Em contrapartida, e enquanto os poderes que nos regem se deslumbram, a expensas do erário público, com as produções do star system da arquitectura nacional e internacional, as jóias de que deveriam (ajudar a) cuidar vão-se esboroando paulatinamente. Até final do ano, há a possibilidade, rara, de visitar uma delas – o Palácio Burnay, na Junqueira, no âmbito de uma exposição fotográfica alusiva, que o Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT) organizou (segunda a sexta-feira, das 10.00 às 17.00, até 31 de Dezembro). As imagens, dispersas pelas principais dependências, recordam o auge da casa, que continua bela, mesmo que há muito privada do fabuloso recheio com que Henri Burnay a enriqueceu em vida.
Há uns anos, infiltrações decorrentes de problemas nas coberturas danificaram parte dos seus interiores, profusamente decorados - basicamente, chovia lá dentro. Um tecto de Malhoa, no que foi a sala de jantar da família Burnay, por exemplo, mostra ainda hoje a extensão dos danos. A celebrar o seu 125.º aniversário, e sem verbas para uma intervenção de fundo no edifício, o IICT tem vindo a recuperar o possível, ao ritmo possível. O Palácio Burnay está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Há uns anos, infiltrações decorrentes de problemas nas coberturas danificaram parte dos seus interiores, profusamente decorados - basicamente, chovia lá dentro. Um tecto de Malhoa, no que foi a sala de jantar da família Burnay, por exemplo, mostra ainda hoje a extensão dos danos. A celebrar o seu 125.º aniversário, e sem verbas para uma intervenção de fundo no edifício, o IICT tem vindo a recuperar o possível, ao ritmo possível. O Palácio Burnay está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Créditos da segunda e terceira imagens: IICT
Excelentes fotografias do Burnay, que nunca tinha visto. Sendo aluno do ISCSP, que durante décadas ali funcionou, é um prazer ver este material sobre as nossas antigas instalações.
ResponderEliminarActualmente, o palácio alberga os Serviços de Acção Social da UTL e creio que futuramente a reitoria da UTL. Desde 2005 que têm vindo a ser feitas algumas intervenções, sobretudo para melhorar um pouco a qualidade de vida naquele espaço e para o dotar para as suas novas funções, mas falta de facto verba para uma intervenção digna desse nome naquele espaço, veja-se (por exemplo), o actual estado das estufas.
Contudo, sou da opinião de que o palácio poderia estar pior. Em Outubro de 2003 (quando entrei para a casa), desloquei-me pela primeira vez ao palácio, aquando da praxe, e aquilo parecia que tinha sido abandonado no dia anterior: notas afixadas, máquinas de chocolates operacionais, painéis da AE intactos, portas, tectos e WCs em muito mau estado (mesmo estando estes limpos).
Assim, houve de facto algumas melhorias nestes últimos 5 anos, mas como menciona o "post", muito há ainda por fazer naquela grande casa.
Frequentei as aulas do ISCSP no Palácio e fiz a transição para o novo edifício do Alto da Ajuda com uma lágrima nos olhos. Não pela tradição académica e pelo gosto universitário que nunca imperou em mim, mas por deixar de poder percorrer aqueles corredores. Os jardins do palácio eram um convite ao deleite na relva nos dias quentes. O verão era muito mais ameno ali. O palácio propriamente dito (que as aulas funcionavam nas antigas cavalariças e noutros edifícios anexos), só tive oportunidade de ver uma vez, numa invasão polémica das instalações do IICT pelos alunos da faculdade, por divergências e questões internas várias e, deixaram-me de boca aberta com a sua beleza, mas também pelo profundo abandono do riquíssimo espólio artístico. O teatro onde funcionavam algumas aulas deixava-me a olhar para o tecto em vez de prestar atenção aos que diziam os professores. Obrigada pela referência à exposição que vou visitar, com uma lágrima nos olhos, mais uma vez…
ResponderEliminarEnquanto o nosso patrimonio historico continua a degrar-se, planeia-se a construcao de um novo museu dos coches num edificio completamente desequadrado e desinteressante.
ResponderEliminarNesta mesma rua existem varios palacios e edificios historicos de interesse, lado a lado, que poderiam muito bem ser adataptados a esse fim. Bastaria construir um percurso pedonal aprazivel e bem sinalizado, e incluir referencias ao mesmo nos guias turisticos para que os turistas nao deixassem de visitar o museu.