Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
07/12/2008
Pergunta
Num país que tem a calamitosa rede de caminhos de ferro que o nosso tem, será a ligação da linha de Cascais com a da Cintura a prioridade número um?
O senhor refere que no geral, a rede de caminhos de ferro portugueses está "calamitosa". São palavras suas, já que eu não assino a sua opinião. Aliás, temos uma rede razoável e serviços de caminhos de ferro bastante bons.
É a sua opinião no geral, mas no particular discorda de um obra essencial a essa rede e essencial à cidade onde essa obra vai ser efectuada. Trata-se de um dos últimos estrangulamentos de transportes públicos a ser solucionado, melhorando a qualidade de vida dos habitantes/trabalhadores/estudantes de Lisboa, Oeiras e Cascais. É um tanto ou quanto absurdo que no século XXI se tenha de efectuar um transbordo ridículo em Alcantara, percorrendo ruas sem passeios nem passadeiras, para um comboio que sai de 30 em 30 minutos e que nem aos fins de semana há. É uma realidade completamente diferente daquela que se passa na linha de Sintra ou nos serviços da Fertagus. A linha de Sintra tem comboios para o centro (Lx Rossio) e Cintura (R.Areeiro) todos os dias da semana, enquanto Cascais conta somente com comboios para o centro e para a Cintura aos fins de semana nem vê-los. Como ir para Sete Rios?! Descer em Alcantara, aguardar pelo 12 até Maria Pia e aí transbordar para o 701. É horrível, melhor o carro pela A5 e depois Eixo N-S. É extraordinariamente rápido e custa quase tanto como os transportes cuja deslocação pode andar perto dos 4 euros. Aos dias de semana, por cerca de 2 euros e com um transbordo horrível e está feito.
No geral diz que a rede está calamitosa, mas no particular discorda de uma ideia que faz uma rede mais coerente. Tal como certamente, em particular, discordará de outras medidas avulsas para o sector ferroviário, duvidando da sua capcidade de resolver a calamidade.
Já agora, convido-o a dizer o que resolveria para tirar o caos da rede de CF Portuguesa.
Eu vou-o ajudando: 1- ligar a linha de Cascais ao resto da rede. 2 - ligar o Barreiro a Lisboa. 3 - descongestionar a linha do Norte, construindo uma nova linha e oferecendo mais serviços. 4 - novo material para serviço Regional. 5 - reforço das ligações com Espanha, especialmente com a Galiza. 6 - equacionar novo acesso ao Algarve e ligação de Vila Real de Santo António a Huelva (onde existe rede Espanhola da ADIF). 7 - equacionar novos acessos para a linha do Oeste. 8- potenciar as deslocações por modo ferroviário dentro de Lisboa. 9 - modernização do troço Figueira da Foz a Pampilhosa e construção de um by-pass na Figueira de acesso ao porto e na Pampilhosa de acesso directo à linha do Norte sentido Porto e da Beira Alta sentido Vilar Formoso. 10 - construção imediata da ligação Sines-Caia, parte do eixo Sines-Londres. 11 - requalificação do troço Pocinho-Fuente de San Esteban da linha do Douro para fins turísticos, sociais e culturais. 12 - novas e apelativas ofertas comerciais, especialmente de âmbito cultural e turístico aproveitando as vias férreas. 13 - reformulação da rede ferroviária no Alentejo, adoptando soluções ligeiras, para serviços locais complementares à alta velocidade.
A sua opinião muito diz àcerca da relação deste sítio com os transportes públicos de Lisboa! Defendem o regresso da carreira 24E (eu também, que fique isso bem claro), cujo percurso está quase totalmente servido pela 758 e ainda parcialmente pela 74, 713, 718 e 790; mas quando toca a estabelecer soluções de massa e que permitam que os muitos clientes com origem ou destino às linhas de Cintura e Cascais poupem tempo, dinheiro (bastante ao final do mês!) e a chatice do transbordo em Alcantara que obriga a andar quase 600 metros em ruas sem passeios nem passadeiras...já estais contra.
