22/09/2008

Seis dezenas de especialistas arrancam com formação em reabilitação urbana

in Público, 22.09.2008

Curso destina-se a técnicos ligados a arquitectura, engenharia e reabilitação de edifícios, em câmaras municipais, organismos públicos e empresas

Mais de 60 especialistas em reabilitação urbana participam, a partir de hoje, no primeiro curso de formação promovido pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), uma das prioridades do Plano Estratégico de Habitação.
A reabilitação urbana, a par do arrendamento, são as grandes apostas do plano estratégico que está a ser elaborado e que definirá as prioridades nacionais a este nível até 2013. Para incentivar a reabilitação do parque habitacional português, o plano deverá penalizar a nível fiscal quem tiver casas devolutas e edifícios degradados e beneficiar quem os reabilitar.

A construção de edifícios novos é uma actividade em quebra. Esta situação, aliada à necessidade de repensar o processo de crescimento ur-banístico, obriga os agentes que operam nesta área a reflectirem sobre as vantagens da reabilitação dos edifícios existentes. Às centenas de milhares de fogos construídos no final do século passado, junta-se o património anteriormente edificado que não foi cuidadosa e regularmente conservado e que, por isso, precisa de intervenção urgente. De acordo com o IHRU, o mercado das obras de reabilitação poderá, em breve, atingir proporções próximas dos 50 por cento, à semelhança do que acontece nalguns países da União Europeia.

Durante sete sessões, os técnicos e especialistas em reabilitação urbana vão receber informação sobre as 'doenças' mais frequentes dos edifícios (desde deficiências ao nível das estruturas e fundações até aos problemas detectados nos revestimentos das paredes e pavimentos). Na área da reabilitação, os especialistas que estão a elaborar o Plano Estratégico de Habitação apontam algumas falhas aos programas de apoio existentes, sobretudo por causa da burocracia e da sua inadequação à realidade. O Proreabilita, que vai substituir todos os programas de apoio à reabilitação existentes, deverá igualmente apoiar a recuperação das casas de agregados familiares carenciados que tenham sido intimados a fazer obras. Lusa

FOTO: O Pelouro do Urbanismo da CML precisa de esclarecer as definições de reabilitação e de construção nova para que Lisboa pare de aprovar aquilo que noutras capitais da Europa é considerado inaceitável há várias décadas: Rua Páscoa, 1-7 torneja Rua do Cabo 2-4, demolição integral do interior com ampliação de 2 pisos e ocupação do logradouro, tudo aprovado em 2005!

8 comentários:

  1. O quê? É preciso um curso para explicar o b-a-ba? Metam-nos na Instrução Primária.

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  2. Ou metam-nos num avião low cost com destino a Londres, Paris, Roma, Viena, etc, etc!

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  3. O problema não são os cursos, o problema são os técnicos que lecionam o dito curso. Formas de arredondar o mês.
    Este curso como vários mestrados da treta nos cursos superiores servem para técnicos incompetentes ganharem uns trocositos.
    A vida está dificil para todos.

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  4. Fiquei surpreendida com o seu comentário, caro paulo ferrero, uma opinião com quem já concordei tantas vezes.

    Sim, é preciso ensinar o b-a-ba da reabilitação!
    Ninguém nasce ensinado e a reabilitação é uma área especializada e complexa que é apenas sucintamente abordada na formação de arquitectura e ainda menos na de engenharia!

    Tanto em Londres, Paris, Roma e Viena se fazem milhares de formações e estudos sobre reabilitação e os seus profissionais são isso mesmo profissionais!

    Reabilitar não é só pintar paredes e talvez se houvesse mais formação haveria menos crimes de reabilitação como se vêem tantos por Lisboa!

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  5. As técnicas de reabilitação são por demais conhecidas de todos, há muito tempo. Só mesmo quem não quer é que não faz. Pode ser que esteja enganado, mas o português não aprende com cursos, veja-se o exemplo da Casa Garrett.
    Aceite um abraço, de quem tb gosta de sushi.
    PF

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  6. "sobre as vantagens da reabilitação dos edifícios existentes. Às centenas de milhares de fogos construídos no final do século passado, junta-se o património anteriormente edificado que não foi cuidadosa e regularmente conservado e que, por isso, precisa de intervenção urgente"
    Espero é que com a voráz fome de destruição que graça nesta cidade, estes técnicos, cuja iniciativa louvo, tenhao alguma coisa para reabilitar.

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  7. em portugal é mesmo preciso ensinar o "abc" da reabilitação. é suficiente ver a má qualidade das intervenções que se fazem um pouco por todo o país. é um facto: as pessoas não sabem o que quer realmente dizer a palavra "reabilitação". e muito menos ainda o que quer dizer a palavra "restauro".

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  8. LOBO VILLA 30-9-08

    Tudo o que se fala neste artigo se refere á reabilitação física de edifícios(ou a conjuntos,erradamente
    ditos "urbanos"),confundindo-se DE FACTO,a matéria tecnocrática a reabilitar(a construção existente) com a atitude cívica de reabilitar(a cidade-organismo vivo e dito "democrático") .
    A Cidade democrática,por si própria,deveria ser reabilitável,por civismo,dispensando qq patético programa público do tipo "Reabilita"(ou Reabita, etc)
    Na verdade falta mais civismo do que "programas".
    Em rigor,em civismo,dispensaríamos estes patéticos programas " públicos".
    A Europa tem média de 35% de reabilitação,Portugal tem 5%...e tudo isto na democrática sociedade de mercado...
    Será falta de "técnicos" ? Falta de Planos ?
    Ou falta de cultura e de civismo ? Ou de algo mais ?

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