A Secretária de Estado dos Transportes (SET) saíu claramente vencedora: era a única dos 4 intervenientes que tinha de mentir; fê-lo com aplomb e competência. Está bem treinada e sabe o que faz. Disse por exemplo que o projecto está em discussão pública há muito tempo. Infelizmente, não é verdade: aliás, nem no site da APL estava, há meia-dúzia de dias, tal é a visibilidade que lhe queriam dar.
MST esteve truculento, como de costume. Espalhou-se na questão do risco da Liscont, mas de resto esteve bem: fez frente, ele e o Prof. Nunes da Silva, a uma plateia hostil, sem apoio nenhum de retaguarda - contrariamente aos defensores do projecto, que beneficiaram de todo o apoio da plateia.
O Prof. Nunes da Silva foi incisivo e argumentou com a segurança de quem sabe o que está dizer e estudou bem o assunto. Todos fossem assim...
O "Zé" meteu os pés pelas mãos e quis-nos fazer acreditar nas coisas em que (eu acredito) ele acredita. Basicamente, que Lisboa fica a ganhar porque haverá uma praça à frente da Gare Marítima de Alcântara, porque vão ser feitos estudos ambientais [só agora?!] e porque o comboio assim e porque vai haver buracos entre os contentores e etc. e tal. e renhau-nhau-nhau bacalhau ao gato. Eu acredito piamente que o senhor acredite piamente naquelas balelas, mas deveria ter distância suficiente para não pensar que os outros também são tão crentes, ou crédulos. De uma forma geral, foi de uma indigência confrangedora.
Todos comparam a vista com contentores e sem contentores com os edifícios que lá estão e sem eles lá estarem. Ora pode haver edifícios em Alcântara que contribuam para a vista do Tejo - hotéis, lojas de artigos náuticos - velas, material electrónico, acessórios (aquilo a que um senhor da plateia chamava shipchandlers, lojas de aprestos marítimos) - escola profissional de Náutica de Recreio, já que a ENIDH (Escola Náutica Infante D. Henrique, em Paço d'Arcos) não parece interessada ou capaz. Esses edificios são úteis. Claro que a APL deixou voluntariamente apodrecer os que lá estavam, mas isso é outra história.
A manutenção do status quo parece-me má: é uma solução que não é nem (boa) carne nem (bom) peixe. A náutica de recreio também gera empregos - provavelmente, a longo prazo mais do que um terminal de contentores em Alcântara - gera riqueza, é uma actividade económica importante e reconhecida pelo Governo (mais pormenores aqui). Os cruzeiros são reconhecidamente importantes - tanto que querem construir um terminal para eles meia dúzia de milhas náuticas a montante.
A intervenção do Dr. Quaresma Dias, em defesa dos milhares de empregos que se vão "perder" foi um monumento à demagogia. Citando um filme que vi há tempos, achará o senhor que se deveriam manter as fábricas de chicotes depois da invenção do automóvel? Mais: perder-se-ão realmente, esses empregos? Eu creio que não, porque a carga não deixa de vir para Lisboa. Mais ainda: e os empregos que se perdem em Sines ou em Setúbal por não haver um grande terminal de contentores lá, não contam? Mais: 25,000 empregos? Poderia ventilar um bocadinho esse número, se nos fizesse o favor? 10 empregos por PME? Como é que chegou a ele, pode explicar-nos, por gentileza ou generosidade?
O custo do transporte apareceu outra vez. Claro que dizendo "transportar os contentores de Sines por estrada para Lisboa encarece aquilo que consumimos em 10% [a SET ontem disse 20%. Os números oscilam, devido sem dúvida à solidez dos "estudos" que foram feitos] é assustador. Infelizmente é mentira. M-E-N-T-I-R-A. O transporte é apenas uma das componentes do custo final, e nem sequer é o mais caro (se fosse, como explicar o crescimento da China, e as suas exportações)? Já aqui tenho deixado os custos reais, mas repito-os, se mo permitem: 1 cêntimo e 25 centésimos de cêntimo por quilo transportado entre Sines e Lisboa, preços avulso e por estrada - ou seja, de comboio e com tarifas contratadas vai ficar por uma pequena fracção desse valor. De Setúbal, é metade (e a linha do comboio já está feita).