Viva a ditadura do automóvel...para o senhor Serpa e para quem mais possa porque eu, de automóvel, só de taxi.
Fiquei esclarecidissimo com este seu post, sr Serpa.
Porque é que o sistema ferroviário português é "CALAMITOSO"? Pode certamente ser melhorado em muitos aspectos (melhorias essas que sim, podem passar pela ligação das linhas em causa...). Ando de comboio todos os dias e nunca assisti a nenhuma CALAMIDADE! Tenham uma atitude mais positiva e façam mas é qq coisa para melhorar, em vez de deitar por terra o esforço dos outros!
se pensar que a Linha de Cascais deve servir uma população de 500 mil pessoas, que poderão assim chegar ao centro de Lisboa de comboio...que essa ligação tirará uns bons milhares de entradas de automóveis em Lisboa, eu diria que é prioridade número um.
Será que é mesmo possível ligar as duas linhas? Será que há capacidade? Será que ouviram o prós e contras? Será que têm dois dedos de testa? Duvido... Isto já são comentadores "do contra" residentes aqui no blog, que só sabem é vir defender os argumentos falaciosos e sensacionalistas da Liscont e afins. Que façam as linhas, os portos e tudo isso e que lhes façam muito bom proveito, que eu felizmente já estou de malas aviadas para fora daqui!
Se a situação da ferrovia em Portugal não é "calamitosa" hoje de que modo o poderá ser no futuro? É fácil:
Quando houve uma greve de camionistas em pleno Verão bens essenciais acabaram em todo o País em 2 dias. O motivo? Em Portugal, ao contrário de muitos países (inclusivamente ilhas como a Irlanda) os transportes de mercadorias não são dividos entre comboios e barcos e os camiões.
Uma ferrovia abrangente e relativamente rápida pode ser um entrave a calamidades súbitas ou prever esta calamidade "lenta" que é o "autoolismo" da nossa paisagem.
Deve rever quem está a ser enganado. A linha de Cintura pode receber até 4 comboios por hora e por sentido oriundos da linha de Cascais. Se se duplicar o troço entre Alcantara Terra e Campolide, esse número pode ascender a 6.
Amigo João Silva, sou um interessado (amador) na realidade ferroviária Portuguesa e ao longo de alguns anos venho recolhendo informação técnica e informação mais local, da realidade diária. Acompanho este projecto há uma data de anos, sempre o defendi com todas as minhas unhas e dentes e posso dizer que ao final destes anos fui ganhando algum conhecimento e prática, algo que para quem está mais interessado no assunto pode facilmente chegar a conclusões válidas.
Para quem não esteja tão interessado, acho que e perceptível a incongruencia que é não ter uma linha que sirva toda a cidade, como muitas capitais da Europa têm.
Tendo em conta a sobrecarga a que está sujeita a linha de cintura eu diria que era mais acertado levar a linha amarela do metro a Alcântara-mar o mais rapidamente possível
Calma lá com a porcaria do metropolitano. Quero ter melhor mobilidade em Lisboa e de preferência ao melhor preço, ou seja, utilizar só um operador: CP Lisboa. Primeiro vamos tratar desta situação pré-histórica que é ter uma lnha de caminho de ferro e um porto com uma ligação à rede muito pobre. Depois, tendo a linha de Cintura capacidade para absorver comboios de 15 em 15 minutos para a linha de Cascais isso implica: - poupança diária de 40 a 80 minutos por passageiro nas suas deslocações de ida e volta - ao mesmo preço - fim de transbordo arcaico entre ambas as linhas da CP Lisboa - aumento da frequência de comboios na linha Urbana de Cintura, permitindo viagens rápidas e directas no eixo Belém-Entrecampos-Oriente com ligação aos comboios rápidos com destino ao Sul (em Sete Rios) e ao Centro e Norte (em Oriente), aos comboios InterRegionais com destino a Tomar e ao Oeste e aos comboios Regionais com destino a Entroncamento, Tomar e Castelo Branco, aos quais se adicionam os comboios Urbanos CP Lisboa com destino a Azambuja, Meleças, Sintra e futuramente Barreiro, Setúbal e Praias do Sado e ainda à Fertagus destino Coina e Setúbal.
