"Jardim da Praça José Fontana completamente ao abandono -PUBLICO 02.08.2008, Ana Nunes
Presidente da Junta de São Jorge de Arroios responsabiliza a Câmara pela degradação do espaço e garante que este não é caso único na freguesia
O jardim da Praça José Fontana, frente ao antigo Liceu Camões, no centro de Lisboa, está transformado num espaço fortemente degradado onde são raros os sinais de manutenção. A falta de limpeza e de conservação culmina no coreto central, em que vivem numerosos sem-abrigo, de dia e de noite. João Taveira, presidente da Junta de Freguesia de São Jorge de Arroios, em cujo território o jardim se situa, atira as culpas à Câmara de Lisboa.
O jardim, de seu nome Henrique Lopes de Mendonça, em homenagem ao autor da letra do hino nacional, data da segunda metade do século XIX e é um dos poucos existentes em Lisboa com um coreto ao centro. Actualmente, passados 96 anos sobre a sua construção, este palco, concebido para a exibição de bandas filarmónicas e de grupos de danças tradicionais, está completamente abandonado e serve apenas para albergar os muitos sem-abrigo que lá vivem permanentemente.
Na parte inferior da estrutura envelhecida e ferrugenta há uma espécie de armazém com os vidros partidos através da qual se vê o interior sem uso nem préstimo. Em redor do coreto abundam a sujidade e as ervas secas. O estado de degradação a que o jardim chegou não passa despercebido a ninguém e desagrada particularmente aos seus visitantes e utilizadores habituais. Luís Silva passeia nele "há muitos anos" e afirma que "este já não é um local seguro, mas sim um jardim mal frequentado e pouco agradável". Entristecido com o que vê à sua volta, desabafa: "É uma pena que o património se estrague assim."
O presidente da junta de freguesia, eleito pelo PSD, confirma que o espaço "está lastimoso, especialmente o coreto, que apresenta metal corroído e buracos". De acordo com o autarca, esta situação é da responsabilidade do executivo municipal, pois, desde que tomou posse, em 2005, tem solicitado a celebração de um protocolo que passe para a junta a responsabilidade do tratamento dos jardins, "o que até agora não aconteceu, pela arrogância da Câmara".
"Tinha programado fazer animação no jardim para afastar a marginalidade, nomeadamente com um projecto com escolas que iriam ter aulas ao ar livre sobre botânica", adiantou João Taveira, explicando que o projecto não foi por diante por não ter sido ainda celebrado o protocolo. Nos seus projectos estava também o aproveitamento da parte de baixo do coreto para "fazer um quiosque com jornais e mesas em redor".
Segundo João Taveira, foi já aprovada pela junta uma moção em que se critica a Câmara pelo estado dos jardins da freguesia - o da Praça José Fontana e o do Jardim Constantino -, e admite levar o assunto à Assembleia Municipal.
O PÚBLICO tentou contactar o director municipal de Ambiente Urbano, mas não foi possível encontrá-lo. O gabinete do vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, também não deu qualquer esclarecimento sobre o assunto. "
Parece que a junta de freguesia apenas deu conta do estado de degradação do jardim, em 2005, depois desta vereação tomar posse. Na verdade o jardim está num estado de degradação enorme há muitos anos e o coreto serve de residência de sem-abrigo e depósito de vidros e sacos de plástico há, seguramente, uns 8 a 10 anos. Isto leva-me a pensar que a "politiquice" é, frequentemente, a causa de muitas situações do género. É pena.
ResponderEliminarEstá tão má ou pior que a Praça da Alegria, Praça Paiva couceiro, Praça de Londres, alto de s. joão, Largo do Leão etc
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