O argumento apareceu ainda porque esses astronómicos valores iriam pôr em risco a competitividade das empresas nacionais. Eu pensava que Portugal tinha abandonado, ou quer abandonar um modelo de desenvolvimento económico que já devia ter sido posto de parte há muito tempo - mas vejo que não: desde Ministros que andam pela China a apregoar o baixo valor dos nossos salários até Secretárias de Estado que acham que as nossas empresas só produzem - e vão produzir ad secula seculorum - bens que não aguentam aumentos de custos desses acima mencionados, tudo indica que o modelo de desenvolvimento para o qual os nossos governantes apontam é o do baixo valor acrescentado.
Os argumentos em favor do prolongamento da concessão sem concurso público foram, esses, monumentos à retórica. Infelizmente frágil, porque como muito bem retorquiu MST, com argumentos desses nunca mais haverá concursos públicos para renovação de concessões em Portugal.
A cereja no bolo foram as dificuldades, que eu desconhecia, da interligação da Linha de Cascais com a da Cintura. Mas disso já falei. E a revelação pela SET que tinha sido feita uma proposta à PSA para vir explorar o TCA. A PSA é um dos maiores operadores de terminais de contentores do mundo (juntamente com a Hutchinson-Whampoa, just in case) . Seria decerto interessante termos mais pormenores sobre essa proposta, a razão pela qual foi declinada e, finalmente, o que fez com que a Mota-Engil, que segundo o Jornal de Negócios de ontem é uma das três piores companhias nas quais investir em Portugal tivesse aceite.
MST esteve truculento, como de costume. Espalhou-se na questão do risco da Liscont, mas de resto esteve bem: fez frente, ele e o Prof. Nunes da Silva, a uma plateia hostil, sem apoio nenhum de retaguarda - contrariamente aos defensores do projecto, que beneficiaram de todo o apoio da plateia.
O Prof. Nunes da Silva foi incisivo e argumentou com a segurança de quem sabe o que está dizer e estudou bem o assunto. Todos fossem assim...
O "Zé" meteu os pés pelas mãos e quis-nos fazer acreditar nas coisas em que (eu acredito) ele acredita. Basicamente, que Lisboa fica a ganhar porque haverá uma praça à frente da Gare Marítima de Alcântara, porque vão ser feitos estudos ambientais [só agora?!] e porque o comboio assim e porque vai haver buracos entre os contentores e etc. e tal. e renhau-nhau-nhau bacalhau ao gato. Eu acredito piamente que o senhor acredite piamente naquelas balelas, mas deveria ter distância suficiente para não pensar que os outros também são tão crentes, ou crédulos. De uma forma geral, foi de uma indigência confrangedora.
Todos comparam a vista com contentores e sem contentores com os edifícios que lá estão e sem eles lá estarem. Ora pode haver edifícios em Alcântara que contribuam para a vista do Tejo - hotéis, lojas de artigos náuticos - velas, material electrónico, acessórios (aquilo a que um senhor da plateia chamava shipchandlers, lojas de aprestos marítimos) - escola profissional de Náutica de Recreio, já que a ENIDH (Escola Náutica Infante D. Henrique, em Paço d'Arcos) não parece interessada ou capaz. Esses edificios são úteis. Claro que a APL deixou voluntariamente apodrecer os que lá estavam, mas isso é outra história.
A manutenção do status quo parece-me má: é uma solução que não é nem (boa) carne nem (bom) peixe. A náutica de recreio também gera empregos - provavelmente, a longo prazo mais do que um terminal de contentores em Alcântara - gera riqueza, é uma actividade económica importante e reconhecida pelo Governo (mais pormenores aqui). Os cruzeiros são reconhecidamente importantes - tanto que querem construir um terminal para eles meia dúzia de milhas náuticas a montante.
A intervenção do Dr. Quaresma Dias, em defesa dos milhares de empregos que se vão "perder" foi um monumento à demagogia. Citando um filme que vi há tempos, achará o senhor que se deveriam manter as fábricas de chicotes depois da invenção do automóvel? Mais: perder-se-ão realmente, esses empregos? Eu creio que não, porque a carga não deixa de vir para Lisboa. Mais ainda: e os empregos que se perdem em Sines ou em Setúbal por não haver um grande terminal de contentores lá, não contam? Mais: 25,000 empregos? Poderia ventilar um bocadinho esse número, se nos fizesse o favor? 10 empregos por PME? Como é que chegou a ele, pode explicar-nos, por gentileza ou generosidade?
