiria limitou-se a mudá-la de paróquia. No mesmo concelho houve um castelo que foi destruído para levar as pedras para o cais de S Martinho do porto (por sinal hoje essas pedras foram substuídas e não se sabe onde param). A Igreja da Memória em Lisboa, que é Monumento Nacional até 1961 era cavalariça do quartel de Cavalaria da Ajuda. Deixou de o ser com a Guerra de África pois era precisa um sítio para porem os mortos antes de segurem para as suas famílias. O Convento de Odivelas tinha um órgão Machado e Cerveira que foi destruído para rebaixarem os tectos. Hoje fazem-se muitos crimes mas o "antigamente" não serve de exemplo. Em quase nada. Lute contra o que achar errado que hoje se faça mas não diga que era tudo bom dantes e que a democracia é criminosa. Os criminosos são os que não sabem aceitar e viver em democracia.

    ResponderEliminar
  22. Desculpem-me os muitos erros no comentário anterior, mas há coisas que me descontrolem completamente. Não tenho culpa. Há muitas coisas que com a idade aprendi a controlar mas outras não. Fico fora de mim.

    ResponderEliminar
  23. O mais triste disto tudo é que o mencionado edificio vai nascer, precisamente ali.

    Não interessa que seja de volumetria bizarra, que vá estragar definitivamente o já tão estragado largo, nada nada nada.

    Porque, tal como disse a cara Maria José Tavares, "quando toca a opinião manda quem tem poder e nunca quem tem razão."

    Que interessa que achemos isto ou aquilo, que tenhamos razão ou não...?
    Que interessa que este edificio seja tão especial que possa ser construido ali, ou em qualquer outro sitio?

    Sinceramente isto já não lá vai assim...

    ResponderEliminar
  24. Caro Vm,

    Ou eu me expliquei mal ou você percebeu mal. Admito que a culpa seja minha. Mas, eu não disse que antes era tudo bom e agora é mau!! Pelo contrário.

    Dei exemplo de barbaridades cometidas no tempo da ditadura, contrapondo que um regime superior, como é a democracia, deveria não cometer o mesmo tipo de crimes. Era este o sentido da minha intervenção e não outro.

    Saudações coriais

    Pedro Santos

    ResponderEliminar
  25. Para quem não saiba este imóvel é do Diogo Vaz Guedes que por coincidência, ou talvez não, estava na Comissão de Honra da candidatura do António Costa (PS) à CML.

    No minimo estranho!

    ResponderEliminar
  26. Queiram por favor assinar a este propósito a petição que se segue:
    http://www.petitiononline.com/lgrato/petition.html

    ResponderEliminar