In Público (9/5/2008)
Ana Henriques
«A responsável pelo pelouro da Cultura na Câmara de Lisboa, Rosalia Vargas, "terá cedido a pressões" de uma das facções de editores em confronto na organização da Feira do Livro, acusa a vereadora do PSD Margarida Saavedra.
A autarca assaca à vereadora da maioria socialista responsabilidades no reacender do conflito entre União de Editores Portugueses (UEP) e Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Embora a realização da feira não esteja posta em causa, continua em dúvida a participação nela do grupo Leya, da UEP, que exige poder utilizar pavilhões diferentes dos habituais stands. Saavedra diz que, já depois de o director municipal da Cultura, o social-democrata Rui Pereira, ter conseguido acalmar os ânimos, autorizando stands diferenciados à Leya, Rosalia "terá cedido a pressões de outros" editores para "excluir" este grupo editorial. "Ou então estamos perante um caso inexplicável de loucura" dos responsáveis camarários, observa a vereadora do PSD.
"A câmara vê com agrado que os pavilhões se diversifiquem", diz por seu turno o presidente da autarquia, António Costa. "Mas não lhe compete a organização do evento", que está a cargo da APEL. Esta associação voltou ontem a negar à Leya a possibilidade de usar pavilhões diferentes do habitual, tendo-lhe dado até hoje ao meio-dia para formalizar a sua inscrição na feira em pavilhões tradicionais. Os responsáveis da Leya alegam que já se haviam inscrito.
Margarida Saavedra diz que Rosalia Vargas tomou partido pela APEL ao ceder-lhe o Parque Eduardo VII para a realização do evento, recinto que também era disputado pela UEP. Como a autarquia justificou a decisão por a APEL ter apresentado o pedido de cedência do espaço em primeiro lugar, a UEP já se adiantou e pediu à câmara para lhe entregar o recinto não só para a feira de 2009 - coisa que a sua rival também já fez - como para a de 2010. »
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