Triste destino o da Casa dos Bicos que, mandada erigir por Brás de Albuquerque, filho do conquistador de Ormuz e Vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque em 1523, apresenta ser um exemplar único da arquitectura renascentista de inspiração italiana em Lisboa.
Triste sorte acabar cedida a interesses cuja história em que se viu envolvida sempre desdenhou! José Saramago, prémio Nobel da Literatura de 1998 e agora senhor da Casa dos Bicos, numa entrevista publicada no "Diário de Notícias" defendia, que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria para não ofender "os brios" dos portugueses. E mais: o escritor, que reside há anos na ilha espanhola de Lanzarote, considera que Portugal, "com dez milhões de habitantes", teria "tudo a ganhar em desenvolvimento" se houvesse uma "integração territorial, administrativa e estrutural" com Espanha. Portugal tornar-se ia assim, sugere Saramago, mais uma província de Espanha: "Já temos (já temos é expressão do autor) a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco, a Galiza, Castilla La Mancha e tínhamos agora Portugal".
A esta afronta se a resposta à data por parte do governo português foi frouxa e tardia, Saramago foi grosseiro e mal agradecido, exibindo um livre pensamento carregado de ressentimentos. Se Saramago tivesse atacado a independência de Espanha, se acaso Espanha fosse a sua pátria, qual pensam que teria sido a resposta da sociedade espanhola e do seu governo central?
Jorge Santos Silva
Não esqueçer que Saramago vem de uma outra INTERNACIONAL .... A doutrina marxista com projecto de dominio internacionalista .... Não esqueçer também o seu comportamento durante o PREC e a sua atitude perante os colegas do Diário de Notícias ... Além disso mostrou-se à altura das tendências naturais de muitos portugueses .... fugir, e não só dizer mal, mas desenvolver um PROJECTO DA MAIS ALTA TRAIÇÂO À PÀTRIA que o viu nascer...
ResponderEliminarCaro Jorge,
ResponderEliminarNacionalismos à parte, o que me preocupa é mais as ruínas e o facto de ser uma cedência de um MN a um privado.
Sobre o último ponto, acho que já não há 'timing' para qualquer 'brainstorming'.
Sobre o primeiro, acabo de vir da Casa dos Bicos onde me foi garantido que o protocolo será objecto de adenda com vista à preservação e conservação das ruínas (tanques de salga, restos de cerca moura e muralha fernandina, e mosaicos), para futuro uso da fundação e visita do público, pelo que...
Durante anos e anos a Casa dos Bicos esteve literalmente abandonada. Depois veio, nos anos 80, aquela história dos Descobrimentos fizeram o que fizeram na Casa dos Bicos. Acabou a XVII (acho que era assim que se chamava) e a Casa dos Bicos passou a casa de escritórios. Nunca ninguém se manifestou. Agora que provavelmente irá ter uma actividade cultural que pode dignificar-nos, a nós portugueses e à cidade de Lisboa, aqui-del-rei que foi entregue a cobarde antipatriota que fugiu de Portugal.
ResponderEliminarÉ precise que nos lembremos que ele se viu forçado a deixar a sua pátria pelas questiúnculas sem conta nem medida que o seu governo da altura (era secretário de estado da cultura o senhor Lopes e tinha outro secretário de apelido Lara)lhe moveu.
Defender a Ibéria em vez de Portugal e Espanha não vejo que seja antipatriotismo. Grandes portugueses o têm defendido.
Eu não tenho uma admiração cega por José Saramago mas estou muito contente por poder ser dada utilidade à Casa dos Bicos. Ainda bem!
Naturalmente que não está em causa a recuperação da Casa dos Bicos e a sua abertura ao público que urge. O que aqui se levanta é a oportunidade do destino que se lhe reserva que particularmente acho nada ter a ver com o espaço. Em outra intervenção sublinhou-se a existência de um espolio interesante de Damiao de Gois, as ligações de D.Joao II com os Medici, Francisco de Holanda, tratados de arquitectura, etc. que fariam a ligação da familia que habitou a Casa com a arquitectura da mesma, edificando-se assim um museu do renascimento e maneirismo em Lisboa. Não basta recuperar. É necessário integrar com a lógica do local.
ResponderEliminarJorge Santos Silva
A Casa dos Bicos só "podia" ter um destino museológico ligado aos Descobrimentos e ao Renascimento,integrado na lógica do sítio ou "locus" histórico,como diz e bem J S Silva,aqui neste comentário anterior.Porém é o mesmo J S S,autor do "post" que induz e muito mal,a apelidar Saramago de "traidor",sabendo-se que o Iberismo remonta ao séc.XVII.
ResponderEliminarSe como dizia Pessoa a língua é a pátria,Saramago é o maior patriota vivo,Nobel por mérito,emigrado por maus-tratos(V.Marques,relembra-o atrás).
Merecia a casa do "Nobel" da Arquitectura,o Pavilhão de Portugal de Siza.Também abandonados e maltratados(Siza e o Pavilhão).Portugal não honra os seus Grandes!!(talvez a "Ibéria" o fizesse!).Por estas e outras há tantos portugueses que não gostam de Portugal,como diz José Gil...
18-7-08 Lobo Villa
Ao menos dá-se uso ao edificio que, desde a XVIIª Exposição, não tem uso merecido. Não sei se este será o que mais se adequa mas... ok. Em relação à mesnsagem anterior, concordo. Esta CML está-nos a sair pior que a encomenda. A cidade está literalmente abandonada?
