26/11/2007

Objecto herege na Praça do Comércio


O que é isto?! O que está aqui a fazer?! Não há vergonha nesta cidade?!

Este objecto detestável encontra-se instalado nas Arcadas da Praça do Comércio (classificado Monumento Nacional), mesmo em frente à entrada principal do Café Martinho da Arcada (classificado Imóvel de Interesse Público). Foi "banca" de venda de livros usados durante alguns anos mas agora encontra-se abandonada e, segundo informação dos funcionários do Café, está para venda. Para venda?!
Proponho que o Forum Cidadania LX compre este objecto afim de o queimar em espectacular fogueira ao estilo da Santa Inquisição em plena Praça do Comércio (a um Domingo, naturalmente). Aceitam-se desde já contributos para a compra deste exemplar herege de mobiliário urbano de Lisboa. Obrigado.

7 comentários:

  1. Não concordo, de todo, com a proposta.

    O que o Terreiro do Paço precisa é de vida própria, a qual só pode resultar de actividades aí sedeadas.

    Alfarrabistas, daqueles com livros curisos em venda (nem precisam de ser caros), resistentes ao frio e às correntes de ar, a povoar as arcadas e a conferir-lhes segurança com o seu olhar? Venham eles, desde que devidamente licenciados e enquadrados.

    Essa é a parte do Terreiro que funciona.

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  2. Compreendo a «fúria sanguinária» do Fernando, mas concordo com o Pedro: os alfarrábios são uma das poucas peças de resistência do Terreiro do Paço.


    Não podem é estar como estão: sujos, com ar de abandono, a vender revistas e postais de agora em vez de livros antigos, gravuras, etc., como, por ex. nas margens do Sena. Mas, sobretudo, não podem estar sem clientes ... e esse é um outro problema, grave.

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  3. Que fique bem claro que eu não estou contra os alfarrabistas (sou cliente regular); estou é contra a falta de critério e cuidado dos equipamentos instalados na Praça do Comércio/Baixa; ainda recentemente (no verão) foram instalados novos quiosques da CEMUSA de dimensão e design muito intrusivos (e em locais errados, como por exemplo em frente das arcadas a bloquear as vistas do rio/praça); de facto a Praça do Comércio precisa de mais comércio desta natureza, como antiquários, livrarias, galerias de arte mas é preciso desenhar mobiliário urbano de qualidade, especificamente para o local; o que se tem observado é precisamente o contrário: os quiosques da CEMUSA, para além de feios, são exactamente iguais aos modelos espalhados pelo resto da cidade! Um quiosque para a Praça do Comércio não pode ser igual a um quiosque na Praça de Londres.

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  4. Acho curioso a última frase do último comentário do Sr. FJorge,

    " Um quiosque para a Praça do Comércio não pode ser igual a um quiosque na Praça de Londres."

    Gostava muito de saber as propostas para um e para outro local. Isto, é claro, quando os problemas a sério da cidade estiverem resolvidos, ou com a solução a meio caminho.

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  5. Penso que significa que a Praça do Comércio / Terreiro do Paço foi projectada numa época e a Praça de Londres noutra época e, como tal, o mobiliário urbano deve ter isso em conta.

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  6. Dou como exemplo, bem recente e ja publicado neste blog, da remodelacao da Av. dos Aliados no Porto pelo arq. Siza Vieira: naquela avenida portuense do inicio do sec. XX foram reconstruidos os quiosques da decada de 20. Esta pode ser uma opcao, mas tambem sera posivel desenhar um quiosque contemporaneo desde que discreto e humilde face ao espaco da Praca do Comercio. Mas em Lisboa o design dos quiosques resulta em 99% dos casos da escolha sem criterio de uma empresa privada, neste caso, a CEMUSA. Quem tiver oportunidade de visitar cidades em Franca, Italia ou Reino Unido podera constatar que nao se instala um quiosque qualquer nas pracas historicas.

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  7. Em contexto fortemente marcado por um ambiente histórico-patrimonial - como a Praça do Comércio - é aconselhavel mobiliario urbano silencioso. As estruturas instaladas pela Cemusa constituem uma inaceitavel ofensa ao património arquitectonico. A linguagem, a atitude é errada: a rudeza do desenho e dos materais dos quiosques Cemusa contrastam com a delicadeza das arcadas da Praça. No futuro, o mobiliário urbano deve ser desenhado expressamente para o local, de modo a criar uma atmosfera coerente, um ambiente limpo, sem ruidos e sem contrastes.

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