In Jornal de Notícias (20/2/2008)
Bruno Simões Castanheira
Telma Roque
«Têm sido muitos os carros rebocados em cima do passeio
A s multas e o bloqueamento de viaturas em Alcântara estão a deixar comerciantes e moradores com os nervos em franja. A presença mais assídua da Polícia Municipal, desde Dezembro, na sequência de queixas de munícipes, fez com que o estacionamento se transformasse numa dor de cabeça. A falta de espaço obriga à transgressão e esta leva à multa. Até o presidente da Junta de Freguesia, José Godinho, veio gritar um "basta" através de uma carta aberta ao vice-presidente da Câmara de Lisboa. (...)»
A zona é (mal) servida pela Carris, e o resto é nada. Como o português tem apetência pelo pópó e por estacionar onde lhe dá na gana, é inevitável que isto aconteça. O português só aprende com a 'cenoura e o casse tête'.
A questão nem é se a zona é bem servida por transportes ou não. Onde é que os moradores deixam o seu carro quando não o estão a usar? Simplesmente não há espaço? Qual a solução?
ResponderEliminarImagino que o Paulo Ferrero preconize uma espécie de "solução final" para as pessoas que lá moram
Interrogo-me como é que as pessoas viviam antes de pegar a moda parva do pópó. É que na minha família nunca pegou... não é propriamente dificil viver em Lisboa e trabalhar em Lisboa. Nós fazemos isso há 4 gerações. Nunca morei a mais de 5 minutos de um supermercado ou mercearia, a minha escola primária era em frente á minha casa, a secundária a um quarteirão, e tinha autocarro para a universidade tb bastante perto... não ponho os pés num centro comercial há imenso tempo.
ResponderEliminarApesar de ser totalmente contra o estacionamento selvagem, defendo que antes de se tomarem medidas restritivas ao trânsito e estacionamento automóvel em determinada zona da cidade, devem ser ponderadas as alternativas.
ResponderEliminarCaso já existam transportes públicos minimamente suficientes, estacionamento de superfície ou subterrâneo, ou as caracterísiticas fisícas (zona antiga, ruas estreitas etc) da zona não permitam outras medidas, então sim dever-se-á partir para a limitação do estacionamento e o trânsito ao máximo razoável possível.
na minha família nunca pegou... não é propriamente dificil viver em Lisboa e trabalhar em Lisboa. Nós fazemos isso há 4 gerações
ResponderEliminarpor curiosidade, e para me divertir um bocado, qual é o vosso ramo de actividade?
Não concordo com o Daniel:
ResponderEliminarSe nos limitarmos a ficar à espera que se crie a tal rede de transportes públicos baratos e eficazes nunca mais haverá solução.
Tem de se avançar, desde já com pesadas limitações ao estacionamento e circulação automóvel.
Até porque assim mais pessoas (para quem o uso do automóvel vai deixar de ser comportável) estarão disponíveis para exigir a melhoria dos transportes.
As duas coisas terão de avançar a par.
Mas lembro-me desta discussão, há cerca de 10 anos atrás quando começaram a ser introduzidos parquímetros em Lisboa...
ou seja, primeiro instala-se o caos e espatifa-se a economia, depois logo se vê
ResponderEliminarjá o daniel preconiza uma morte lenta
Depois de décadas a investir, cegamente, no transporte individual, não é de admirar que Lisboa esteja neste caos. O transporte público foi destronado pelo transporte individual e isso veio, irónicamente, desqualificar o dia a dia das pessoas, com carro ou sem carro. Mas infelizmente os lisboetas ainda acreditam que a solução passa pela CML construir um lugar de estacionamento - gratuito, claro - para cada munícipe e à porta da casa de cada um. Inverter esta situação absurda e caótica a que se chegou vai exigir muita coragem política para se conseguir alterar o actual paradigma da mobilidade urbana.
ResponderEliminarA questão nem é se a zona é bem servida por transportes ou não. Porque é que tantos moradores compram carro quando há alternativas? Simplesmente não há espaço para tantos carros! Todos terem carro não é a solução!
ResponderEliminarImagino que o Filipe Melo Sousa preconize uma espécie de "solução fuga-para-a-frente" para as pessoas que lá moram.
Não é minimamente da sua conta, mas o meu bisavo era um reles padeiro que no fim da sua vida já vivia dos predios de rendimento, uma fabrica de pao e uma rede de padarias (e tudo isso ainda existe), o meu avo tinha um cabeleireiro na baixa, a minha avó e a minha mae trabalhavam na EDP (supervisora do centro de atendimento do marques / informatica no saldanha, respectivamente), eu sou eng. informatico e empresario tb, sempre vivemos e trabalhámos no centro e antigamente não era habito levar o carro para o trabalho... era mais para os passeios de fim de semana.
ResponderEliminarSinceramente, o meu sogro foi o unico rapaz da aldeia dele q sucedeu na vida, pelo simples facto de que ao contrario da gentinha preguiçosa ele fazia 30km de bicicleta todos os dias para ir ao liceu e obter uma educaçao que culminou com um doutoramento em economia, uma posiçao na direccao financeira de uma multinacional e 1900 contos/mes de rendimento.
Os outros, como nao tinham nada q fazer, provavelmente reproduziram-se q nem coelhos e hj em dia os filhos e netos deles fazem parte da gente reles que invadiu lisboa e que tem tão pouca vontade de trabalhar que nem um quarteirão querem andar a pé, e acham q é por terem carro que são alguem.
Esta vale a pena republicar.. vale mesmo
ResponderEliminarOs outros, como nao tinham nada q fazer, provavelmente reproduziram-se q nem coelhos e hj em dia os filhos e netos deles fazem parte da gente reles que invadiu lisboa e que tem tão pouca vontade de trabalhar que nem um quarteirão querem andar a pé, e acham q é por terem carro que são alguem.
O autor deste texto ou não é morador de Alcântara, ou então não anda de transportes públicos!!! Não sei como pode dizer que esta zona é mal servida de transportes... Carris: eléctrico 15 e 18, autocarros 14, 20, 38, 32, 28, 42, 51, 27, 49, 60, etc..., comboios Linha de Sintra (Alcântara-Terra) e Linha de Cascais (Alcântara-Mar). Isto não é suficiente? Para mim é.
ResponderEliminarDe que serve ter um carro à porta se não ha gasolina? De nada serve citar os transportes, se estes não servem o destino pretendido.
ResponderEliminarFilipe, não conheço cidade onde existam autocarros individuais para servir "o destino pretendido" de cada um! Podemos sempre sair e apanhar outro meio de transporte que sirva o tal "destino pretendido"...
ResponderEliminarSim, com horas de espera, se nenhum dos muitos transportes estiver em greve. Grande estilo de vida.
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