ResponderEliminarJorge Santos Silva
coment de "lesma morta", o mesmo Jorge S Silva que fez este post, no post de João Oliveira Leonardo em 11:05:00.
Ah meu ganda maluco, andas ta ganzar, não?
E sem querer entrar em diálogo também disse de seguida que "não sei se será o que mais se adequa". Evidentemente que faça-se o que se fizer, tudo é melhor do que estar no actual estado mas a minha opinião em relação ao que melhor se adequaria mantem-se. E já agora seria interessante assinar o comentário.
ResponderEliminarPrefiro a Casa dos Bicos entregue a Saramago do que entregue à CML e ao abandono....
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ResponderEliminarVi, ouvi e pensei sobre este tema de entregar a Casa dos Bicos á fundação José Saramago; não me afligirá tanto assim o facto de ser para quem é com as suas tiradas antipatrióticas quase a chegar ao "refogado".
ResponderEliminarO que para mim está de facto em causa, é a possibilidade de ser destruído um valioso património, nomeadamente o existente ao nível das fundações, porque ainda não se sabe nada do projecto definitivo e em que moldes, serão executadas as obras daí advenientes. Preocupa-me também a forma gratuíta como hoje em dia, são atribuídos os estatutos de fundação e o facilitismo com que se doa ou empresta o património nacional, atribuindo edifícios para para as mesmas .
Uma fundação, presume uma mais valia para o estado, contribuindo com o fomento de áreas que sejam de grande interesse nacional. Uma fundação presume uma fonte de rendimento suficiente para se auto sustentar; uma fundação presume possuir um edifício, onde possa ficar sediada (exemplos da Gulbenkian, Espirito Santo, Cupertino de Miranda, Serralves,e por aí fora).
Quando se invertem os papéis e se começa a permitir a criação de fundações a todos os que assim o desejem, por mais ilustres que sejam e ainda por cima é o próprio estado que fornece os meios de subsistência para a sua existência, pergunta-se onde fica o interesse de instituir uma fundação?
Depois de ver o caminho que este 'post' está a levar...não consegui de maneira alguma deixar de comentar. Desde opiniões pouco precisas que até mais tarde são corrigidas, até opiniões que não são formuladas e fogem á questão principal, BEM ou MAL!!! Vejamos, estamos a falar da Casa dos Bicos, em Lisboa, que foi construida a 1523 a mandato de D.Brás de Albuquerque, com o fim de ser sua habitação, com o terramoto de 1955 ficou sem os últimos dois andares, sendo assim vendida e tornando-se um armazém e sede do comercio de bacalhau. E só em 1983 devido á XVII Exposição Europeia de Artes, Ciência e Cultura, foi reconstruida tal como era em 1925, ficando até aos nossos dias com esta magnifica fachada. É simplesmente um prédio sem igual, que foi habitação do filho natural legitimo Conquistador de Ormuz, tornou-se mais tarde num armazém e muitos anos depois foi reconstruido, (sabemos todos nós a razão). Até há pouco tempo atrás, de portas fechadas ao serviço da Camara Municipal de Lisboa.
ResponderEliminarJosé Saramago,nasceu em Azinhaga a 16 de Nov. 1922, é um escritor roteirista como jornalista e singular poeta PORTUGUÊS, em 1998 é consagrado como NOBEL DA LITERATURA, recebeu o PRÉMIO CAMÕES (mais importante da língua portuguesa), foi director do Diario de Noticias e fundador da FNDC; Frente Nacional para a Defesa da Cultura, neste momento vive nas Ilhas Canarias, Lanzarote.
Será que a ida de José Saramago para as ilhas canárias não terá sido grande parte por Portugal não dar o valor a um PRÉMIO NOBEL??? (claro que tem grande peso sua esposa Pilar del Rio, ser Espanhola) Por favor, não discutam se foi bem sucedida esta decisão... porque FOI... José Saramago é Português e têmos que 'abraça-lo' com todo o carinho e estima. Será que por não ter sentido este patriotismo saiu de Portugal? Não concordam que reunir o maximo de patrimonio no mesmo lugar foi boa ideia? ou era preferivel construir outra infraestrutura? (como o museu dos coches) Será o renascer de duas coisas que têmos que ter orgulho, e juntas, terá um grande valor. Vamos nos reunir e dar a boas-vindas a estas iniciativas, e não reprová-las só porque achamos que tudo está a ser mal feito... Imaginem a casa dos bicos com uma linda iluminação e lá dentro o espólio todo de um PRÉMIO NOBEL PORTUGUÊS, JOSÉ SARAMAGO... tenho certeza que o orgulho português nos vai vir ao de cima.... Seja muito benvinda a Fundação José Saramago.
Aproveito para dar os meus sinceros parabéns ao blogue Cidadania Lx, pois trata de assuntos verdadeiramente importantes para a vida de Lisboa, deixo também a sugestão de alargarem os vossos comentários para o resto do país, pois têm conhecimentos para tal.
Só posso terminar com uma pergunta que me fiz quando vi a ausência pesoal de José Saramago em Portugal... Estará Jose Saramago contente com Portugal? de certeza que me sabem responder pois o vosso blogue relata falhas muito grandes a todos os níveis... concerteza José Saramago concorda com grande parte... se calhar por isso fez o que nós dizemos tantas vezes... quem me dera que 'isto' estivesse melhor (ERRATA- que se leia; quem me dera não morar em Portugal)
Melhores cumprimentos
César Patrício