O custo do transporte apareceu outra vez. Claro que dizendo "transportar os contentores de Sines por estrada para Lisboa encarece aquilo que consumimos em 10% [a SET ontem disse 20%. Os números oscilam, devido sem dúvida à solidez dos "estudos" que foram feitos] é assustador. Infelizmente é mentira. M-E-N-T-I-R-A. O transporte é apenas uma das componentes do custo final, e nem sequer é o mais caro (se fosse, como explicar o crescimento da China, e as suas exportações)? Já aqui tenho deixado os custos reais, mas repito-os, se mo permitem: 1 cêntimo e 25 centésimos de cêntimo por quilo transportado entre Sines e Lisboa, preços avulso e por estrada - ou seja, de comboio e com tarifas contratadas vai ficar por uma pequena fracção desse valor. De Setúbal, é metade (e a linha do comboio já está feita).
O argumento apareceu ainda porque esses astronómicos valores iriam pôr em risco a competitividade das empresas nacionais. Eu pensava que Portugal tinha abandonado, ou quer abandonar um modelo de desenvolvimento económico que já devia ter sido posto de parte há muito tempo - mas vejo que não: desde Ministros que andam pela China a apregoar o baixo valor dos nossos salários até Secretárias de Estado que acham que as nossas empresas só produzem - e vão produzir ad secula seculorum - bens que não aguentam aumentos de custos desses acima mencionados, tudo indica que o modelo de desenvolvimento para o qual os nossos governantes apontam é o do baixo valor acrescentado.
Os argumentos em favor do prolongamento da concessão sem concurso público foram, esses, monumentos à retórica. Infelizmente frágil, porque como muito bem retorquiu MST, com argumentos desses nunca mais haverá concursos públicos para renovação de concessões em Portugal.
A cereja no bolo foram as dificuldades, que eu desconhecia, da interligação da Linha de Cascais com a da Cintura. Mas disso já falei. E a revelação pela SET que tinha sido feita uma proposta à PSA para vir explorar o TCA. A PSA é um dos maiores operadores de terminais de contentores do mundo (juntamente com a Hutchinson-Whampoa, just in case) . Seria decerto interessante termos mais pormenores sobre essa proposta, a razão pela qual foi declinada e, finalmente, o que fez com que a Mota-Engil, que segundo o Jornal de Negócios de ontem é uma das três piores companhias nas quais investir em Portugal tivesse aceite.
um blog que alcançou o estatuto que o Cidadania LX alcançou deveria ter algun crivo editorial.
ResponderEliminarCaro Luís já disse tudo, não vou acrescentar mais nada.
ResponderEliminarLutem para que isto não se faça é o que peço!
Aquilo é um erro o terminal estar ali localizado dentro de uma capital, mas como é complicado estar a fazer estrategias a serio sem mexer com os direitos adquiridos parte-se para esta opção.É tão óbvio!
ResponderEliminarO debate de ontem estava encomendado!
Ao menos que se estudassem todas as opções e depois houvesse decisões que todos pudessemos entender!
Ai Portugal Portugal de que é que estás á espera?
E não acho que o MST se tenha espalhado na historia do risco, qual é a empresa no Mundo que não gostava de investir com estas condições?Risco há sempre mas assim há bem menos!
Luís, quando o assunto do TCA surgiu, li, não sei onde, que, há cerca de três anos, a anterior concessionária teria proposto a este Governo a ampliação do terminal, e que a proposta lhe teria sido recusada sob o argumento clássico de que se queria devolver o Tejo aos lisboetas. Com a nova concessionária, a Liscont, a posição ter-se-ia alterado e o argumento morrido. Nunca mais ouvi falar nesta oportuna mudança de perspectiva porquê? Seria mentira?