Imagine a estação de Entrecampos na hora de ponta da tarde com os seguintes comboios actuais:
menor tempo entre comboios: 3 min maior tempo entre comboios: 10 min
A linha de Cintura é especial: permite a circulação de comboios de 2 em 2 minutos (ou até menos se necessário for), ao contrário da maioria das outras linhas.
Actualmente, os comboios saem de Alcantara de 30 em 30 minutos. Fundamental seria de 15 em 15 nas horas de ponta, com a infraestrutura e material actuais, dando serviço não só aos passageiros da linha de Cascais mas também aos habitantes de Alcântara e Prazeres.
Depois disto feito, sim, pense-se em Metropolitano. Mas, por favor, façam-no chegar de Rato ao Campo de Ourique, daí até à futura estação Fertagus "Alcantara-Alvito", Alto de Santo Amaro, Universidade da Ajuda, Restelo (e depois até Belém, por exemplo, fazendo comunicação com eléctricos, barcos, comboios e autocarros).
Peço desculpa a todos os comentadores, mas só hoje vi estes comentários. Por isso não lhes respondi.
Duas observações:
a) Acho que a nossa rede ferroviária é calamitosa porque não posso, no nosso país, fazer aquilo que fazia em França e na Suiça: utilizar o comboio para as minhas deslocações profissionais inter-urbanas. Em Portugal isso só é possível entre Lisboa, Porto e Faro, o que me parece pouco;
b) eu não sou de modo algum contra a ligação das duas linhas. Não penso é que seja uma prioridade - e, provavelmente, a extensão do metro a Alcântara seria uma solução alternativa.
Isto é só um conselho de amigo já que mais ninguém lhe avisará disto: o facto de achar calamitosa a rede é porque a rede não lhe serve. É só por causa disso, mais nada?
É que para outra gente, a rede serve-lhes para deslocações inter-urbanas, urbanas, regionais e inter-regionais! A prova disso são determinados comboios cheios.
Outro ponto, se a linha da Beira Alta não serve para as suas deslocações onde os comboios têm uma velocidade média de 100 km/h, gostaria de perguntar como é que a actual linha do Sul onde só há dois comboios Lisboa-Faro a demoraram 3h15, sendo os restantes comboios Intercidades a demorarem 4 horas (velocidade média 80 km/h)serve?
"o facto de achar calamitosa a rede é porque a rede não lhe serve. É só por causa disso, mais nada?" - Não, não é só por causa disto. É também, por exemplo, por aquilo que o comentador Pedro M. diz; e, outro exemplo, porque gostaria de ter em Portugal uma rede ferroviária como a que tive na Suíça durante vinte anos.
"É que para outra gente, a rede serve-lhes para deslocações inter-urbanas, urbanas, regionais e inter-regionais! A prova disso são determinados comboios cheios." Óptimo. Não são completamente inúteis. Ainda bem.
Outro ponto, se a linha da Beira Alta não serve para as suas deslocações onde os comboios têm uma velocidade média de 100 km/h, gostaria de perguntar como é que a actual linha do Sul onde só há dois comboios Lisboa-Faro a demoraram 3h15, sendo os restantes comboios Intercidades a demorarem 4 horas (velocidade média 80 km/h)serve? Realmente tem razão. Pensava que havia mais comboios para Faro. Isto é: afinal nem sequer temos uma rede. Temos um trajecto entre as duas principais cidades do país. Enfim, exagero. Na realidade a nossa rede ferroviária não me parece muito boa, mas posso ser eu que não me apercebo das suas indiscutíveis vantagens. E, claro, a única coisa que há a fazer para que essa rede seja perfeita, ao nível das melhores da Europa, é ligar a linha de Cascais à da cintura. Tem toda a razão.
