26/02/2008

E se de repente aparecesse um miradouro no Carmo?

In Público (26/2/2008)

«Fazer no Carmo um jardim-miradouro, com esplanada e vista sobre a Baixa, é um dos projectos estruturantes para começar a dinamizar esta zona da cidade que a autarquia pretende levar por diante. O espaço será arranjado à custa da demolição de anexos degradados que a GNR construiu junto ao seu quartel e terá ligação quer ao museu das ruínas do Carmo, quer ao futuro museu da Guarda Nacional Republicana, quer ainda ao elevador de Santa Justa.
No séc. XIX havia ali um jardim, que entretanto despareceu. O muro da Rua do Carmo junto à loja de Ana Salazar é uma das fronteiras do recinto hoje ocupado pelos militares. O acesso público por meio mecânico - escadas rolantes, por exemplo, ou elevadores - entre a Rua dos Fanqueiros e a Rua da Madalena, para o estabelecimento da ligação entre o vale da Baixa e o castelo, através do mercado de Chão de Loureiro, é outro dos projectos. Vem - tal como o anterior, embora no primeiro caso com alterações significativas em relação aos usos propostos - do tempo em que o arquitecto Manuel Salgado não era ainda vereador do Urbanismo, mas um dos notáveis encarregues pela autarquia de estudar a reabilitação da Baixa.
O terceiro projecto relaciona-se com a instalação do museu do Banco de Portugal, que deverá ser dedicado à moeda, na antiga Igreja de S. Julião, que a instituição bancária usa há muito como parque de estacionamento e depósito de cofres-fortes desactivados. A ideia é que quando a obra estivesse pronta a entrada no banco se passasse a fazer por aqui.
Por fim, a câmara quer colocar a colecção de Francisco Capelo que dará lugar ao Museu do Design e da Moda na antiga sede do BNU, um quarteirão devoluto da Rua Augusta desenhado pelo arquitecto Cristino da Silva defronte da CGD.
São cerca de mil objectos de mobiliário e utilitários de design e 1200 peças de alta-costura relacionados com os momentos artísticos mais marcantes do século passado que a autarquia desistiu de exibir num palácio em Santa Catarina e prefere mostrar na Baixa. A abertura está prevista para 2009. No entender do vereador, estes são projectos essenciais para reabilitar e revitalizar a Baixa. A sua concretização "não pode ficar a aguardar a entrada em vigor do futuro plano de pormenor". Na realidade, há muito que os serviços da autarquia preparam regulamentos e até um plano de pormenor para a Baixa. Tudo tem ficado na gaveta. »

Não parecem más ideias, as ideias de abrir um miradouro no patamar inferior do balcão do Quartel do Carmo, instalar a colecção Capelo no edifício do BNU, ou a reabilitação da Igreja da 'Nossa Senhora dos Mercedes', do Banco de Portugal. São boas ideias a mais, e quando a esmola é grande ...

4 comentários:

  1. Tudo excelentes ideias!

    Se for por diante, já vão ser um grande empurrão.

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  2. Concordo. Boas, e bem precisas, ideias para ajudar a Baixa a sair da decadencia em que se encontra. E afinal, muitas destas ideias precisam apenas de pequenos a medios investimentos financeiros.

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  3. E quanto à ideia que a Freguesia dos Mártires lançou em se criar um novo Jardim-Miradouro no Largo da Academia de Belas Artes, naquele espaço ocupado pelo Grupo Entreposto? Esta exelente ideia devia ser apresentada ao novo Vereador do Urbanismo.

    A vista daquele local é das mais bonitas de Lisboa (melhor que a do Carmo). Mas é um verdadeiro desperdicio (para não dizer uma vergonha) que esteja a ser utilizado como parque de estacionamento.

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  4. O Museu do Banco de Portugal é uma iniciativa do próprio Banco de Portugal. Não conheço ao certo o modelo de financiamento, mas penso que fica fora do alcance da Câmara Municipal.

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