ResponderEliminarP.S.: A figura mais irritante do debate foi a da moderadora Fátima, quando, no final do programa, se voltou para o MST e lhe perguntou se se considerava finalmente esclarecido. Como se a posição «pró»-alargamento fosse, das posições em confronto, a lúcida, bem fundamentada e transparente, e a posição «contra» fosse a dos que não percebem nada de nada. Julgo que a Fátima será outras das criaturas a exportar nos contentores do futuro terminal de Alcântara.
A atitude de Fátima no final só vem provar o objectivo daquele debate.
ResponderEliminarCaro Henrique,
ResponderEliminarAgradeço-lhe a sugestão. Agradecer-lha-ia ainda mais se a elaborasse um bocadinho. É mais do que bem vindo.
Caro anónimo das 14;12,
Obrigado. Continuarei, continuaremos.
Caro João,
Haver "menos risco" não significa que ele é eliminado. E o risco de mercado está lá.
Cara Luísa,
nunca consegui verificar esse argumento, e por isso não o tenho utilizado. De qualquer forma, tanto quanto me tenha apercebido, a Tertir não o desmentiu.
Seria bom que alguem da Tertir viesse falar disso, para se perceber a coerência (ou falta dela) dos nossos governates!
ResponderEliminarnao devem ter visto o mesmo debate que eu...
ResponderEliminara apresentadora não deixou os técnicos falarem e deixou o MST destilar barbaridades.
foi equibrado.não há vencedores
No debate que viu falou-se no porquê da indispensabilidade de um Porto em Lisboa ou de estudos comparativos?
ResponderEliminarSeria util para as pessoas que são contra, que quer se queira quer não, são a maioria senão todos os Lisboetas, perceberem o porquê de terem mesmo de ter um Porto na sua cidade, e isso não aconteceu.
É que se tivesse acontecido até podia ter mudado de opinião.
Caro Anónimo das 16:18,~
ResponderEliminarA meu ver é por aí que se devia começar. Os contentores não são a única carga que existe - se bem sejam a mais rentável, sem dúvida - e a decisão da localização do terminal de contentores devia ser estudada a nível nacional. Isto não é o fim do Porto de Lsboa - significa apaenas que o Porto de Lisboa acolhe alguns tipos de navegação, cargas e descargas e não acolhe outros.
Esta urgência com Lisboa faria sentido se não houvesse de todo outros portos no nosso país - mas há.
E de qq forma tudo devia começar com estudos - quantificados, abrangentes, comparativos. Só a partir daí se podem tirar conclusões.
Infelizmente, a Ota não foi um epifenómeno no modus operandi deste Governo. É a norma.
Gostei tambem da intervenção de Ribeiro Teles, ao dizer que está descansado porque se houver algum problema com inundações etc a Liscont trata da conta.
ResponderEliminarE foi bem visto, porque senão para quê ficar a seu cargo o estudo de impacto ambiental e depois se houver azar não lhes acontece nada?
A culpa morre solteira isso já sabemos, aliás a SDE começou logo a abanar com a cabeça a dizer que não. Ou seja, se o estudo que fizerem se vier a provar errado, quem paga somos nós.
Sinceramente este processo todo é mais uma vergonha!
Luís,
ResponderEliminarObrigado.É esse tipo de informação e de estudos que gostava de ver, aliás penso que todos os Lisboetas mais leigos na materia gostavam, mas por cá a Democracia é conceito vago.
Eles não ficam nem um bocado sensiveis ao sentimento generalizado "tirem-nos isto daqui".
Senão como seria possivel 12000 assinaturas em poucos dias.
Em 1975 os Lisboetas viam a sua frente ribeirinha completamente entupida por contentores de familiares e amigos que retornavam à metrópole contra a sua vontade, graças a uma classe politica surgida à pressa, que descolonizou sem a alma necessária nestes momentos e sem acautelar o interesse dos milhares que lá viviam.
ResponderEliminarDurante anos vimos contentores com os bens de quem teve de deixar a terra que já viviam como sua, nunca reclamando estes haveres, sobras de uma vida, fazendo pressentir naturalmente o pior desfecho aos seus proprietários.
O local é o mesmo; o contexto é outro. Vamos ter de novo a frente ribeirinha atulhada de contentores, desta vez sem a grave crise humanitária de então, mas na mesma, graças à idiotice dos que nos governam.
"O transporte é apenas uma das componentes do custo final, e nem sequer é o mais caro (se fosse, como explicar o crescimento da China, e as suas exportações)?"
