A propósito das fotografias do estacionamento selvagem no Campus da Universidade de Lisboa - bem reveladoras da mentalidade atrasada dos lisboetas em matéria de mobilidade urbana - vale a pena ver como se deslocam os 50 mil estudantes numa cidade universitária da Holanda:
GRONINGEN, fica no norte da Holanda, a duas horas de comboio do centro de Amesterdão. É conhecida como a "World Cycling City" porque a bicicleta é, de longe, o principal meio de transporte. Apesar de ter apenas 180 mil habitantes há cerca de 300 mil bicicletas.
"You receive your first bicycle, a three-wheeler, when you are four years old," says Van der Klaauw [City traffic planner], "and by the age of six, you move on to two wheels, and you never really look back. Almost all children travel to school by bicycle. After that, we are conditioned for life."
While Amesterdam throngs with bikes, it also still suffers from gridlocked traffic, unnecessary SUVs and high pollution, something its northeastern neighbour became adamant it wouldn't allow to happen. It took proactive action a full three decades ago and is now reaping the results."
"Groningen is the way it is today because of particularly forward-thinking town planners in the 1970's, says Peter van der Wall, a government-sponsored mobility manager, whose job it is to tempt people away from cars by informing them of certain tax breaks on offer to cyclists (those who cycle to work get to replace their old bikes every three years with a 30% discount, plus free theft insurance) as well as the health-promoting properties of two wheels over four. "It was 1977 when we decided that we would need to revolutionise the city and save it from permanent congestion by closing the centre to all car use. It made the national news, there was a big drama over it, and a lot of opposition, but the planners insisted that a town this size simply wouldn't be able to cope with a massive growth in motor cars."
O centro da cidade está fechado ao transito e estacionamento automóvel. Fora desta zona, o estacionamento é muito limitado e proibitivamente caro.
Groningen não será perfeita mas é concerteza uma cidade modelo pela atitude que tem em relação aos transportes e à mobilidade urbana.
O respeito e a conservação do meio ambiente converteram-se, hoje em dia, numa das principais preocupações e prioridades de governos, instituições públicas e privadas. Excepto para muitos estudantes do campus da Universidade de Lisboa, e para a maior parte dos portugueses...
Ao longo da história sempre houve as cidades cidades pioneiras e as provincianas. Em matéria de mobilidade sustentável, Groningen pertence ao primeiro grupo e Lisboa ao segundo. Por terras lusitanas o automóvel ainda é o mais importante "habitante" das cidades.
Nota: foto e excertos de um artigo da revista Monocle de Maio de 2007 dedicada ao tema "Pedal Politics".
GRONINGEN, fica no norte da Holanda, a duas horas de comboio do centro de Amesterdão. É conhecida como a "World Cycling City" porque a bicicleta é, de longe, o principal meio de transporte. Apesar de ter apenas 180 mil habitantes há cerca de 300 mil bicicletas.
"You receive your first bicycle, a three-wheeler, when you are four years old," says Van der Klaauw [City traffic planner], "and by the age of six, you move on to two wheels, and you never really look back. Almost all children travel to school by bicycle. After that, we are conditioned for life."
While Amesterdam throngs with bikes, it also still suffers from gridlocked traffic, unnecessary SUVs and high pollution, something its northeastern neighbour became adamant it wouldn't allow to happen. It took proactive action a full three decades ago and is now reaping the results."
"Groningen is the way it is today because of particularly forward-thinking town planners in the 1970's, says Peter van der Wall, a government-sponsored mobility manager, whose job it is to tempt people away from cars by informing them of certain tax breaks on offer to cyclists (those who cycle to work get to replace their old bikes every three years with a 30% discount, plus free theft insurance) as well as the health-promoting properties of two wheels over four. "It was 1977 when we decided that we would need to revolutionise the city and save it from permanent congestion by closing the centre to all car use. It made the national news, there was a big drama over it, and a lot of opposition, but the planners insisted that a town this size simply wouldn't be able to cope with a massive growth in motor cars."
O centro da cidade está fechado ao transito e estacionamento automóvel. Fora desta zona, o estacionamento é muito limitado e proibitivamente caro.
Groningen não será perfeita mas é concerteza uma cidade modelo pela atitude que tem em relação aos transportes e à mobilidade urbana.
O respeito e a conservação do meio ambiente converteram-se, hoje em dia, numa das principais preocupações e prioridades de governos, instituições públicas e privadas. Excepto para muitos estudantes do campus da Universidade de Lisboa, e para a maior parte dos portugueses...
Ao longo da história sempre houve as cidades cidades pioneiras e as provincianas. Em matéria de mobilidade sustentável, Groningen pertence ao primeiro grupo e Lisboa ao segundo. Por terras lusitanas o automóvel ainda é o mais importante "habitante" das cidades.
Nota: foto e excertos de um artigo da revista Monocle de Maio de 2007 dedicada ao tema "Pedal Politics".
Pois....a falta de estacionamento pode gerar o que se vê por cá...ou o que se vê nesta imagem (já me esquecia que o clima no norte da Europa, é muito mais propício ao uso da bicicleta).....
ResponderEliminarJA
É chato, mas lá na Holanda aquilo é tudo plano, planinho...
ResponderEliminarClaro que nada justifica o estacionamento selvagem aqui no burgo.
O clima no norte da Europa é muito mais propício ao uso da bicicleta?
ResponderEliminarNão concordo. Aquilo lá para cima é frio e chuvoso a maior parte dos meses do ano! Mas eles não param de andar de bicicleta apesar da chuva e do frio.
Temos que admitir, por mais que nos custe, que a raíz do problema é simplesmente uma questão de cultura, de cidadania, de educação e até de planeamento urbano como muito se explica neste artigo.
E alcançar uma cidade assim não precisa de passar por uma aposta na bicicleta. Reduzir estacionamento à superfície, limitar a circulação automóvel, reduzir espaço de circulação, mais faixas BUS, etc. seriam suficientes. Há tantas cidades por essa Europa fora que nos provam isso mesmo.
ResponderEliminar(p.s. sou um acérrimo defensor da bicicleta em Lisboa, mas entristece-me que se venha com a desculpa das colinas e sei lá que mais, para não se discutir uma mobilidade pró-cidade a sério)
Caro anónimo!
ResponderEliminarEssa do clima era pura ironia.
Bem....com colinas ou sem colinas, o resultado é idêntico. Da última vez que visitei Vila Real de Santo António (só um exemplo), não me recordo de ver muitas bicicletas a circular. E aí existe um bom clima....sem colinas.