18/09/2008

Estacionar em Lisboa no local de residência vai ficar mais fácil, fora dele mais difícil

In Público (18/9/2008)
Ana Henriques

«Autarquia vai criar a partir deste ano 4479 lugares de estacionamento exclusivos para os habitantes das diferentes zonas da cidade. Outros automobilistas vão ter de achar alternativas


Os automobilistas que circulam em Lisboa vão ter a vida facilitada se quiserem estacionar na zona onde moram, mas tudo será mais difícil caso queiram deixar o carro fora dela ou se não forem sequer habitantes da cidade.
A autarquia anunciou ontem a criação, entre este ano e o ano que vem, de 4479 lugares de estacionamento exclusivos para os residentes de várias zonas da cidade, e nos quais quem mora noutros bairros ou fora da cidade não pode parquear o automóvel, mesmo pagando. Parte destes lugares de estacionamento já existiam, mas neles tanto podiam estacionar residentes - de graça - como não-residentes - inserindo moedas no parquímetro. Noutros casos trata-se de lugares que não estavam integrados em zonas tarifadas.
Um habitante da freguesia de Alvalade, por exemplo, passa a poder contar, sem pagar, com 302 lugares onde só podem parquear residentes do bairro. Mas se se deslocar de carro ao vizinho bairro de S. João de Brito, só pode estacionar nos sítios destinados a não-residentes - o que poderá não ser fácil, dada a escassez deste tipo de lugares na zona em questão. Ou então recorrer aos parques subterrâneos, caso eles existam.
Está em pé de igualdade com quem não mora em Lisboa mas vem à cidade de carro para trabalhar ou para qualquer outro fim. O chamado bairro de Alvalade, que engloba mais duas freguesias além da que lhe dá nome - Campo Grande e S. João de Brito - vai ficar com um total de 1605 lugares exclusivos para residentes.
Fomentar a utilização dos transportes públicos de modo a aumentar a fluidez do tráfego e disciplinar o estacionamento é o objectivo das novas medidas. Está também previsto um aumento do número total de lugares de estacionamento rotativo pago, através da chegada dos parquímetros a zonas novas ou da sua reactivação em bairros onde tinham deixado de funcionar por avaria.
O Príncipe Real é um destes últimos casos. Dos 25.600 lugares de estacionamento tarifado na via pública que tinha no final de 2007 a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) quer chegar aos 30.111 em Dezembro de 2009.
O acesso aos lugares que serão só para residentes funcionará em moldes semelhantes aos que até aqui eram usados para os lugares onde tanto habitantes como todos os outros automobilistas podiam parar: através de dísticos para residentes, sendo que cada fogo tem direito a um máximo de quatro dísticos, o primeiro deles gratuito e os seguintes sujeitos ao pagamento de uma anuidade.
O novo sistema exige maior fiscalização, para impedir que os não-
-residentes ocupem lugares que não lhes estão destinados. Nesse sentido, a EMEL tenciona contratar até ao final do ano mais 50 fiscais, que andarão de motorizada nos bairros em questão, explicou um administrador da empresa, Mário Lourenço. Nesta operação a empresa de estacionamento vai gastar 2,5 milhões de euros. Desta verba, um milhão destina-se à compra de cerca de uma centena de parquímetros de nova geração, capazes de transmitir aos serviços centrais dados como o montante acumulado na máquina ou se o papel dos talões já se esgotou, e à montagem do respectivo sistema.
Segundo Mário Lourenço, não está posta de lado a hipótese de os novos parquímetros serem adquiridos em regime de leasing ou através de um aluguer de longa duração, como já aconteceu outras vezes na empresa.
Das novidades ontem anunciadas faz ainda parte a criação de dois parques de estacionamento periféricos com a finalidade de desincentivar a entrada de automóveis no centro da cidade. Os locais previstos são o Campo Grande Norte e junto ao Centro Comercial Fonte Nova, e abrirão em 2010. O parque existente junto à Loja do Cidadão da Estrada da Luz será ampliado no ano que vem.»

3 comentários:

  1. Hoje, na rotunda do Marquês de Pombal, andavam a assinalar lugares de estacionamento para automóveis eléctricos.

    Enfim, o faz-de-conta é o que está a dar.

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  2. Boas notícias para a cidade.

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  3. E Lisboa vai ser a primeira cidade Portuguesa e das poucas da Europa com postos de carregamento para os mesmos.

    Onde não chega aquele outro veiculo eléctrico- o comboio ou metro- os VE podem ao menos tornar a auto-dependência menos barulhenta e tóxica.

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