ResponderEliminarÉ pá este Serpa é mesmo atrasado mental!
Caro Anónimo das 23;43,
ResponderEliminarHá, infeliz mas quiçá justificadamente, inúmeras pessoas que pensam como você. Seria contudo uma prova da sua insofismável superioridade - e generosidade - consubstanciar o elogio com o qual me classifica, tão sumária como precisamente.
Antecipadamente grato,
Luis Serpa
"a anterior concessionária teria proposto a este Governo a ampliação do terminal, e que a proposta lhe teria sido recusada sob o argumento clássico de que se queria devolver o Tejo aos lisboetas. Com a nova concessionária, a Liscont, a posição ter-se-ia alterado e o argumento morrido", asseguraram-me ontem exactamente o mesmo, sendo que quem o assegurava faziam nessa altura parte a da anterior administração. E pedem atenção ao que se irá passar com Sines...
ResponderEliminarCaro Luis Serpa,
ResponderEliminarEstava para lhe responder ponto por ponto ao extenso comentário que fez aceca do texto do Dr. João Soares mas depois de ver os seus comentários neste blog fiquei com a sensação que tem uma visão das coisas parecida com a do MST ou seja só vê o que quer!
Ainda assim, e porque acredito nas pessoas e nos valores da democracia e da livre discussão gostaria de contribuir com os seguintes comentários:
Toda esta discussão gira em torno de dois pontos: A legalidade do prolongamento da concessão e a necessidade de expansão do Porto de Lisboa.
A questão da legalidade foi claramente explicada por especialistas não restando quaisquer dúvidas para quem fôr minimamente inteligente e estiver na disposição de compreender, quanto à alegada "imoralidade" deixe-me dizer-lhe que não considero o Dr. MST ou a Dra. Helena Roseta ícones morais que todos devem seguir e que também acho imoral pagar os impostos que pago e respeitar as leis que respeito enquanto outros cidadão vivem à conta deste nosso estado meternalista sem nada respeitar, mas não vejo petições nem movimentos cívicos contra esta cada vez mais alarmente situação.
Quanto à necessidade de expansão do Porto de Lisboa penso que esta questão é mais profunda pois trata-se também da necessidade de sobrevivência do Porto de Lisboa, não acredito que o Dr. MST deseje a continuação do porto, para ele e outros como ele Lisboa seria uma cidade à beira-rio plantada para “passear e namorar”. Também gosto muito de passear e namorar mas ao contrário do Dr. MST nem eu nem milhares de Lisboetas ganhamos o nosso sustentento escrevendo livros e crónicas e tecendo comentários acerca do que os outros fazem! Em Lisboa trabalham milhares (sim milhares e isto não é demagogia estou disponível a contá-los um a um consigo para que não diga que é mentira!) de pessoas ligadas ao ramo da Actividade Portuária e diminuir ou deslocalizar esta importante actividade económica seria uma tragédia social bem maior do que as cheias e inundações “previstas” pelo Eng. Ribeiro Teles.
Assim quando se diz que só se pretende que o Porto não cresça mais, o que na realidade se está a dizer é que se deseja que o Porto desapareça – vá para Setúbal por exemplo!
Esta solução só mostra desconhecimento e ou má fé (lembro aqui o comentário em directo tecido por um ex-administrador da APS de que um “barco” - navio não teria recentemente entrado em Lisboa por falta de água – MENTIRA !!!) pois qualquer técnico minimamente informado sabe que transferir a actividade portuária de Lisboa para Setúbal custaria dezenas de vezes mais do que a modernização do terminal existente, o mesmo se poderá dizer do plano para a Trafaria. Quem é pela deslocalização da LISCONT (em letras grandes para ver se o Dr. MST aprende a pronunciar) é pela inviabilidade económica do Porto de Lisboa cuja Liscont é o principal motor.
A obra que se apresenta visa modernizar uma zona que necessita de urgente modernização e a médio prazo contribuir para a melhoria da relação porto-cidade, é claro que esta obra trará os seus inconvenientes mas será para o melhor, e ao contrário do que se apregoa, o investimento do lado portuário será efectuado por privados e não pelo estado, quantas obras poderão publicitar o mesmo? Ainda à bem poucos anos para quantos estádios de futebol tive eu e outros portugueses de contribuir? Onde estavam os senhores e as senhoras nessa altura?
