O Sr.Arq. Silva Dias (recorde-se, deputado municipal e presidente da Comissão de Urbanismo da AML, e provedor da OA, cuja credibilidade depois disto é ZERO) deve ficar muito contente dado o fervor com que o tem defendido, tal como todos quantos a ele afectos também, por calarem, e quem cala consente. Trata-se de um atentado urbanístico que importa denunciar: aquela zona vai ser virada do avesso e a especulação e a construção desenfreada estão de parabéns, tal como a ... CML!
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Em Abril tínhamos colocado o post que está em rodapé. Mas, amanhã, eis que o assunto volta uma terceira vez a sessão de CML. Fica-se a saber que as coisas quando são chumbadas, são 'corrigidas' para voltarem outra vez até serem aprovadas, porque o que tem de ser tem muita força. É assim como nos referendos ... quando há 'não', há que forçar de novo até dar 'sim'.
Desta vez, parece que as 'alterações' são a nível dos telhados, colocaram-se telhas sobre os telhados nús. Tudo o resto é igual. Acresce que este projecto tem tido, nos 'entretantos', lobby descarado de quem não devia fazer lobby algum, dadas as funções que tem profissional e politicamente.
A CML portou-se bem! E este projecto megalómano foi chumbado. Lisboa agradece!...
Tínhamos feito este pedido:
«Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
Exmo. Sr. Vereador do Urbanismo,
Foi agendado por V.Exas, para aprovação em reunião de CML da próxima 4ªF o projecto 33/URB2006, que diz respeito ao loteamento/emparcelamento/demolição/ ampliação e construção do denominado 'Hotel do Cais de Santarém', no antigo Palácio dos Condes de Coculim, abrangendo 5 edifícios localizados, entre outras, na Rua do Cais de Santarém, Nº 40-66, Rua do Arco de Jesus, Nº 2-10 e Rua de São João da Praça, Nº 23-29 e 59-63.
Nada temos a opor quanto à ideia de transformar aquele imenso quarteirão em hotel de 5*****, que poderá ser uma mais valia em termos de revitalização da zona e reabilitação do edificado, apenas consideramos que o projecto em causa é, do ponto de vista urbanístico, uma aberração em termos de volumetria (quadriplica a volumetria quando, em termos de PDM, só se permite naquela zona uma duplicação dos índices) e estética (quebrando-se, de forma radical, o equilíbrio estético e urbanístico daquela zona histórica de Lisboa, onde, por sinal, a CML afirma ter preocupações renovadas, vide SRU-Baixa-Chiado etc. ).
Assim, ao que conhecemos, o projecto em causa consiste em construir uma estrutura moderna, tipo 'bunker', com 4 pisos, em cima dos antigos armazéns e do que resta do palácio dos Condes de Coculim, alterando profundamente as vistas de quem está por detrás, ou seja, desde São João da Praça, Sé, etc., mas também desde a Rua do Cais de Santarém e do rio. Visualmente, é um mono. Também nas traseiras, na Rua de São João da Praça, se procede à alteração completa da esquina da rua, junto à igreja de S.João da Praça, zona calma, de baixa volumetria e também fazendo parte do conjunto Sé-Alfama, destruindo mais uma vez o equilíbrio urbanístico local, sendo que não será de somenos o impacte a nível do tráfego automóvel referente ao futuro abastecimento do hotel.
Por isso, apelamos a V.Exas. que recusem este projecto tal como está, devolvendo-o ao promotor a fim de o redimensionar, salvaguardando o equilíbrio urbanístico daquela zona sensível de Lisboa, e as características estéticas da mesma, e respeitando, obviamente o PDM em vigor.
Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Bernardo Ferreira de Carvalho, Diogo Moura, Carlos Leite de Sousa, João Chambers, Júlio Amorim, Miguel Atanásio Carvalho, Nuno Caiado, Paulo Ferrero e Virgílio Marques
Texto editado
Pena, porque o desenho não é mau...Pena que seja desproporcional...
ResponderEliminarMais uma vez é a volumetria desproporcional na espectativa da rentabilização financeira do espaço que está em causa. Espero que haja bom senso.
ResponderEliminarIsto em Portugal é sempre a mesma coisa, em vez de aproveitarem o que tem de bom, estragam tudo para ganhar cada vez mais dinheiro. Se fizessem o edifico só com 3 pisos já tinham lucro de certeza, mas não, eles querem é muitoooooo lucro, e rapido se possivel. Querem lá saber se fica bem ou mal na paisagem, o que interessa é o guito $$$$$. E a Camara de Lisboa? Esses comem e calam, porque em vez de defenderem os interesses dos municipes, andam é a encher os bolsos porque o mandato esta a acabar. Vergonha de país. Este projecto na Suecia levava um chumbo bem grande. Mas lá existe gente com principios, e respeito e orgulho do seu passado arquitectonico.
ResponderEliminarNem precisa de ir para a Suécia...Basta atravessar a fronteira aqui ao lado e ver os centros históricos das cidades espanholas...
ResponderEliminarAinda este fim de semana visitei Puebla de Sanábria, a 40 km de Bragança. Não acreditava no que estava a ver; tudo perfeitamente integrado,recuperado, utilização de materiais originais nas recuperações do edificado, as zonas onde a volumetria pode ser superior, devidamente afastadas do centro histórico, nada destes "travestimentos" urbanos...
ResponderEliminarE estou a falar de uma vila pequena e afastada do centro politico de Espanha, não estou a falar de grandes cidades.
É triste que na república das bananas seja tudo ao contrário...
Que parvoíce querer embargar este projecto. Nesta cidade embarga-se tudo. Por isso é que a baixa está numa ruína desabitada. Tudo por causa de meia dúzia de iluminados que querem ser os donos do bom gosto na casa dos outros.
ResponderEliminarOh pipinho já estávmos com saudades suas; veja lá não desapareça que nós achamos-lhe tanta graça. Você é um querido. Apareça...
ResponderEliminarcaro anonimo, não tome este microcosmos pela corrente global. não se esqueça de quem é a caravana que passa, e quem são os cães que ladram
ResponderEliminarEste blogue e o extraordinário grupo de trabalho que o faz viver, vieram trazer-me algum alento. Perante a ganância, a incúria e a boçalidade mais primária que vão destruindo Lisboa, eu já tinha desistido.
ResponderEliminarHá dias, virei-me para a minha mulher e filhos e disse. -"Desisto. Entreguei os pontos. Com gente desta não há nada a fazer".
Ao ver agora o trabalho que vocês têm feito, penso que talvez ainda haja alguma esperança.
Quando se olha para aquele projecto de "recuperação" (!!!???) do Palácio de Coculim (ou Mascarenhas) fica-se estarrecido. Como é possível?! E enquanto não levam a deles avante, vão deixando que o edifício caia de podre.
Este projecto parece-me interessante. Como habitante do Campo das Cebolas gostaria que já estivesse concluído. As criticas da sobre o volume do edificio aqui contestadas parecem-me infundadas (segundo o projecto apresentado). Os edificios adjacentes são bastante altos. Este projecto também garante a recuperação do edificio "original". Com tantas objecções e idas para trás e para a frente o edifício vai ruir. Por isso haja bom senso nas críticas efectuadas pois aqui parece-me haver desconhecimento sobre esta área. Onion Fields forever!
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