Sobre a greve dos camionistas, teria todo o gosto em concordar convosco se o facto da mesma ter parado o país inteiro fosse unicamente causado pelo estado da ferrovia. Não o foi, diria mais que fora pela casmurrice de certos empresários que não escoam os seus produtos por via ferroviária. Também o digo, sem tabús, que os sucessivos governos PSD quando estiveram no poder não fizeram mais nada do que estender a mortalha sobre os caminhos de ferro. Em vez de terem planeado uma nova linha entre Lisboa e o Porto, decidiram investir na linha do Norte (que já tinha problemas de saturação com comboios a 140 km/h) de modo a tê-la preparada para comboios recoveiros e para comboios de 220 km/h. Como seria de esperar, deu buraco. Querem-se meter mais comboios de mercadorias nesta linha e não há canais disponíveis.
a) Quanto às asneiras dos governos PSD, inteiramente de acordo. Infelizmente, do ponto de vista das asneiras, os governos do PSD não se distinguem muito dos do PS - se não, talvez o país não estivesse a cair como está há anos.
b) Quanto à "casmurrice" dos empresários, duvido. Os empresários respondem a estímulos relativamente fáceis de compreender: custos, eficácia e a relação enter eles. Até um empresário é capaz de perceber esses conceitos, que no fundo são simples.
Caro senhor,
ResponderEliminarLuís Serpa
O senhor refere que no geral, a rede de caminhos de ferro portugueses está "calamitosa". São palavras suas, já que eu não assino a sua opinião. Aliás, temos uma rede razoável e serviços de caminhos de ferro bastante bons.
É a sua opinião no geral, mas no particular discorda de um obra essencial a essa rede e essencial à cidade onde essa obra vai ser efectuada. Trata-se de um dos últimos estrangulamentos de transportes públicos a ser solucionado, melhorando a qualidade de vida dos habitantes/trabalhadores/estudantes de Lisboa, Oeiras e Cascais. É um tanto ou quanto absurdo que no século XXI se tenha de efectuar um transbordo ridículo em Alcantara, percorrendo ruas sem passeios nem passadeiras, para um comboio que sai de 30 em 30 minutos e que nem aos fins de semana há. É uma realidade completamente diferente daquela que se passa na linha de Sintra ou nos serviços da Fertagus. A linha de Sintra tem comboios para o centro (Lx Rossio) e Cintura (R.Areeiro) todos os dias da semana, enquanto Cascais conta somente com comboios para o centro e para a Cintura aos fins de semana nem vê-los. Como ir para Sete Rios?! Descer em Alcantara, aguardar pelo 12 até Maria Pia e aí transbordar para o 701. É horrível, melhor o carro pela A5 e depois Eixo N-S. É extraordinariamente rápido e custa quase tanto como os transportes cuja deslocação pode andar perto dos 4 euros. Aos dias de semana, por cerca de 2 euros e com um transbordo horrível e está feito.
No geral diz que a rede está calamitosa, mas no particular discorda de uma ideia que faz uma rede mais coerente. Tal como certamente, em particular, discordará de outras medidas avulsas para o sector ferroviário, duvidando da sua capcidade de resolver a calamidade.
Já agora, convido-o a dizer o que resolveria para tirar o caos da rede de CF Portuguesa.
Eu vou-o ajudando:
1- ligar a linha de Cascais ao resto da rede.
2 - ligar o Barreiro a Lisboa.
3 - descongestionar a linha do Norte, construindo uma nova linha e oferecendo mais serviços.
4 - novo material para serviço Regional.
5 - reforço das ligações com Espanha, especialmente com a Galiza.
6 - equacionar novo acesso ao Algarve e ligação de Vila Real de Santo António a Huelva (onde existe rede Espanhola da ADIF).
7 - equacionar novos acessos para a linha do Oeste.
8- potenciar as deslocações por modo ferroviário dentro de Lisboa.
9 - modernização do troço Figueira da Foz a Pampilhosa e construção de um by-pass na Figueira de acesso ao porto e na Pampilhosa de acesso directo à linha do Norte sentido Porto e da Beira Alta sentido Vilar Formoso.
10 - construção imediata da ligação Sines-Caia, parte do eixo Sines-Londres.
