Parte do Pavilhão Carlos Lopes pode ser demolido para albergar Museu do Desporto- PUBLICO 24.12.2008, Ana Henriques
Equipamento cultural a inaugurar em 2011 será concebido para atrair patrocinadores e marcas. Governo apresentou ideias do projecto, mas não divulgou investimento previsto
O Governo anunciou ontem a remodelação do Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, para ali instalar o Museu Nacional do Desporto. Segundo o programa preliminar do projecto, os gabinetes de arquitectura que se habilitarem a planear a transformação "são livres de propor a demolição parcial" do edifício inaugurado em 1923, "mantendo os elementos mais estruturantes da memória" do pavilhão, bem como de proporem a instalação do museu "em construção nova, fora do perímetro e área do edifício existente", embora no Parque Eduardo VII.
Elaborado no Instituto do Desporto, o programa refere que o Pavilhão Carlos Lopes "está inserido numa zona abrangida pelas servidões administrativas do património classificado sujeito a parecer do instituto do património". Por isso, "qualquer intervenção obriga a manter inalteradas as fachadas e a cobertura no que se refere à composição geométrica e forma da estrutura". Ainda assim, o documento assegura que "será possível demolir parcialmente o edifício e utilizar na cobertura e nas fachadas novos materiais, com características mais resistentes". Quanto às peças ornamentais que caracterizam o edifício inspirado no barroco joanino do Convento de Mafra - marcenarias, cantarias, painéis de azulejo e estatuária -, "podem ser posteriormente recuperadas".
O imóvel foi concebido pelos arquitectos Guilherme e Carlos Rebelo de Andrade e Alfredo Assunção Santos para representar Portugal na Exposição Internacional do Rio de Janeiro de 1922, finda a qual foi desmontado e transferido para Lisboa. Três décadas mais tarde, chegou a ser equacionada a sua demolição. Depois de ter servido de palco a eventos desportivos e a concertos, foi encerrado há cerca de cinco anos, por falta de condições. O interior encontra-se em estado de decadência, tendo parte dos seus emblemáticos azulejos, feitos na Fábrica de Louças de Sacavém, sido roubada.
Talvez em 2011
A data de abertura e os custos para adaptar o edifício à nova função ficaram fora da cerimónia em que o projecto foi apresentado. Só depois de questionado, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, deu algumas pistas sobre daqui a quanto tempo abrirá o museu: se os prazos não derraparem, lá para 2011. Quanto aos custos, o Governo invoca a inexistência, por enquanto, de um projecto de arquitectura para não revelar os valores estimados. Certo é que se trata de uma parceria entre a Câmara de Lisboa, proprietária do pavilhão, e o Governo, cabendo à autarquia investir parte das verbas do Casino de Lisboa que lhe cabem por lei, num montante inferior a cinco milhões de euros.
O projecto prevê um espaço interactivo onde os visitantes poderão "conhecer as capacidades fisiológicas e biomecânicas do seu corpo: equilíbrio, flexibilidade, perícia, velocidade, resistência...". E entreter-se com actividades como fazer lançamentos ou rematar à baliza. "Serão convidados jogadores ou equipas para interagirem com os visitantes", refere uma nota de imprensa, que promete ainda conselhos sobre estilos de vida saudável. Haverá um espaço para o coleccionismo, destinado a expor filatelia, numismática, emblemas, cadernetas de cromos, cartazes e outra memorabilia. O ministro não tem dúvidas: esta é uma "fórmula de sucesso garantida" do ponto de vista da "atracção de turistas nacionais e estrangeiros". Segundo o comunicado, "o museu está concebido para atrair patrocinadores e marcas
Equipamento cultural a inaugurar em 2011 será concebido para atrair patrocinadores e marcas. Governo apresentou ideias do projecto, mas não divulgou investimento previsto
O Governo anunciou ontem a remodelação do Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, para ali instalar o Museu Nacional do Desporto. Segundo o programa preliminar do projecto, os gabinetes de arquitectura que se habilitarem a planear a transformação "são livres de propor a demolição parcial" do edifício inaugurado em 1923, "mantendo os elementos mais estruturantes da memória" do pavilhão, bem como de proporem a instalação do museu "em construção nova, fora do perímetro e área do edifício existente", embora no Parque Eduardo VII.
Elaborado no Instituto do Desporto, o programa refere que o Pavilhão Carlos Lopes "está inserido numa zona abrangida pelas servidões administrativas do património classificado sujeito a parecer do instituto do património". Por isso, "qualquer intervenção obriga a manter inalteradas as fachadas e a cobertura no que se refere à composição geométrica e forma da estrutura". Ainda assim, o documento assegura que "será possível demolir parcialmente o edifício e utilizar na cobertura e nas fachadas novos materiais, com características mais resistentes". Quanto às peças ornamentais que caracterizam o edifício inspirado no barroco joanino do Convento de Mafra - marcenarias, cantarias, painéis de azulejo e estatuária -, "podem ser posteriormente recuperadas".
O imóvel foi concebido pelos arquitectos Guilherme e Carlos Rebelo de Andrade e Alfredo Assunção Santos para representar Portugal na Exposição Internacional do Rio de Janeiro de 1922, finda a qual foi desmontado e transferido para Lisboa. Três décadas mais tarde, chegou a ser equacionada a sua demolição. Depois de ter servido de palco a eventos desportivos e a concertos, foi encerrado há cerca de cinco anos, por falta de condições. O interior encontra-se em estado de decadência, tendo parte dos seus emblemáticos azulejos, feitos na Fábrica de Louças de Sacavém, sido roubada.
Talvez em 2011
A data de abertura e os custos para adaptar o edifício à nova função ficaram fora da cerimónia em que o projecto foi apresentado. Só depois de questionado, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, deu algumas pistas sobre daqui a quanto tempo abrirá o museu: se os prazos não derraparem, lá para 2011. Quanto aos custos, o Governo invoca a inexistência, por enquanto, de um projecto de arquitectura para não revelar os valores estimados. Certo é que se trata de uma parceria entre a Câmara de Lisboa, proprietária do pavilhão, e o Governo, cabendo à autarquia investir parte das verbas do Casino de Lisboa que lhe cabem por lei, num montante inferior a cinco milhões de euros.
O projecto prevê um espaço interactivo onde os visitantes poderão "conhecer as capacidades fisiológicas e biomecânicas do seu corpo: equilíbrio, flexibilidade, perícia, velocidade, resistência...". E entreter-se com actividades como fazer lançamentos ou rematar à baliza. "Serão convidados jogadores ou equipas para interagirem com os visitantes", refere uma nota de imprensa, que promete ainda conselhos sobre estilos de vida saudável. Haverá um espaço para o coleccionismo, destinado a expor filatelia, numismática, emblemas, cadernetas de cromos, cartazes e outra memorabilia. O ministro não tem dúvidas: esta é uma "fórmula de sucesso garantida" do ponto de vista da "atracção de turistas nacionais e estrangeiros". Segundo o comunicado, "o museu está concebido para atrair patrocinadores e marcas
E demolir pois já não serve para nada e o Manel Mateus faz melhor.
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