Finalmente deixe-me dizer-lhe que embora também goste muito da náutica de recreio e de navios de passageiros estas duas actividade representam menos de um décimo da actividade do Porto de Lisboa, todos gostariam de ver estas actividades crescer mas a realidade é a dos números (como tanto gosta de fazer notar). E para que não me volte a acusar de menosprezar quem pensa de maneira diferente da minha não lhe direi para deslocalizar a náutica de recreio para Setúbal ou para o Algarve onde a paisagem é claramente mais bonita! Sim porque é mais fácil e económico os adeptos da náutica de receio seguirem esta actividade e o Sr. MST comprar casa em Setúbal do que deslocalizar a Liscont...
Saudações Náuticas!
Acrescento que não é possível transferir o porto de lisboa para setúbal pois não existem fundos suficientes para os navios de grande calado.
ResponderEliminarA transferência total do porto para a Trafaria implicaria um investido de mil milhoes de euros, sendo que numa zona de arribas, afigura-se complicado fazer lá chegar linha férrea. Em alternativa teríamos milhares de camiões a saturar as pontes sobre o tejo.
Então e Sines? Também me vai dizer que Sines não tem fundo para suportar navios de grande calado? Façam do Porto de Sines "O" Porto de contentores, em vez de ser em Lisboa. Aquela idiota da secretária de estado demonstra que nem uma conta de multiplicar sabe fazer, quando diz que um acréscimo de 20% nos custos de transporte implica que os produtos cheguem 20% mais caros a Lisboa. Desculpe? Importa-se de repetir??
ResponderEliminarPonha-se o porto em Sines e faça-se uma linha de caminho de ferro. É simples. Os trabalhadores? Vão trabalhar para sines!
Já está tudo aqui montado...seria uma chatice. Parecendo que não mudanças dão trabalho e chateiam quem já está instalado. Se a melhor opção é mesmo Lisboa então qual é o medo de se analisarem outras hipoteses e calar os do "contra"?
ResponderEliminarse chegarem ao pé de si e o mandarem para 200km de distância vai achar uma piada...
ResponderEliminarOs meus pais tiveram que ir para 2000 km de distancia pelo interesse da familia, penso que se houver trabalhadores a irem para 200km de distancia devido ao interesse nacional(se ele ficar demonstrado),peço desculpa mas não vejo drama.
ResponderEliminarTudo gente de boa vontade já se vê...uns mudam-se para 200 km para outros poderem passear e namorar descansados, grande interesse nacional sim senhor!
ResponderEliminarGrande DEMOCRACIA a que vivemos!!!
Porque é que não vai o prezado Sr. passear para Sines ???
ResponderEliminarÉ Sra. Apenas gostaria de ver estudos comparativos e não apenas com dados sobre namorados e namoradas.
ResponderEliminarE tenho a certeza que das centenas de milhar de desempregados deste Pais, a maioria não se importaria nada de ir passear para Sines.
ResponderEliminarDeslocalização já ouviu falar?
ResponderEliminarÉ necessário uma descentralização de forma a comabter a desertificação de outras áreas do país. A consecutiva centralização de serviços nas áreas metropolitanas prejudica um saudável planeamento terrtorial sustentavel, quando afinal não sabemos tirar proveito do facto do país ser pequeno.
A distribuição dos vários serviços numa região como o Benelux não se atropelam uns aos outros, apesar de serem países diferentes. Em Portugal a descoordenação entre os diferentes portos e áreas metropolitans tem dado mau resultado, este vazio e desgoverno tem sido aproveitado por gente sem escrúpulos e que colocam os interesses privados acima do interesse nacional.
É o costume bem Português de olhar só para o seu quintalinho, depois o País é esta manta de retalhos que se vê!
ResponderEliminar"É Sra. Apenas gostaria de ver estudos comparativos e não apenas com dados sobre namorados e namoradas."
ResponderEliminarExma. Sra. Os estudos existem, não me peça que os entregue a todos os portugueses, quem está verdadeiramente interessado procura-os! O argumento do namoro à beira rio não é meu é do Sr. Tavares que gosta de passear por locais desertos para depois escrever livos sobre a "beleza" da adaptação humana à miséria - sendo que ele tem sempre um emprego garantido, onde dormir e comida na mesa e casa em Lisboa claro está!