11 - requalificação do troço Pocinho-Fuente de San Esteban da linha do Douro para fins turísticos, sociais e culturais.
12 - novas e apelativas ofertas comerciais, especialmente de âmbito cultural e turístico aproveitando as vias férreas.
13 - reformulação da rede ferroviária no Alentejo, adoptando soluções ligeiras, para serviços locais complementares à alta velocidade.
Senhor,
ResponderEliminarA sua opinião muito diz àcerca da relação deste sítio com os transportes públicos de Lisboa!
Defendem o regresso da carreira 24E (eu também, que fique isso bem claro), cujo percurso está quase totalmente servido pela 758 e ainda parcialmente pela 74, 713, 718 e 790; mas quando toca a estabelecer soluções de massa e que permitam que os muitos clientes com origem ou destino às linhas de Cintura e Cascais poupem tempo, dinheiro (bastante ao final do mês!) e a chatice do transbordo em Alcantara que obriga a andar quase 600 metros em ruas sem passeios nem passadeiras...já estais contra.
Viva a ditadura do automóvel...para o senhor Serpa e para quem mais possa porque eu, de automóvel, só de taxi.
Fiquei esclarecidissimo com este seu post, sr Serpa.
Porque é que o sistema ferroviário português é "CALAMITOSO"? Pode certamente ser melhorado em muitos aspectos (melhorias essas que sim, podem passar pela ligação das linhas em causa...). Ando de comboio todos os dias e nunca assisti a nenhuma CALAMIDADE! Tenham uma atitude mais positiva e façam mas é qq coisa para melhorar, em vez de deitar por terra o esforço dos outros!
ResponderEliminarse pensar que a Linha de Cascais deve servir uma população de 500 mil pessoas, que poderão assim chegar ao centro de Lisboa de comboio...que essa ligação tirará uns bons milhares de entradas de automóveis em Lisboa, eu diria que é prioridade número um.
ResponderEliminarera o que faltava...depois do terminal de contentores, atiram-se à linha de cintura?
ResponderEliminarmeu deus...esta sim é uma obra imprecindível para a grande lisboa.
só falta dizer que não se gastará mais um cêntimo em vias de comunicação enquanto haja jardins por manter ou docas de recreio por construir
Será que é mesmo possível ligar as duas linhas? Será que há capacidade? Será que ouviram o prós e contras? Será que têm dois dedos de testa? Duvido...
ResponderEliminarIsto já são comentadores "do contra" residentes aqui no blog, que só sabem é vir defender os argumentos falaciosos e sensacionalistas da Liscont e afins.
Que façam as linhas, os portos e tudo isso e que lhes façam muito bom proveito, que eu felizmente já estou de malas aviadas para fora daqui!
Se a situação da ferrovia em Portugal não é "calamitosa" hoje de que modo o poderá ser no futuro? É fácil:
ResponderEliminarQuando houve uma greve de camionistas em pleno Verão bens essenciais acabaram em todo o País em 2 dias. O motivo? Em Portugal, ao contrário de muitos países (inclusivamente ilhas como a Irlanda) os transportes de mercadorias não são dividos entre comboios e barcos e os camiões.
Uma ferrovia abrangente e relativamente rápida pode ser um entrave a calamidades súbitas ou prever esta calamidade "lenta" que é o "autoolismo" da nossa paisagem.
Sr João Silva,
ResponderEliminarDeve rever quem está a ser enganado.
A linha de Cintura pode receber até 4 comboios por hora e por sentido oriundos da linha de Cascais. Se se duplicar o troço entre Alcantara Terra e Campolide, esse número pode ascender a 6.
Amigo João Silva, sou um interessado (amador) na realidade ferroviária Portuguesa e ao longo de alguns anos venho recolhendo informação técnica e informação mais local, da realidade diária. Acompanho este projecto há uma data de anos, sempre o defendi com todas as minhas unhas e dentes e posso dizer que ao final destes anos fui ganhando algum conhecimento e prática, algo que para quem está mais interessado no assunto pode facilmente chegar a conclusões válidas.
