In Jornal de Notícias (17/3/2008)
«O investigador Paulo Guerra dos Santos conclui, passados 50 dias do projecto "100 dias de bicicleta em Lisboa" - iniciado a 1 de Janeiro de 2008 - que Lisboa "não é das sete colinas, mas sim um grande planalto".
Este engenheiro civil, projectista de vias de comunicação e transportes, através deste projecto pretende analisar o potencial ciclável de Lisboa a fim de apresentar soluções para tornar a bicicleta um meio de transporte mais eficiente e ecológico em articulação com os demais meios de transporte - o automóvel e os transportes públicos.
Após 50 dias, este investigador da área dos Transportes afirma que "mais de metade de Lisboa é quase plana e que é possível fazer da bicicleta o meio de transporte desta cidade", pois cerca de 67.4 da cidade tem inclinações inferiores a dez por cento, o que representa "boas condições para pedalar diariamente".(...)»
Levou 50 dias para abolir 7 colinas e deslocalizar um referente.
ResponderEliminarClaro que este estudo de 50 dias não faz com que Lisboa deixe de ser a das sete colinas, embora as sete colinas estejam situadas en 32, 6 por cento da área de Lisboa. Justamente a área que mais se destaca, et pour cause, em altura e qualidade do construído e que é de longe a área mais interessante para viver dada o contraste, o enquadramento, a pluralidade de vistas e o intimismo proporcionado pela escala : além do fluxo menor de trânsito.
Não sei como o Guerreiro dos Santos chega à conclusão falaciosa de que Lisboa é um grande planalto: arrasou as 7 colinas, suprimiu-as num passe estatístico, esmagou-as debaixo de uma área que inclui certamente a das neo-Lisboas - qualquer dia o Cacém conta, o Barreiro...
Para fornecer argumentos à deslocação em bicicleta, não é preciso arrasar as colinas nem essa simpática e simbólica imagem de Lisboa que como Roma e São Francisco tem esse privilégio que a torna ímpar ter sete colinas, toidas elas sempre surpreedentes. Já subi mais de mil vezes a cada uma delas, a pé, pois claro, e nunca me deixaram de surpreender.
Seja isto dito, eu vivi em Amsterdam onde me deslocava nas "bicicletas brancas", meio fantástico de transporte e que toda a gente salvo alguns emigrantes rancorosos e desintegrados e alguns turistas patológicos tratava bem, com orgulho e simpatia. Por isso veria com bons olhos alguma biciletização de Lisboa. Mas neste momento a menos que uma pessoa seja um ás do pedal é suicida andar de bicicleta em Lisboa, salvo aos fim de semana, quando a horda dos suburbo-autómatos nos deixa em paz, com espaço e tempo nas ruas.
Ir dar um giro à beira-rio entretanto é melancólico, sabe a reserva índia e a paróquia, a parque infantil misto e unisexo.
Sendo assim, acho que para fomentar a bicicleta não é preciso ser tão extremista e bulldozerizar as colinas, reduzindo-as a insignificantes cotas de altura, que se podem perfeitamente esquecer.
Aliás subir colinas é uma coisa que um cilcista gosta de fazer. Por isso ou eu me engano muito ou a cidade das bicicletas na cabeça deste sonhador que abole as colinas está a ser concebida para hedonistas moles, apreciadores de soluções "fáceis" e "cómodas" e que se possam deslocar sempre na horizontal planáltica. Mais um triunfo do expedito e reducionista pensamento pequeno-burguês que aliás é o dominante em perspectiva?
Caríssimo, eu desloco-me em 2 rodas diariamente e concordo com esse senhor. Vivo em alcantara, facilmente me desloco até á baixa, expo, ou belem. São "só" as 3 principais zonas de lazer da cidade :)
ResponderEliminarAlvalade, Benfica, Campo de Ourique, Avenidas Novas, Campo Pequeno, Campo Grande... há muitas zonas relativamente planas onde podemos fazer pequenas deslocações. Ir ás compras, a um bar ou café, a um teatro, cinema ou jardim, visitar um familiar ou amigo que more perto...
Claro que se quiser dar uma volta pelo Castelo, Bairro Alto, Graça, ou Alfama como é óbvio não vou de bicicleta.
Os principais eixos viários da cidade, construídos em cima de antigas ribeiras, são pouco inclinados. Av. Liberdade, Av. Almirante Reis, já as fiz todas e não morri.
Deixo o meu testemunho também, uma vez que uso bicicleta frequentemente nas minhas deslocações para o trabalho e de lazer.
ResponderEliminarApesar do preconceito e comodismo dos portugueses que os impede de usar este meio de transporte, é viável, saudável e agradável a utilização de bicicleta na cidade. Mas poderia ser ainda muito mais caso se criassem melhores condições como ciclovias, maior aceitação nos transportes públicos, sensibilização dos condutores, etc.
Sinceramente, acho que essa mania das bicicletas em Lisboa é um perigo para toda a gente.
ResponderEliminarMais: para o bem de todos, incluindo os ciclistas, contra quem nada tenho, só devia ser possível circularem onde houvesse ciclovias.
Já por mais de uma vez presenciei desvios súbitos de automóveis, travagens repentinas, passagens a centímetros de ciclistas e até um atropelamento.
Se calhar, o problema está mais nos automóveis do que nas bicicletas.
ResponderEliminarDigo eu...
Lisboa é uma cidade perfeitamente ciclável. Basta criarem-se as condições para isso. E nem sequer é necessário investir em ciclovias nem terraplanagens.
ResponderEliminarTudo o que é necessário é controlar o estacionamento, fazer cumprir cumprir o código da estrada e criar mais locais onde se possa estacionar a bicicleta.
Na belgica não é só um desporto nacional mas também o transporte favorito.Desde da idade 3 até de 99todos andam de bicicleta . Os últimos anos tornou-se popular a bicicleta com reboque para transportar as compras ,muito prático e extremamente saudável. Eu Praticante intenso deste desporto ,posso conselhar ao todos lisboetas andar de bicicleta .
ResponderEliminarcumprimentos um belga a visita
"Sinceramente, acho que essa mania das bicicletas em Lisboa é um perigo para toda a gente."
ResponderEliminarO único perigo que vejo é a existência de pessoas com essa mentalidade.Os automóveis têm travões e devem respeitar os limites de velocidade. O problema é que 90% dos cidadãos que usam carro na cidade comportam-se como umas bestas e acham-se com mais direitos que os restantes.Portagens à entrada da cidade urgentemente, tolerância 0 às transgressões ao código da estrada, estacionamento caro....Vamos devolver a cidade às pessoas e tirá-la das latas....