In Jornal de Notícias (18/1/2008)
Bruno Simões Castanheira
«Costa quer Governo a pagar remodelação na rede viária
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), vai debater com o Governo as intervenções que a localização do novo aeroporto e da nova ponte implicam na capital, sobretudo na rede rodoviária.
"Há um conjunto de intervenções que têm de ser feitas para suportar estas novas infra-estruturas", explicou António Costa no final de uma reunião do Executivo municipal convocada para discutir a localização do novo aeroporto de Lisboa e a nova travessia do Tejo, realizada anteontem à noite.
Na mesma reunião, estiveram presentes o presidente do Laboratório Nacional de Engenheira Civil (LNEC) e dois engenheiros que coordenaram o estudo que sustentou a decisão do Governo de localizar o novo aeroporto na zona do campo de tiro de Alcochete.
O presidente e elementos do conselho de administração da RAVE - empresa pública que gere o projecto do comboio de alta velocidade (TGV) - também estiveram na reunião para a apresentar o projecto da ponte Chelas-Barreiro, que integrará aquele transporte.
"Os 69 mil veículos diários que se estima para a nova travessia, distribuir-se-ão depois pelo conjunto da cidade. A intervenção não se esgota na ligação da ponte à cidade", sublinhou António Costa. Para o autarca, "a única forma que existe de reestruturar a malha viária da cidade é ter um conjunto de vias circulares e evitar o congestionamento do centro".
António Costa ainda não contabilizou quanto vão custar estas intervenções mas sublinhou que "são custos que estes projectos [aeroporto e ponte] têm que incorporar".
Entretanto, o Bloco de Esquerda exigiu ontem ao Governo que resgate os contratos de concessão das travessias do Tejo à empresa Lusoponte, afirmando que o Estado português tem sido o principal perdedor.
Numa declaração política lida no plenário da Assembleia da República, a deputada bloquista Helena Pinto afirmou que o negócio de concessão da ponte Vasco da Gama à Lusoponte é "inaceitável", porque quem ficou a perder foi o Estado. "O Estado deve resgatar e não renegociar a concessão, seguindo o parecer da Procuradoria-Geral da República que põe em causa a exclusividade da Lusoponte sobre as travessias do Tejo", defendeu.»
Este é um tema que será objecto, espero, de um movimento de cidadania de dimensões assinaláveis e que, espero outra vez, impeça o pior. Que comece já hoje! Aceitam-se contributos!
S.F.F. Mandem-nos as vossas ideias!
A ponte "desaguará" na zona de Chelas, que é uma das zonas menos movimentadas e sobrecarregadas da cidade e já dispõe de grandes vias estruturais como o prolongamento da Avenida Estados Unidos da América e a Via central de Chelas.
ResponderEliminarEsta última está incompleta, pelo que urge terminar a sua extensão até ao Rio Tejo (Av. Infante D. Henrique, e terminar a extensão da Avenida Afonos Costa (Olaias) até esta via.
O problemas é que estas vias confluem para zonas já movimentadas (Rotunda do relógio, Areeiro, Santa Apolónia, Parque das Nações).
Corre-se o risco de, por exemplo, se fazer o malfadado viaduto ou túnel de ligação à Ave, EUA, eliminado de vez a placa central de árvores.
O problema também não pode ser visto apenas na zona em concreto, mas no contexdto global da cidade, que carece de vias circulares. Se orlharmos para o mapa de Lisboa verificamos que a maior parte das vias rodoviárias são radiais e confluem para o centro da cidade, onde não há espaço para fazer mais vias.
Mesmo que se consiga fazer uma ligação directa da ponte ás vias rápidas que circundam a cidade, irá confluir nas já congestionadas segunda circular e CRIl.
Ou seja, contra tudo o que se devia fazer, aesta grande obra entre no centro e não na periferia.
No entanto, a fazer-se, terá de tentar, a todo o custo (e será grande porque a cidade não suporta mais viadutos, tendo de se optar por túneis) fazer a ligação directa a vias exteriores da cidade. Ou seja, a entrada directa no centro da cidade terá de ser uma alternativa e não a principal fuga.
De qualquer forma, contionuo a olhar para o mapa de lisboa e não consigo vislumbrar solução.
Eu proponho um cartaz de boas vindas para os recém-chegados, à saída da ponte ao chegar a Lisboa :)
ResponderEliminarDepende o que entende por "acontecer o pior".
ResponderEliminarPara mim, o pior já está praticamente assegurado: uma nova travessia rodoviária, com a agravante de acabar numa zona mais central.