Caro Nuno Consciência Martins,
ResponderEliminarAinda não percebeu que já todos sabemos que Liscont se lê Liscount?
Ou também é dos que, perante a graça irónica de Gonçalo Ribeiro Telles, ficou sem perceber que o que ele diz é que tudo isto é um disparate, e o "tudo isto" é a ampliação de um porto feita à prssão, antes de eleições, para que a LISCONTA encha o bolso?
"Deslocalização já ouviu falar?
ResponderEliminarÉ necessário uma descentralização de forma a comabter a desertificação de outras áreas do país."
Da proxima vez que deslocalizarem uma fábrica de Portugal para a Ásia, América do Sul ou África não se esqueça de enviar este seu comentário aos recém-desempregados - afinal somos todos humanos e temos que combater a desertificação noutras partes do mundo ???
Estes comentários que parecem ser dignos do Robin dos Bosques fazem-me mais lembrar a história da cigarra e da formiga!
E já agora, contas feitas, se este terminal esgota a sua capacidade em 2012, o novo esgotará quando? É que estou algo preocupado com o que se pensa fazer quando esse esgotar? Prolonga-se até ao Terreiro do Paço? Ou então alguem se lembrará da discussão agora havida e o colocam fora de Lisboa numa zona com reais capacidades de expansão?
ResponderEliminarLesma Morta ???
ResponderEliminarestes senhores são uns inconsequentes.
ResponderEliminararrogam-se no direito de pensar pelos outros. quem está contra não percebe nada.
muda-se o porto num ápice, muda-se milhares de trabalhadores 200km sem qualquer problema (e os custos) etc etc etc etc
como se fosse no seu próprio caso aceite com essa ligeireza.
e pessoas que não têm a minima competência para discutir assuntos técnicos (viu-se o MST que depois de mandar bojardas que o povão gosta, qd chegou á parte técnica calou-se que nem um rato).
ainda bem que este pessoal não é governante. seriam com toda a certeza ditadores tipo chinês a deslocar famílias mais de 200km sem pensar nas consequencias (pessoas e económicas) achando que é melhor gastar mil milhões de euros a fazer um proto novo do que 200 milhões na adaptação do actual....
e na actual conjuntura.
e tb nao se importam de pagar mais nos produtos que comem, nem de ter mais transito nas pontes a passar o porto para o lado de lá.
prefere namorar e passear em 18km de rio (14km é uma tragédia) e com a cidade de lisboa a perder empregos e rendimentos
haja paciência!
Concordo.
ResponderEliminarJá enjoam estes comentários inconsequentes e politiqueiros e completamente persecutórios.
Deixem o blog voltar ao que era: isento.
E obriguem as pessoas a colocar posts fundamentadados.
Não temos de ser inundados de posts de 5 em 5 minutos com pensamentos de qualquer um.
Para isso há blogs pessoais.
Já aqui alguem disse que este luis Serpa veio estragar isto e é verdade.
SE quer ter as suas perseguições ou questões pessoais arranje um blog pessoal ou atire-se de um prédio para chamar a atenção.
Ou mude de cidade, já que é uma coisa fácil. pelo menos seria a bem do interesse nacional.
Não é a toa que este blog já é conotado poiliticamente o que é terrível.
Caro Lesma Morta,
ResponderEliminaresse é um ponto que também tem sido sistematicamente escamoteado pela APL e pelo Governo, e sobre o qual devíamos ter informações mais concretas.
Penso de igual forma caro Luis Serpa. É de facto um elemento que falta informar os verdadeiros interessados: os lisboetas. Quanto ao anónimo que estranhou o nome com que assino "Lesma Morta" eu explico-lhe de onde vem:"A capital é, no fim de tudo, o único ponto vivo desta fétida lesma morta que se espapa à beira do velho Atlântico, sob o nome desacreditado de Portugal" Eça de Queiroz
ResponderEliminarMas descanse que tenho nome
Cumprimentos
Jorge Santos Silva
Conheço mais de 7 milhões de Portugueses que ficarão ofendidos com este "Capitalismo" exacerbado mas de extremismos está este blog cheio... Já nada me surpreende...