Para quem não esteja tão interessado, acho que e perceptível a incongruencia que é não ter uma linha que sirva toda a cidade, como muitas capitais da Europa têm.
Tendo em conta a sobrecarga a que está sujeita a linha de cintura eu diria que era mais acertado levar a linha amarela do metro a Alcântara-mar o mais rapidamente possível
ResponderEliminarQuanto ao estado da ferrovia em Portugal só quem nunca andou de comboio especialmente no sul do país é que pode discordar de si
ResponderEliminarCalma lá com a porcaria do metropolitano.
ResponderEliminarQuero ter melhor mobilidade em Lisboa e de preferência ao melhor preço, ou seja, utilizar só um operador: CP Lisboa. Primeiro vamos tratar desta situação pré-histórica que é ter uma lnha de caminho de ferro e um porto com uma ligação à rede muito pobre. Depois, tendo a linha de Cintura capacidade para absorver comboios de 15 em 15 minutos para a linha de Cascais isso implica:
- poupança diária de 40 a 80 minutos por passageiro nas suas deslocações de ida e volta
- ao mesmo preço
- fim de transbordo arcaico entre ambas as linhas da CP Lisboa
- aumento da frequência de comboios na linha Urbana de Cintura, permitindo viagens rápidas e directas no eixo Belém-Entrecampos-Oriente com ligação aos comboios rápidos com destino ao Sul (em Sete Rios) e ao Centro e Norte (em Oriente), aos comboios InterRegionais com destino a Tomar e ao Oeste e aos comboios Regionais com destino a Entroncamento, Tomar e Castelo Branco, aos quais se adicionam os comboios Urbanos CP Lisboa com destino a Azambuja, Meleças, Sintra e futuramente Barreiro, Setúbal e Praias do Sado e ainda à Fertagus destino Coina e Setúbal.
Imagine a estação de Entrecampos na hora de ponta da tarde com os seguintes comboios actuais:
18.04 COINA URB FRTG
18.10 ALCANTARA T URB CPLX
18.14 SETÚBAL URB FRTG
18.21 ÉVORA IC CPLC
18.24 COINA URB FRTG
18.34 COINA URB FRTG
18.40 ALCANTARA T URB CPLX
18.44 COINA URB FRTG
18.51 FARO AP CPLC
18.54 COINA URB FRTG
menor tempo entre comboios: 3 min
maior tempo entre comboios: 10 min
A linha de Cintura é especial: permite a circulação de comboios de 2 em 2 minutos (ou até menos se necessário for), ao contrário da maioria das outras linhas.
Cenário futuro, com comboios para Cascais:
18.04 COINA URB FRTG
18.11 L.CASCAIS URB CPLX
18.14 SETÚBAL URB FRTG
18.21 ÉVORA IC CPLC
18.24 COINA URB FRTG
18.26 L.CASCAIS URB CPLX
18.34 COINA URB FRTG
18.41 L.CASCAIS T URB CPLX
18.44 COINA URB FRTG
18.51 FARO AP CPLC
18.54 COINA URB FRTG
18.56 L.CASCAIS URB CPLX
Actualmente, os comboios saem de Alcantara de 30 em 30 minutos. Fundamental seria de 15 em 15 nas horas de ponta, com a infraestrutura e material actuais, dando serviço não só aos passageiros da linha de Cascais mas também aos habitantes de Alcântara e Prazeres.
Depois disto feito, sim, pense-se em Metropolitano. Mas, por favor, façam-no chegar de Rato ao Campo de Ourique, daí até à futura estação Fertagus "Alcantara-Alvito", Alto de Santo Amaro, Universidade da Ajuda, Restelo (e depois até Belém, por exemplo, fazendo comunicação com eléctricos, barcos, comboios e autocarros).
Cascais-Cintura JÁ!!!
Peço desculpa a todos os comentadores, mas só hoje vi estes comentários. Por isso não lhes respondi.