Claro que a ponte não pode acabar numa ruela, mas defender mais vias (sejam circulares ou não) para uma zona que de tecido urbano já tem pouco, sendo mais uma rede de vias-rápidas que outra coisa, como o prolongamento da Av EUA, acaba por ser a defesa da extinção do pouco que ainda existe.
Ora aí está, Miguel, a Av.E.U.A. parece ser uma das mártires ... de novo, o pior vem aí.
ResponderEliminarNão creio, Hugo, que túneis sejam a solução. A ponte é que não deve ser ali.
Já se diz que o fundeamento de navios no Mar da Palha, a ir avante esta ponte, será impossível.
A manobra de atracagem de qualquer barco a montante de Santa Apolónia, tb ... BOA notícia sobre o (im)possível terminal de cruzeiros de Santa Apolónia.
Etc, etc., do ponto de vista de resistência a intempéries, assoreamento do rio e elevados custos de manutenção. vamos ver...
ESTÁ TUDO CEGO?!!!
ResponderEliminarOs comentários acima passam ao lado do essencial. Então não estão a ver onde vai dar esta "combersa"? É ÓBVIO que o que o Costa quer é pôr o Governo a pagar a construção da CIRCULAR DAS COLINAS, projecto tão querido ao vereador Salgado (ele lá saberá porquê...).
Para quem não se lembra, esta circular (igual à segunda circular em carros, ruído e monóxido de carbono, mas com semáforos) está prevista começar na subida da Infante Santo, PASSAR EM TÚNEL DEBAIXO DO JARDIM DA ESTRELA (!!!!), subir o Conde Redondo, passar na Estefânia, atravessar a Almirante Reis (EM NOVO TÚNEL, agora debaixo do BAIRRO DAS COLÓNIAS!!!!) e desaguar no vale de Santo António - à nova ponte será um pulinho...
Face a projecto tão modesto e de tão reduzido impacto, será que agora também terão a lata de dizer que até é amigo do ambiente, como Santana&Carmona disseram do Túnel do Marquês?...
Olhe não tinha pensado nisso..
ResponderEliminarMas de facto aquela defesa de um "conjunto de vias circulares e evitar o congestionamento do centro"" cheira de facto mesmo muito a circular das colinas
Circular das Colinas?
ResponderEliminarViaduto na Av.E.U.A.?
Via da Meia-Encosta?
VADE RETRO SATANÁS!
Caro Paulo,
ResponderEliminarBasta olhar para um mapa de Lisboa e ver onde vai entroncar, a nascente, a circular das colinas.
Dali ao Vale de Chelas é um pulinho, estamos mesmo a pedi-las.
Paulo eu não disse que concordo com os túneis.
ResponderEliminarMas meter uma mega ponte a desaguar no meio da cidade é mesmo a justificar a única possibilidade: túneis e mais viadutos.
De certeza que a circular das colinas (com tuneis), a via da meia encosta e a a transformação de avenidas centrais em vias rápidas vai ser a solução encontrada.
A construção da ponte é um pretexto, até porque ela só faria mesmo sentido se o aeroporto fosse para RIo Frio ou poceirão.
Ficando em alcolhete só faz sentido uma ponte para o montijo ou túbnel, até porque em termos de transito rodoviário a ponte vasco da gama suporta o acrescimo.
Só fazia mesmo falta uma ponte ferroviária para trazer os habitantes da margem sul (sem carro) á cidade e mais o TGV.
Escolhido o local do aeroporto faltam agora as travessias, mas parece-me que, uma vez mais, está a escolher-se uma má solução:
ResponderEliminarEu continuo a insistir numa travessia apenas ferroviária para o TGV e outros comboios, entre Montijo e Chelas. A rodoviária seria feita entre a Trafaria e Algés, fechando a CRIL que termina subitamente numa rotunda em Algés.
Com a deslocação de parte do trânsito da ponte 25 de Abril para a Trafaria-Algés, a ponte 25 de Abril ficaria disponível para receber o trânsito que usa actualmente o Montijo dada a saturação da 25 de Abril.
O trânsito do novo aeroporto far-se-ia assim, sobretudo pela ponte já existente no Montijo.
Parte do seu actual trânsito transitaria, como disse, para a 25 de Abril ou deixaria existir porque os actuais utentes passariam a utilizar o comboio.
A travessia Trafaria-Algés, por ponte ou por túnel, terá um dia que ser feita porque a CRIL termina de forma abrupta em Algés, o que é absurdo: pode ser agora, daqui a 10, 20 ou 30 anos mas será inevitável e agora sempre se aproveitavam algumas ajudas comunitárias.