LUÍSA BOTINAS
RODRIGO CABRITA - DN
Lisboa. Edifício classificado degrada-se enquanto autarquia avalia hipóteses de ocupação
Câmara procura parceria para obras no Panorâmico de Monsanto
Recuperar o edifício Panorâmico de Monsanto "custa 20 milhões de euros (quatro milhões de contos) e como a Câmara de Lisboa não tem esse dinheiro está a estudar várias hipóteses, inclusivamente parcerias" para viabilizar aquele imóvel, disse ao DN José Sá Fernandes, vereador com o pelouro dos Espaços Verdes e Ambiente.
O assunto Panorâmico de Monsanto está em cima da mesa do presidente da autarquia, António Costa - que, com o vereador das Finanças, Cardoso da Silva, e José Sá Fernandes, procura várias soluções para a questão. "O edifício hoje em dia representa mesmo um problema", sublinha Sá Fernandes. "O imóvel está há muito abandonado e degradado, sobretudo, depois de algumas obras que foram feitas ainda durante o mandato de Santana Lopes e que foram deixadas a meio", acrescentou aquele responsável. A demolição do edifício da autoria do arquitecto Chaves da Costa - e não de Keil do Amaral como indevidamente aparece referido em algumas fontes documentais - está fora de questão, pois o imóvel está classificado, confirmou Sá Fernandes.
Contudo, é improvável que aquelas instalações voltem a albergar um restaurante, um miradouro ou até uma unidade hoteleira como foi admitido nos anos 70. Na altura, o empresário tomarense, José Cristóvão, chegou a realizar no interior do Panorâmico obras de manutenção e adaptação de forma a ali instalar um complexo turístico. Todavia, o projecto acabou por não vingar. Tal como outros que se lhe seguiram. Há quem diga que o Panorâmico tem uma espécie de malapata que o persegue e impede que qualquer projecto desta natureza vingue. Outras vozes apenas concluem: nunca houve vontade política nem capacidade para o rentabilizar.
Embora não revele a opção definitiva da autarquia, José Sá Fernandes reconhece que a instalação dos serviços da protecção civil, ou de outros departamentos ligados ao Regimento de Sapadores Bombeiros (devido ao baixo risco sísmico da zona o que se revela uma vantagem) naquele local são uma possibilidade em apreciação. Os vereadores do PCP entregaram, entretanto, no início de Novembro, um requerimento ao Executivo, pedindo esclarecimentos sobre o futuro do Panorâmico de Monsanto. "Até agora sem qualquer resposta", disse ao DN Rúben de Carvalho. "Parece inteiramente inadequada a instalação de qualquer tipo de serviços no Parque de Monsanto, contrariando a defesa do espaço verde em causa que reúne o consenso de todo o Executivo e que qualquer alteração de uso no parque pode configurar um precedente grave de violação das exigências de preservação", refere o PCP.
Os vereadores comunistas sublinham ainda o facto de ser "inconveniente instalar em Monsanto serviços com evidentes exigências de deslocações rodoviárias que agravariam esse aspecto de vida do parque".|
in DN
Infelizmente parece que os que antes defendiam a transparência e o debate público são hoje os protagonistas do segredo e do facto consumado.
Radial de Benfica, universidades, Alargamento da A5, Hospitais... de excepção em excepção a maior zona verde de Lisboa foi ficando cada vez mais pequena.
Feira Popular, cidade judiciária, Hipódromos, Bombeiros, protecção civil... o principio é sempre o mesmo: retirar do centro da cidade actividades públicas que estão em locais altamente valorizados e coloca-las no Parque Florestal de Monsanto onde existe um “banco” de terrenos disponíveis para tudo e mais alguma coisa. É tudo visto pela mira do negócio.
e o campo de tiro? sai ou não sai?
ResponderEliminarpara albergar os bombeiros é necessário haver construção em monsanto e estava (está ?) previsto o abate de árvores. Mais movimento automovel , não porque seja necessário, apenas por motivos económicos.