ResponderEliminarBoa tarde
ResponderEliminarAlgumas notas soltas .....
Alguem me sabe dizer se "existe" um terminal de contentores na zona de Badajoz (Espanha) semelhante ao "nosso" de Alverca? "Escutei" que sim ... que existe ?!?!?
Também "escutei" que foi feito a contar com o transporte por meio ferroviário de contentores de Sines para Badajoz ....
Acho que os "trabalhos" da ligação ferroviária ainda começaram à uns anos, ficaram em águas de bacalhau, ainda andam por lá vestígios na Vila de Sines.
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Realmente existem cidadãos a defender aqueles que enriquecem à nossa custa, então os meus amigos dão a desculpa que levar os contentores para outro lado iria custar 1.000 milhões, e que assim é mais barato ao contribuinte porque o investimento é privado? Conversa da treta, então e os milhões que perdemos para esse privado (Liscont > Mota Engil > Jorge Coelho). Terminal em Sines custa 1.000 milhões??? Mentira! Tem tudo .... só falta o Dr. Comboio!
Desemprego ??? Acabar com o Terminal em Alcântara .... mentira, teriam de transferir uns quantos funcionários (não acredito que sejam mais de 150 pelo que vejo aqui da minha janela) ....
Então e quando os senhores do governo fecharam a Docapesca de Algés a desculpas de fazer uma regata e desempregaram mais de 1.000 pessoas ligadas à área ???
Exactamente para fazer uma jogada que está a ser concretizada neste preciso momento (as demolições da Escola Profissional de Pesca e parte da Docapesca estão a decorrer)para plantar lá a tão falada Fundação Chapalimaud .... em terrenos que deveriam ser de todos .... também aqui tem o dedinho da Administração do Porto de Lisboa.
E que mais virá a seguir naquela zona ??? Hoteis ?? Apartamentos de Luxo ??? Fiquemos de olho na APL !!!!
Bem por agora chega de notas soltas .... mais tarde voltarei ao "assunto" ....
Cumprimentos
Francisco Alves
150? pelo que vê da sua janela? Também deve ter contado os 1000 da docapesca? Com contas destas não me admiro que se encontre com dúvidas.
ResponderEliminarPura demagogia e propaganda!
Boa Tarde
ResponderEliminarResposta ao anonimo das 4.38PM
E com respeito que lei-o o seu comentario, apesar de ter de ficar de bouca aberta com as barbaridades.
"Desemprego ??? Acabar com o Terminal em Alcântara .... mentira, teriam de transferir uns quantos funcionários (não acredito que sejam mais de 150 pelo que vejo aqui da minha janela) ...."
Penso que o Sr tem uma excelente vista sobre o TCA, do qual lhe dou os meus parabens, so ve 150 funcionarios, perto do principio que sao da LISCONT, mas e os outros??? Como por exemplo; transitarios; agentes de navegação; empresas de camionagem; despachantes; Alfandega; Policia Maritima; IPTM; APL,SA; CP, rebocadores; empresas de estiva; etc, etc.... esses não contam????
"Então e quando os senhores do governo fecharam a Docapesca de Algés a desculpas de fazer uma regata e desempregaram mais de 1.000 pessoas ligadas à área ???"
de acordo consigo..
"Exactamente para fazer uma jogada que está a ser concretizada neste preciso momento (as demolições da Escola Profissional de Pesca e parte da Docapesca estão a decorrer)para plantar lá a tão falada Fundação Chapalimaud .... em terrenos que deveriam ser de todos .... também aqui tem o dedinho da Administração do Porto de Lisboa."
???????
"E que mais virá a seguir naquela zona ??? Hoteis ?? Apartamentos de Luxo ??? Fiquemos de olho na APL !!!!"
Tem que me dizer onde é que isso existe... a esta a falar do Hotel Altis (Doca do Bom Sucesso) se calhar e melhor perguntar tambem ao Srº Arqº Manuel Salgado (veriador da camara), CML e IPPAR, e que esses tambem deram o aval.
Ja agora era preferivel continuar a estar um edificio abandonado que servia de abrigo ao drogados e delincuentes???
Cumprs