In Público (21/5/2008)
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carreiras extintas e quase 30 percursos alterados foram as principais implicações da reestruturação da Carris
Um parecer de um especialista em transportes da Carris aponta falhas à segunda fase de reestruturação da rede 7, sobretudo às alterações no percurso da carreira 2, reconhecendo que implicam acréscimo de custos para os utentes. O documento foi enviado para a Câmara de Lisboa, que votou e aprovou a reestruturação proposta pela transportadora, e mostra que mesmo dentro da empresa a reestruturação não foi pacífica.
No parecer, o especialista refere que as alterações propostas para a carreira 2 deixam o Bairro da Serafina "sem qualquer ligação directa à Baixa". A rede 7, que arrancou no terreno em Setembro do ano passado, implicou a alteração dos números, horários e percursos de 36 carreiras, bem como a suspensão da circulação de oito autocarros, afectando cerca de 40 por cento da frota da Carris.
De acordo com o parecer, a alteração no percurso da carreira 2 representa "um recuo na qualidade do serviço prestado pela Carris e, contra ela, e com razão, já se manifestaram os habitantes da Serafina e da respectiva junta de freguesia". O parecer refere que, apesar de tudo, nem todas as mudanças foram negativas para o Bairro da Serafina, dando como exemplo o caso da carreira 713. Esta alteração, indica, "melhora o serviço da carreira no seu percurso (que passa a ser pelo Rato e Amoreiras)".
O especialista refere que alguns encurtamentos de percursos libertam meios que são aplicados na melhoria de algumas carreiras, "especialmente que servem a zona ocidental da cidade" (a única que não tem serviço de metro), apontando como exemplo os casos das carreiras 714, 58 e 60.
O maestro António Vitorino de Almeida e o psiquiatra Daniel Sampaio estão entre os nomes de um abaixo-assinado entregue em Março ao Governo contra a reestruturação da rede da Carris em Campolide. Rui Portugal, promotor do abaixo-assinado, explicou que esta iniciativa surgiu como "um acto de solidariedade para com a população de Campolide, pobre, idosa, com dificuldade de locomoção e que foi completamente posta de parte pela Carris com esta reestruturação".
Os signatários do abaixo-assinado alertam para o facto de a carreira 2 ser "o único meio de transporte público para uma vasta zona sul de Campolide" e "o único meio de transporte da Carris até à Baixa desde o seu início, no Bairro da Serafina". Acusam a Carris de ter "ignorado todas as manifestações de repúdio" da população e dizem que a decisão "não teve em conta os interesses da população de Campolide, bem expressos junto da Carris".
Além do abaixo-assinado, houve várias manifestações de associações de utentes e na Assembleia de Freguesia de Campolide foi criada uma comissão de transportes, liderada por Vítor Machado (BE), que considerou que a reestruturação da rede da Carris "teve apenas um pendor economicista, fomentando a abertura do metro no Terreiro do Paço". Fonte da Carris reconheceu que houve situações que foram alteradas noutras zonas da cidade e "questões pontuais que estão a ser analisadas". Lusa»
O problema da 'reestruturação' é que ela não é reestruturação coisíssima nenhuma, apenas um expediente de combate ao eterno défice. Os passageiros são números estatísticos, apenas gado, portanto.
Não houve reestruturação, mas apenas uma redução economicista, pois a carris continua a ter linhas que sobrepõem ao metro e ao comboio o que é um desperdício de meios.
ResponderEliminarReestruturação seria redireccionar linhas para zonas que não são de todo servidas por qualquer meio de transporte público, zonas suburbanas, bairros históricos, bairros densamente povoados e zonais centrais, ou seja, onde interessa.
Compreende-se que:
a)o Parque das Nações, com 20 mil habitantes e outros tantos milhares que trabalham e visitam tenham apenas uma linha que o atravesse?
b) Que as cidades da Amadora, Odivelas, Sacavém (que na prática são extensões de Lisboa) tenham apenas carreiras que tocam nas suas extremidade?
c)
Que a maior parte das carreiras se concentrem sobre as linhas de metro?
b)