In Público (23/9/2008)
«Autarquia quer início da ligação entre Belém e o Cais do Sodré a 5 de Junho de 2009. Mais tarde, o percurso vai estender-se até ao Parque das Nações
A Câmara de Lisboa vai investir, nos próximos anos, cinco milhões de euros para criar 40 quilómetros de novas vias cicláveis e recuperar outras já existentes, anunciou ontem o presidente da autarquia, António Costa.
Para o efeito, foi ontem assinado um protocolo com a Administração do Porto de Lisboa (APL) para desenvolver uma pista ciclável com sete quilómetros, entre Belém e o Cais do Sodré, a inaugurar no dia 5 de Junho de 2009. António Costa salientou que parte da verba necessária (1,7 milhões de euros) deverá ser obtida através de fundos comunitários, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A pista ciclável na frente ribeirinha vai ser feita em parceria com a APL e deve mobilizar igualmente patrocínios privados, acrescentou o autarca. "O porto é essencial à economia da cidade. Lisboa nasceu e existe porque tem este porto, mas ao longo destes 19 quilómetros é possível compatibilizar os diferentes usos da frente ribeirinha", afirmou o edil. Depois deste primeiro troço, a pista vai ligar o Cais do Sodré a Santa Apolónia, e posteriormente ao Parque das Nações.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, sublinhou igualmente a importância do protocolo assinado, que "vai permitir o acesso a certos troços até agora interditos à fruição pública", melhorando o bem estar e a qualidade de vida dos cidadãos. "Ao criar uma infra-estrutura ciclável contínua, dedicada e segura estamos a contribuir para a promoção da utilização da bicicleta como paradigma de um novo tipo de mobilidade mais sustentável", frisou a governante.
O plano de mobilidade da Câmara de Lisboa prevê ainda a instalação de uma rede de 2500 bicicletas de uso partilhado, devendo as primeiras mil estar disponíveis em 2009 e as restantes até 2012, segundo o programa apresentada pelo vereador com o pelouro da mobilidade e vice-presidente da câmara, Marcos Perestrello.
Um passe para a utilização
O concurso público internacional vai ser apresentado amanhã na reunião de câmara e prevê que os operadores cumpram vários critérios, entre os quais garantir um tempo inicial de utilização gratuita de 20 minutos aos utilizadores que tenham adquirido um passe anual, a associação ao cartão Lisboa Viva e um horário mínimo de funcionamento entre as 6h e a 1h.
A rede de bicicletas partilhadas já é utilizada nalgumas cidades europeias como Paris, Barcelona e Saragoça, e a proposta camarária frisa ainda que esta medida trará benefícios evidentes "para a racionalização da mobilidade urbana e para a qualidade do meio ambiente da cidade de Lisboa".
O vereador com o pelouro dos espaços verdes, José Sá Fernandes, adiantou que, somando as novas pistas e as que serão recuperadas, Lisboa terá um total de quase 80 km de ciclovias. Lusa »
Esta é uma boa notícia assim saia do papel. Mas é preciso ter cuidado com as linhas de eléctrico ... nada de as mudar de local.
Não há direito gastar dinheiro neste tipo de disparates, toda a vida andei de bicicleta, do Cais do Sodré até Belém. Para estass fantasias há sempre dinheiro.
ResponderEliminarMas gostava de saber, e de Santa Apolónia, e do Terreiro do Paço, como passamos pelas agências da treta, construidas mas por ocupar há vários meses?
Não me surpreende esta atitude de querer condicionar a vida aos ciclistas bem ao estilo da Coreia do Norte, pista pintada, ou vais por aqui ou então não vais, que ridiculo, de salientar a excelentecolaboração da APL com cedências que queridos.
Esta gestão autarquia é uma verdadeira palhaçada.
Devido a contigências provocadas pelo governo da maioria óbviamente que a mensagem será "anónimo".
Como já aqui comentei ontem, aposto que a via ciclável não estará a funcionar no verão de 2009 na frente ribeirinha.
ResponderEliminarAté apostava que num futuro a médio prazo o não estará, e refiro-me à FRENTE RIBEIRINHA.
O que poderão fazer para atirar areia aos olhos é construi-la sem ser na frente ribeirinha, e anunciar com pompa que cumpriram mais uma promessa.
a ciclovia é uma treta. percebe-se que de todas as medidas apresentada é a do show off. contudo as boas medidas são: os parqueamentos para bicicletas e os cursos de condução de bicicleta em meio urbano. actualmente a cenas a pedal já disponibiliza estes cursos. recomendo http://www.cenasapedal.com/
ResponderEliminarEstas medidas, a serem concretizadas, e se forem bem coordenadas com outras ciclovias no resto da cidade, bem planeadas são, obviamente, boas.
ResponderEliminarA zona ribeirinha deveria ser uma zona de lazer por excelência, é frequentada diariamente, sobretudo ao fim de semana, por milhares de pessoas que aí praticam as mais diversas actividades de lazer ou desportivas. Estas pessoas deparam-se com um sem número de obstáculos, mau piso e automóveis por todo o lado. É uma zona caótica e até os espaços reservados a peões, com calçada Portuguesa (piso nada adequado aquela zona), como em frente ao BBC, são frequentemente abertos para estacionamento e transito automóvel. Esta, e outras administrações, têm sido completamente autistas em relação ao que os lisboetas anseiam para aquela zona da cidade e que pode ser perfeitamente compatível com a actividade portuária que também é necessária. Estas medidas, anunciadas, são positivas se forem englobadas num plano de mobilidade para toda a cidade ( que tem que incluir também uma enorme melhoria nos transportes públicos, sobretudo na CARRIS), para o bem-estar dos cidadãos e que afirmem a bicicleta como alternativa de transporte e não apenas como objecto de lazer. São positivas mas insuficientes pois a revitalização do espaço que deveria ser feita já entre a EXPO e Algés, deveria ser não apenas para ciclistas mas de uma forma mais geral fazendo-se a ciclovia mas também, paralelamente, percursos adequados á pratica de outros desportos como os patins em linha, a corrida e a simples caminhada ou passeio. Isto para que depois não existam conflitos como aconteceu recentemente no passeio marítimo de Oeiras onde hoje é proibido andar de bicicleta. È bom que se aprenda com os erros cometidos e que se copiem, bem, os exemplos dos outros como sejam o caso das experiencias “ciclistas” de outras cidades europeias. Não interessa ter 40 KM de ciclovias se estas forem desgarradas umas das outras como acontece neste momento em Lisboa. Também espero que estas medidas não sirvam para “camuflar” outras menos adequadas como sejam a construção de mais edifícios ou infra-estruturas que cortem ainda mais a ligação entre o rio e a cidade. Ou os recentes atentados que são as agencias e o hotel em Belém.
É um início para provar que é possível a utilização nesta cidade de um meio de transporte já adoptado pelos países mais desenvolvidos.
ResponderEliminarSe até em Barcelona este esquema funciona porque não aqui - afinal o número de bestas e imbecis aqui é aproximado ao de Espanha (uma taxa um pouquinho mais elevada ainda...).
Se estas iniciativas não forem acompanhadas de proibições ao uso do transporte individual e a campanhas de sensibilização, acompanhadas por um acentuar da alta de preços dos combustíveis, estas iniciativas não terão o sucesso esperado.
Os nórdicos abandonam o carro e passam para a bicicleta e países atrasados como os africanos e nós (uma extensão do continente africano) aumentamos a utilização do automóvel.
Será desta que nos afastamos de África e nos aproximamos dos países desenvolvidos??