In Público (18/4/2008)
Luís Filipe Sebastião
«A estação da zona oriental de Lisboa vai ser ampliada pelo arquitecto espanhol que colocou uma obra "no mapa da arquitectura portuguesa"
Enquanto o trânsito no centro de Lisboa se encontrava paralisado, em consequência de uma manifestação, o primeiro-ministro, José Sócrates, deslocou-se ao Parque das Nações para assinalar o lançamento de uma obra fundamental para a rede de alta velocidade, a ampliação da estação do Oriente para receber o futuro TGV. O presidente da autarquia lisboeta, António Costa, aplaudiu o projecto e defendeu que Santa Apolónia deixe de ter uma função ferroviária.
"Não quero que Portugal fique para trás na rede de alta velocidade europeia", disse José Sócrates, considerando que o país "não pode perder mais tempo" para avançar com um projecto fundamental para o desenvolvimento da economia e a "comodidade" dos cidadãos. O primeiro-ministro, que falava após a assinatura do contrato entre a Rave (Rede Ferroviária de Alta Velocidade) e o arquitecto Santiago Calatrava para a adaptação da estação do Oriente, considerou que a obra "entrou no mapa da arquitectura portuguesa". A ampliação da gare intermodal de Lisboa, projectada pelo arquitecto espanhol, de cuja obra Sócrates se confessou admirador, já é "um ícone urbano" da cidade e será um "símbolo" do desenvolvimento da alta velocidade no país.
O projecto de ampliação, que deverá ser concluído até 2013 e terá um investimento de 82 milhões de euros, prevê o alargamento da estação no sentido transversal para a criação de mais duas plataformas e mais três linhas, com prolongamento de 300 para 415 metros. Duas das linhas serão para a alta velocidade e um dos novos terminais apoiará a ligação ao novo aeroporto através de shuttle, de forma a que o check-in possa ser efectuado logo na estação do Oriente.
A solução para a nova estação central de Lisboa, segundo a Rave, será "uma oportunidade de reequacionar o conforto, a gestão do tráfego rodoviária e do tráfego interno (táxis e outros transportes públicos), bem como a sua conservação". O programa preliminar da futura estação incluirá as áreas restritas à alta velocidade, beneficiação das zonas comerciais, novas bilheteiras e acessos aos transportes rodoviários e ao metropolitano e ao parque de estacionamento.
"Apeadeiro" do Oriente
Para que a adaptação da estação do Oriente possa correr sobre carris, tendo em conta o impacte da obra no tecido urbano envolvente, foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre a Rave, Rede Ferroviária Nacional, Gare de Lisboa, Parque Expo e Câmara de Lisboa. O presidente da autarquia, António Costa, lamentou que as condições proporcionadas pela construção da Gare do Oriente tenham sido "desperdiçadas durante dez anos como um apeadeiro". O autarca espera, por isso, que a criação da futura gare central de Lisboa sirva para se equacionar o destino a dar ao ramal de Santa Apolónia (texto ao lado).
Mário Lino, ministro das Obras Públicas, defendeu que chegou o momento de avançar, para além da terceira travessia do Tejo, com a concretização da alta velocidade, com o lançamento da parceria público-privado para o troço Poceirão-Caia.»
O que tem 'imensa' lógica, agora que o Metro, finalmente, chega a Santa Apolónia. Ou será que os tais turistas dos gigantones paquetes que hão-de (?) atracar em frente à futura ex-estação ferroviária internacional, vão entrar no Metro? Será que a ideia do Metro ali era para se fazer as cargas e descargas na mercearia ao lado do Lux?
"desperdiçadas durante dez anos como um apeadeiro"....e se uma obra daquela envergadura vai ter que ser alterada passados dez anos....parecem um pouco duvidosos os planos iniciais....
ResponderEliminarJA
Não podes estar mais certo!
ResponderEliminarCaricato Socrates ter grande admiração pelo "ícone urbano", ao ver os projectos que assinou e do qual é "responsavel". Agredecemos mas o seu gosto é duvidoso.
Quando determinados responsaveis, tecnicos e politicos, fazem uma determinada obra e esta tem que ser reequacionada ao fim de 10 anos, e a todos os níveis, depois de gastarem milhares ao erário publico, continuam a opinar e a tomar decisões, não podemos deixar de lamentar. Vejam bem o discurso "uma oportunidade para reequacionar o conforto, a gestão,zonas restritas, acessos...", vejam só e a cereja no bolo é a besta do espanhol em vez de ser penalizado pela obra que fez ainda vem buscar 82 milhoes de euros, andam mesmo a reboque dos espanhois.
Enganem pois sabemos quem são os responsaveis e a seu tempo serão responsabilizados, quanto mais não seja nas urnas.