In Público (16/4/2008)
«O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, apelidou de "interessante" a proposta do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para que a circulação ferroviária na nova ponte sobre o Tejo preceda a rodoviária.
Para António Costa, ter comboios a circular primeiro na travessia Chelas-Barreiro é "uma boa ideia por parte do LNEC", ainda que tal medida não implique que a construção do eixo rodoviário seja retardada face à componente ferroviária.
As declarações do presidente da autarquia foram proferidas ontem após a reunião extraordinária do executivo municipal, que se debruçou exclusivamente sobre o relatório do LNEC relativo à terceira travessia do Tejo.
As consequências da nova ponte para a cidade de Lisboa estiveram no centro da discussão e levaram mesmo os vereadores do grupo Cidadãos por Lisboa a apresentar uma moção exigindo que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) sobre a terceira travessia contemple uma "avaliação cuidadosa e tão rigorosa quanto possível" das suas implicações para o município.
Segundo os Cidadãos por Lisboa, o EIA deve atentar ao "ordenamento do território e conflitos de interesses entre a margem direita e a margem esquerda do rio Tejo", não descurando as políticas nacional e regionais de desenvolvimento sustentável.
Mas o grupo de Helena Roseta propõe também que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) "exija" do Governo uma avaliação do impacte paisagístico e ambiental da nova ponte e das consequências que ela terá para os transportes da cidade e para o funcionamento do Porto de Lisboa.
A par dessa reivindicação, a moção prevê ainda que se estude as obras que a terceira travessia irá implicar, bem como os respectivos custos financeiros e ambientais. Aferir o impacto na bolsa dos cidadãos (portagens e tarifas dos transportes colectivos) é outra das reivindicações.
Segundo a proposta dos Cidadãos por Lisboa, o EIA deve ser virado para o futuro e incluir previsões sobre o crescimento populacional e urbano nas duas margens.
Moção exige debate público
A participação activa dos cidadãos na discussão sobre a nova travessia do Tejo é outra das propostas dos Cidadãos por Lisboa, para quem a autarquia deve preparar, em colaboração com a assembleia municipal, um "amplo debate público sobre o EIA".
"Propomos que a CML não prescinda de tornar claras as dificuldades que a introdução do modo rodoviário vai trazer ao funcionamento da rede viária da capital e apresente soluções alternativas mais sustentáveis e compatíveis com a melhoria do ambiente urbano e da qualidade de vida dos lisboetas", lê-se no documento.
Embora apresentada ontem, a moção do grupo de Helena Rosetadeverá ser votada hoje em mais uma reunião extraordinária do executivo camarário. PÚBLICO/Lusa»
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ResponderEliminarFiquei sem perceber porque é uma boa ideia...
ResponderEliminar"Fiquei sem perceber porque é uma boa ideia..."
ResponderEliminarÉ uma forma de sensibilizar as pessoas para o uso dos transportes públicos. Algumas pessoas que por (mau) instinto iriam dsde logo utilizar o carro nessa travessia ao menos experimentam o combóio - é uma questão pedagógica, obriga as pessoas a pensar antes de optarem pelo automóvel na deslocação.
Como complemento à notícia do post, segue notícia semelhante no CM, que mostra que o PS ficou "isolado".
ResponderEliminarClaro que se o governo fosse outro, seria outro o partido a ficar isolado, mas enfim...
Já agora sublinho a posição de Carmona: que é feito do raio da Autoridade para os Transportes? Ainda chega antes do aeroporto?
(Mais uma vez se o governo fosse outro, seriam outros com esta posição)
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Os vereadores da Câmara de Lisboa rejeitam a componente rodoviária para a Terceira Travessia do Tejo. A ponte Chelas-Barreiro deve nascer para travar o fluxo de carros na cidade, defendem.
RAVE e LNEC apresentaram ontem ao executivo camarário o projecto para a nova ponte e adiantaram que está em aberto a possibilidade de, numa primeira fase, se avançar com a via ferroviária e só depois criar um tabuleiro para o trânsito rodoviário.
O presidente da Câmara considerou esta hipótese "interessante". António Costa já havia manifestado preocupação com o aumento de fluxo de trânsito que a nova travessia trará para Lisboa, pelo que sugeriu que parte das receitas das portagens servisse para desenvolver a rede de transportes públicos em Lisboa.
O vereador Fernando Negrão considera "mais útil" a alternativa agora apresentada pelo LNEC, porque "o que está em causa é facilitar a vida dos que não têm carro" e "evitar que Lisboa seja inundada de carros".
Opinião semelhante tem o vereador Carmona Rodrigues, para quem "Lisboa está bem servida de acessos". O ex-autarca contesta ainda a inexistência de uma Autoridade Metropolitana de Lisboa, "há muito" prometida pelo Governo. "Esta entidade é que deveria ter a competência de analisar os prós e contras desta infra-estrutura", diz. O vereador do BE, por seu turno, defende uma aposta no modo ferroviário", porque "entre a rodovia propriamente dita e os seus acessos o País poupa cerca de 700 milhões de euros", lembra Sá Fernandes.
APONTAMENTOS
MOÇÃO DE ROSETA
A vereadora Helena Roseta, dos Cidadãos por Lisboa, apresentou ontem uma moção em que propõe, entre outras, que a autarquia não prescinda de "tornar claras as dificuldades que a introdução do modo rodoviário vai trazer ao funcionamento da rede viária da capital"