Estava o projecto de transformação da antiga Igreja de São Julião e edifícios contíguos, todos propriedade do Banco de Portugal, em Museu da Moeda, sob projecto de Gonçalo Byrne, conforme segue:
Ou seja, a única coisa que incomoda (uma vez que a ideia da remoção da cerca da fachada parece ter sido abandonada, e bem!) é o facto do projecto prever a subida dos dois lados da fachada da igraja, em um andar (coisas que o Conselho Consultivo do PDM devia 'cortar a direito' mas não o faz...), conforme esquema a seguir:
Não se chega a perceber a necessidade de suspensão do PDM para este projecto 'estruturante' uma vez que da igreja quase nada resta, no balanço da voragem 'camartela' de que foi alvo este edifício desde que o Banco de Portugal para ali foi. Mas enfim...
Trata-se de uma arquitectura religiosa pombalina - igreja paroquial. Com fachada neoclássica, sem torres, coroada por frontão triangular simples com óculo e dividida em três panos por pilastras. Este esquema compositivo é semelhante ao das igrejas da Encarnação, de São Nicolau, do Sacramento e dos Mártires. Ao corpo da igreja adossam-se 2 corpos laterais estreitos, cujas fachadas seguem as linhas do prédio de rendimento pombalino, que subordinam a arquitectura religiosa à malha urbana pelo que parece abusiva a intervenção pretendida nas laterais.
ResponderEliminarSobre este imóvel recorde-se que foi em 1933, por escritura datada de 7 de Junho, que a Confraria do Santíssimo Sacramento da freguesia de São Julião vende, ao Banco de Portugal, o imóvel para custear a construção da nova igreja de Nossa Senhora de Fátima e em 1934 a igreja foi encerrada ao culto.
Em 1937 a Câmara Municipal de Lisboa autoriza a demolição da igreja, mas só em 1940 se dá início às obras de demolição do interior da igreja, que serão suspensas três anos mais tarde.
A marinar desde 1974, está a um parecer alertando o Banco de Portugal a conservar toda a construção exterior da igreja, incluindo a torre e, que ao seu interior, entretanto destruído, seja dado "uma utilização compatível com o aspecto exterior do edifício", elaborado aquando da classificação da Baixa Pombalina, pela Junta Nacional de Educação.
Entre uma garagem do banco de portugal e um projecto de gonçalo byrne (sem concurso) venha o diabo e escolha.
ResponderEliminarImaginem um privado a querer fazer a entrada da garagem pela porta da igreja ou capela, caía o carmo e a trindade, o IPPAR ou outra sigla diferente.
Mas como é o banco de portugal já podem fazer tudo, sem concurso, adjudicação directa. Ainda hoje o Tribunal de Contas repreendeu o governo por contractos e adjudicações directas.
Fartar Vilanagem!
Nota: Não existe erros ortograficos foi intenção não colocar maiusculas, só em Vilanagem.
É a igreja da Nossa Senhora dos Mercedes, não é?
ResponderEliminar:)
:)
Pelo que vi no blog, parece-me ser um projecto muito bonito.
ResponderEliminarEspero que continuem a exitir recuperações destas com o patrimonio existente.
Perece-me um misto de conservação da cidade em formol, com algo moderno bem feito. E pelo que se vê, não afecta em nada o que existe actualmente à sua volta.
Era bom que o rest da baixa fosse assim recuperado. O que se vê no resto da baixa é demasiado decadente.
Este projecto foi o resultado de um concurso entre vários arquitectos portugueses e não sei se tb incluía estrageiros.
ResponderEliminarNão sei com que fontes ou fundamentos é alegado que este projecto é uma entrega directa.
Segundo me indicaram quando visitei a 'igreja', o edifício foi totalmente catalogado e numerado para ser desmontado e remontado na Praça de Londres mas o projecto foi cancelado. No interior pode ver-se ainda a numeração nas pedras.
ResponderEliminarA actual utilização parece-se com um cenário do 'Blade Runner'.
O facto de, entre nós, haver um grupelho de "modernos" que gostam de marcar o território com as suas excrecências, destruindo a harmonia e aviltando o trabalho de anteriores colegas, parece-me um mal que deveria ser resolvido nos bancos da escola.
ResponderEliminarQuerem que a cidade não permaneça em formol? Pois criem e sejam modernos fazendo arquitectura de qualidade em locais próprios e previstos para tal e não no território já construído e que deve ser preservado, recuperado e mantido.
Sejam de facto modernos e actuais e não andem atrás dos modernismos do passado, que destruiram o território nacional, desordenando-o completamente!