Depois do anúncio o primeiro-ministro sobre a construção de uma ponte entre Chelas e o Barreiro compreendendo o modo ferroviário convencional e de alta velocidade e ainda o modo rodoviário, o ministro Mário Lino anunciou agora mais um recuo do governo no processo do aeroporto mandatando o LNEC para estudar as alternativas para a terceira travessia do Tejo.
O anúncio da localização da terceira travessia do Tejo foi baseada apenas na interesse da REFER/RAVE que há muito insiste nessa solução e num estudo de uma comissão “independente” nomeada pelo governo apenas para estudar a vantagem da inclusão do modo rodoviário na travessia Chelas Barreiro.
Sobre a terceira travessia do Tejo não foram ainda efectuados estudos comparativos das soluções alternativas que diversos especialistas têm sustentado. Foi óbvia a precipitação do anúncio do governo sobre esta matéria. Finalmente o governo, através do ministro Mário Lino, veio agora admitir a precipitação e a falta de estudo suficientemente aprofundado para uma decisão bem fundamentada.
Foi um recuo, mas como no recuo quanto à localização do novo aeroporto, é um recuo por um bom motivo: evitar, uma vez mais, uma decisão precipitada.
No entanto começa a ser demasiado frequente a constatação de precipitações do governo em questões tão importantes para o país. Estas situações provocam uma preocupante sensação de estarmos a ser governados sem a necessária ponderação e que o país corre o risco de sofrer, a cada passo, as consequências de decisões precipitadas.
Neste sentido, afim de evitar precipitações e más decisões, seria útil (para o país) que o governo mandasse ainda estudar de modo aprofundado as alternativas quanto ao traçado da linha de alta velocidade, bem como a hipótese de manutenção de funcionamento do aeroporto da Portela ainda que em moldes diferentes dos actuais.
Não posso deixar de referir que este recuo do ministro Mário Lino vai precisamente ao encontro do que defendi num artigo também aqui publicado com o título: "Depois do aeroporto".
Relativamente às questões rodoviárias há várias soluções tecnicamente sustentadas. Umas e outras têm vantagens e inconvenientes. Falta estudar!
António Prôa
Não quero de modo nenhum defender o governo, com o qual eu discordo frontalmente na grande maioria dos pontos nesta discussão da ponte & aeroporto, mas não posso deixar de notar que não se trata de um recuo.
ResponderEliminarLembro-me de no próprio dia do anúncio do aeroporto em Alcochete, o governo ter dito que a discussão sobre a ponte não estava fechada.
bolas. Sr António Prôa, porque é que temos de o aturar? Depois da sua obra de vanguarda: a bandeira no alto do parque, que tipo de aspirações politicas é que ainda pensa que os lisboetas lhe vão permitir? esta fúria de 'conversas' são sinal de desemprego?
ResponderEliminarParabéns! É pena que em Lisboa o PSD esteja calado... Mas é melhor não chamar recuo se não o governo amua e é teimoso.
ResponderEliminar"Afim de evitar situações.."
ResponderEliminarOlhe que "afim de" é diferente de "a fim de".
Feliz "recuo", "contemplação", "rerereconsideração", whatever!
ResponderEliminarPode ser que ainda se vá a tempo de impedir a construção da ponte!
Era bom, era!
O importante é conseguir que a ponte não ponha mais carros dentro de Lisboa. Mas que cidade queremos? E a Câmara Municipal o que acha desta possível asneira?
ResponderEliminarA Câmara acha que não pode ser "egoísta", e logo não quer contrariar a entrada de mais dezenas de milhar de veículos por dia na cidade...
ResponderEliminarE vai dando a entender que são necessários mais túneis e afins para "compensar" a coisa.
Na reunião que houve do executivo com o director do LNEC e da Rave (onde esteve presente o autor deste post e o sr. António Proa) só o grupo Cidadãos por Lisboa questionou ps srs sobre os estudos sobre a nova travessia e a necessidade de ponderar cuidadosamente todas as alternativas.
ResponderEliminarO Presidente pareceu ficar enredado na argumentação que foi apresentada pelos refeidos técnicos e estava na disposição de dar-lhes seguimento.
Ficou, dada a nossa posição, e o silêncio de outros o assunto também de ser ponderado.
Agora parece que António Proa deita foguetes. Na reunião não o ouvi sobre o tema. Estaria distraído?
Sim referiu o impacto negativo da travessia rodo-ferroviária para o Barreiro.
CC
António Eloy
O comentário do do senhor António Eloy (que não conheço) não correspode à verdade. Os factos podem ser verificados no registo magnético da reunião. E são distintos do que aqui é referido. Não sei se esteve na reunião e se sim se esteve sempre presente. Mas se sim , quero querer que nem sempre esteve atento, pois não creio que este comentário seja de má fé. Terá sido apenas falta de atenção.
ResponderEliminarMas importante mesmo é evitar que qualquer ligação rodoviária a Lisboa não coloque mais automóveis directamente no centro da cidade de Lisboa. A travessia Chelas Barreiro em modo ferroviário é um erro! Não sei se é a posição do movimento de cidadãos por Lisboa. Espero que sim, a bem de Lisboa...
Por que razão a travessia ferroviária Chelas-Barreiro é um erro?
ResponderEliminarSerá porque...
- ...permite a circulação de comboios suburbanos entre Lisboa e o Pinhal Novo em menos de 30 minutos, face aos actuais 40 dos Intercidades considerando Entrecampos como estação de referência?
- ... reduz a ligação Intercidades/Alfa Pendular entre Lisboa e as cidades do Sul de 20 a 30 minutos?
- ... permite reforçar a ligação entre o Barreiro e Lisboa na qual os barcos de manhã andam à pinha?
- ... faz com que a ligação em AV entre Lisboa e o Caia demore tanto tempo como o Intercidades de Lisboa a Setúbal?
- ... permite a ligação ao novo aeroporto através de comboios procedentes de qualquer ponto de Lisboa como Olivais, Braço de Prata, Sete Rios ou Alcântara?