ResponderEliminarDuas observações:
a) Acho que a nossa rede ferroviária é calamitosa porque não posso, no nosso país, fazer aquilo que fazia em França e na Suiça: utilizar o comboio para as minhas deslocações profissionais inter-urbanas. Em Portugal isso só é possível entre Lisboa, Porto e Faro, o que me parece pouco;
b) eu não sou de modo algum contra a ligação das duas linhas. Não penso é que seja uma prioridade - e, provavelmente, a extensão do metro a Alcântara seria uma solução alternativa.
Caro Luís Serpa,
ResponderEliminarIsto é só um conselho de amigo já que mais ninguém lhe avisará disto: o facto de achar calamitosa a rede é porque a rede não lhe serve. É só por causa disso, mais nada?
É que para outra gente, a rede serve-lhes para deslocações inter-urbanas, urbanas, regionais e inter-regionais! A prova disso são determinados comboios cheios.
Outro ponto, se a linha da Beira Alta não serve para as suas deslocações onde os comboios têm uma velocidade média de 100 km/h, gostaria de perguntar como é que a actual linha do Sul onde só há dois comboios Lisboa-Faro a demoraram 3h15, sendo os restantes comboios Intercidades a demorarem 4 horas (velocidade média 80 km/h)serve?
Caro Filipe,
ResponderEliminar"o facto de achar calamitosa a rede é porque a rede não lhe serve. É só por causa disso, mais nada?" - Não, não é só por causa disto. É também, por exemplo, por aquilo que o comentador Pedro M. diz; e, outro exemplo, porque gostaria de ter em Portugal uma rede ferroviária como a que tive na Suíça durante vinte anos.
"É que para outra gente, a rede serve-lhes para deslocações inter-urbanas, urbanas, regionais e inter-regionais! A prova disso são determinados comboios cheios." Óptimo. Não são completamente inúteis. Ainda bem.
Outro ponto, se a linha da Beira Alta não serve para as suas deslocações onde os comboios têm uma velocidade média de 100 km/h, gostaria de perguntar como é que a actual linha do Sul onde só há dois comboios Lisboa-Faro a demoraram 3h15, sendo os restantes comboios Intercidades a demorarem 4 horas (velocidade média 80 km/h)serve?
Realmente tem razão. Pensava que havia mais comboios para Faro. Isto é: afinal nem sequer temos uma rede. Temos um trajecto entre as duas principais cidades do país. Enfim, exagero. Na realidade a nossa rede ferroviária não me parece muito boa, mas posso ser eu que não me apercebo das suas indiscutíveis vantagens. E, claro, a única coisa que há a fazer para que essa rede seja perfeita, ao nível das melhores da Europa, é ligar a linha de Cascais à da cintura. Tem toda a razão.
Senhores,
ResponderEliminarL. Serpa e Pedro M.
Sobre a greve dos camionistas, teria todo o gosto em concordar convosco se o facto da mesma ter parado o país inteiro fosse unicamente causado pelo estado da ferrovia. Não o foi, diria mais que fora pela casmurrice de certos empresários que não escoam os seus produtos por via ferroviária.
Também o digo, sem tabús, que os sucessivos governos PSD quando estiveram no poder não fizeram mais nada do que estender a mortalha sobre os caminhos de ferro. Em vez de terem planeado uma nova linha entre Lisboa e o Porto, decidiram investir na linha do Norte (que já tinha problemas de saturação com comboios a 140 km/h) de modo a tê-la preparada para comboios recoveiros e para comboios de 220 km/h. Como seria de esperar, deu buraco. Querem-se meter mais comboios de mercadorias nesta linha e não há canais disponíveis.
Caro Filipe,
ResponderEliminara) Quanto às asneiras dos governos PSD, inteiramente de acordo. Infelizmente, do ponto de vista das asneiras, os governos do PSD não se distinguem muito dos do PS - se não, talvez o país não estivesse a cair como está há anos.
b) Quanto à "casmurrice" dos empresários, duvido. Os empresários respondem a estímulos relativamente fáceis de compreender: custos, eficácia e a relação enter eles. Até um empresário é capaz de perceber esses conceitos, que no fundo são simples.