18/09/2008

Universidade Nova vai ter mais acessos e estação de metro

A ampliação do campus da Universidade Nova de Lisboa, em Campolide deverá implicar a construção de novos acessos e a colocação de uma estação de metro dedicada, revelou hoje o vereador do Urbanismo da autarquia lisboeta

Manuel Salgado afirmou que, nos termos de referência do plano de pormenor para a área, em fase de discussão pública, se prevê «aumentar os acessos ao campus, que neste momento é um local isolado», com a criação de novos acessos pela Miguel Torga.

O vereador do urbanismo da capital apontou os principais objectivos que o plano de pormenor deverá contemplar, como a ligação por corredor verde do alto do Parque Eduardo VII a Monsanto e o reordenamento dos terrenos actualmente ocupados pela Penitenciária de Lisboa.

O plano, cuja versão final deverá incorporar sugestões feitas durante o período de discussão pública, prevê ainda a criação de residências de apoio à Universidade.

A par dos termos para o plano de Campolide, Manuel Salgado apresentou ainda os termos para o plano da Avenida José Malhoa, que visam a requalificação do espaço público e a melhoria dos acessos.

Ana Alves Sousa, da comissão de moradores do Bairro Azul, manifestou «perplexidade» por o bairro ter sido retirado da área contemplada pelo plano de pormenor de Campolide, referindo a «perda de qualidade de vida» dos moradores desde a construção da avenida José Malhoa e da instalação de «equipamentos gigantescos» como o Corte Inglês e a sede do banco Santander.

Manuel Salgado afirmou perceber as preocupações dos moradores com o alargamento do campus universitário - que deverá aumentar de dois mil para sete mil alunos, com a construção de uma nova faculdade de Direito e a incorporação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), actualmente na avenida de Berna - mas argumentou que «não se podem tirar as coisas» de junto do Bairro, apenas «criar condições para que coisas funcionem melhor», o que poderá passar por limitar o acesso ao bairro apenas aos moradores.

O vereador frisou que apesar de zonas importantes, como a Praça de Espanha, terem ficado de fora dos planos de pormenor agora postos a discussão, terão «em breve» planos próprios, que estão em estudo.

O presidente do Conselho Científico da FCSH, António Marques, lembrou que o terreno que a faculdade ocupa agora está reservado para «estabelecimento público de educação», o que reduz a «margem financeira» que a faculdade possa obter na permuta com o proprietário do terreno em Campolide para onde pretende ir.

Salgado afirmou que o terreno terá que ser desafectado do seu uso actual, destinado a «estabelecimento público de educação» e lembrou que o terreno de Campolide para onde a faculdade deverá ir está comprometido «há mais de trinta anos» pela autarquia para a construção de um hotel com 40 mil metros quadrados.

O vereador ressalvou que a Câmara estuda onde poderá ceder ao proprietário do terreno de Campolide os mesmos metros quadrados para facilitar a permuta com o terreno actual da faculdade, mas não poderá garantir que a FCSH ganhe na permuta dinheiro suficiente para construir o novo edifício nem será a Câmara a co-financiá-lo.

4/9/2008
In Sol online

7 comentários:

  1. É pena. A lógica do betão é de difícil discussão. Nenhum argumento é suficientemente relevante para contrapor o que quer que seja à «visão» de M.Salgado. Afinal «eles» existem e «eles» fazem o que entendem, respeitando o «jogo democrático», com consultas públicas que não ultrapassam o formalismo, pois o resultado da «discussão pública» não retorna para a formulação do projecto. Mas cumpre-se a Lei - formalmente... Como dizia o Sr Henry Ford, a propósito do público e do seu famoso modelo T: «podem escolher a cor que quiserem, desde que seja preto».

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  2. O Bairro Azul é um condomínio privado?
    É que desde que a CML o trata como tal que esse bairro constitui um tampão entre Sete Rios e a Praça de Espanha e Campolide e alto do Parque Eduardo VII.
    Já agora, não é o El Corte Ingles e Santander a "encher" o bairro. Também lá está a Mesquita, o Teatro Aberto, o Hospital do SAMS e a Penitenciária!
    O melhor mesmo é mandar isso tudo abaixo para que os moradores do condomínio privado "Bairro Azul" se sintam mais confortáveis!

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  3. O hospital do SAMS não está no Bairro Azul mas nos Olivais. No Bairro Azul estão os Serviços Clínicos do SAMS.

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  4. Não sei se tudo o que contestam do lado Bairro Azul, tem raison d'être ...ou não.
    Mas...se Lisboa tivesse uma centena de comissões de moradores como essa, esta cidade já tinha mudado há muito.

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  5. Júlio Amorim: nesse aspecto tem toda a razão.

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  6. Nuno Santos Silva: o Bairro Azul não é um condomínio privado porque não precisa de ser. É um bairro e, pelo seu comentário, vejo que não poderá compreender o que isso significa.

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  7. Leftbrain, que dogmático... quem não pensar da forma "x" não percebe nada do assunto.
    Enfim... se ler o meu comentário com calma e imparcialidade, verá que o meu entendimento de bairro não implica tratar essa realidade como uma cidadela, um condomínio privado, ou mesmo um gueto.
    O espaço público é isso mesmo: público. Não faz sentido subtrair do uso geral um espaço que é de todos.

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