Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
09/12/2008
Publicidade enganosa, paga a preço de ouro:
Distribuída nas caixas de correio dos moradores de Alcântara. Ao menos, que fosse sem erros de português.
É capaz de ser pedir demais, pedir que se escreva sem erros de português. É aflitivo.
Tal como são aflitivas as "inverdades" do panfleto. Espero que os habitantes de Alcântara não caiam na esparrela.
É fácil desmontar a peça, ponto a ponto:
> Ninguém está contra os contentores; seria como ser contra o sol, o vento norte ou a rotação da terra. Estamos contra o aumento do tráfego de contentores em Alcântara: não é a mesma coisa.
> O que lá está já é uma muralha - a que vier será mais longa e ocupará mais espaço naquela zona do porto, em comprimento e em profundidade. Para não falar da Doca do Espanhol, onde será feito o transbordo para as barcaças e os navios de pequeno curso;
> A ligação das duas linhas de comboio não tem realmente nada a ver com a ampliação do TCA. Até hoje tem-nos sido servida como um dos seus grandes benefícios. Pouco a pouco a verdade virá - toda - acima.
> Três anos, seis... Não há uma única obra pública em Portugal que tenha, até hoje, sido feita nos prazos e dentro do orçamento. O que terá esta para ser diferente? Mais simples do que as outras não é decerto, antes bem pelo contrário;
> Se os contentores vão todos para Lisboa, porque é que são precisas barcaças e navios de transbordo?
> Num país que tem a calamitosa rede de caminhos de ferro que o nosso tem, talvez se devessem considerar outras prioridades;
> A prorrogação da concessão, tal como foi feita, justifica só por si que se recuse este projecto: é indigna de um país que se pretende europeu - se bem possa, naturalmente, parecer normal num que diverge há oito ou nove anos da Europa. Mas não é isso que queremos, pois não?
> A actual circulação ferroviária não incomoda particularmente. Porquê criar problemas que não existem para se poder apresentar soluções caríssimas e com distúrbios enormes na vida de todos os dias?
> Os postos de trabalho não vão desaparecer se o terminal for para outro lado. E podem criar-se outros;
> "Melhoria das condições ambientais?" - triplica-se a capacidade e o ambiente melhora? Não creio.
- "Redução dos custos": de onde vem essa redução - os contentores já são desembarcados em Lisboa? Além de que o custo do transporte é ínfimo (menos de 4 milésimos de euro, 4 décimos de cêntimo, de quilo, por comboio de Sines para Lisboa. Não é significativo.
Este é o governo do Markting e da publicidade. Rios e rios de dinheiro gastos neste caso como em tantos outros. Não há dinheiro para reabilitar centros históricos que tanta falta fazem para um turismo de qualidade e para dar condições á pessoas para lá viverem. Lisboa está imunda mas não há dinheiro para contratar pessoal ou para rentabilizar convenientemente o que já existe dando condições dignas de trabalho as pessoas,Para beneficiar o bem publico nunca há dinheiro, mas para favorecer bancos e empresas amigalhaças o dinheiro aparece logo.
Tem toda a razão, caro Anónimo das 10h12 - isto é um projecto no qual todo o país está implicado. Não vai ser pago com os impostos dos moradores de Alcântara, mas sim com os de todos nós.
O debate deve ser feito a nível nacional - os empregos que se perdem em Sines ou Setúbal (por exemplo) também são empregos.
Aquela zona precisa de requalificação portuária. O projecto irá melhorar significativamente a mesma, desde a demolição de edifícios devolutos e sem valor arquitectónico à organização do espaço a nível de arrumação da carga. A altura dos contentores não aumenta, por isso não estou a ver qual o problema do alargamento do terminal. Quero ver a minha cidade com um Porto competitivo a nível mundial.
Já agora: Há algum projecto em Lisboa em relação ao qual a cidadania Lx seja a favor? Parece-me que este movimento é contra tudo e é a favor de não se fazer nada em Lisboa, o que na verdade, é o que tem acontecido. Nada se faz nesta cidade, está num estado simplesmente nojento. Depois quando vão ao estrangeiro admiram-se com as coisas bonitas que lá encontram, só que aqui não deixam fazer nada, porque há sempre pessoas do contra.
Questão que viaduto é aquele a vermelho? O patchwork de contentores fica bem na camisola de um catraio, e de belo efeito nestes 3D fantasias e modernices.
a) Estamos de acordo sobre a necessidade de requalificação portuária daquela zona. Só que deviam ser estudadas outras alternativas, e não apenas a ampliação do terminal de contentores (antes de dizer que é "evidente" que os contentores dão mais dinheiro, lembre-se que antes de Copérnico também era evidente que o Sol andava à volta da Terra - além de que esse não deveria ser o único critério, como muito bem demonstra João Pinto e Castro num artigo que comento em cima).
b) Não respondo pelo Cidadania Lx, mas pessoalmente não sou contra a maioria das coisas que se querem fazer em Lisboa. Antes pelo contrário. E só sou contra a ampliação do terminal por causa da maneira como o processo foi conduzido. Se me demonstrassem por a + b que económica, social e tecnicamente é o melhor; se o prolongamento da concessão não tivesse sido dado de mão beijada a um dos operadores do porto, sem ter em conta os outros; se o projecto tivesse sido transparente desde o início - eu seria, muito provavelmente, a favor. Não tenho nada de pessoal contra contentores, nem contra os portos, nem contra a marinha mercante.
O que acho inadmissível é um terminal de contentores naquele sítio, sem estudos que sustentem essa opção; e práticas que legais ou não são tudo menos transparentes e só contribuem para fragilizar o regime democrático em que vivemos.
Ó Luís, não seja assim. Isso é mau feitio! Forra-se os contentores com vinil da TMN e fica espectacular!!!
Agora mais a sério, admiro muito a sua tenacidade e postura, tal como a do Paulo Ferrero. Levam com todo o tipo de comentários idiotas e desconhecerores e aguentam e respondem de uma forma civilizada e inteligente. Continuem. Faz falta haver mais pessoas assim.
Realmente não lembra. Li agora o panfleto aqui publicado e é de ir ás lágrimas. Porque raio em parte alguma se informa qual a capacidade temporal do novo terminal? E o que pensam fazer a seguir quando esse esgotar? Alargá-lo até ao Terreiro do Paço? Lembrei-me de 1975, altura em que os Lisboetas viam a sua frente ribeirinha completamente entupida por contentores de familiares e amigos que retornavam à metrópole contra a sua vontade, graças a uma classe politica surgida à pressa, que descolonizou sem a alma necessária nestes momentos e sem acautelar o interesse dos milhares que lá viviam. Durante anos vimos contentores com os bens de quem teve de deixar a terra que já viviam como sua, sobras de uma vida, haveres muitos deles nunca reclamados, pressentindo-se pois o pior desfecho dos seus proprietários. O local é o mesmo; o contexto é outro. Vamos ter de novo a frente ribeirinha atulhada de contentores, desta vez sem a grave crise humanitária de então, mas na mesma, graças à idiotice dos que nos governam.
Essa, caro Jorge Santos Silva, é uma questão sobre a qual devemos batalhar, porque não é nada clara. Já ouvi responsáveis da APL dizer que as obras seriam válidas por vinte, vinte e cinco anos.
A ser verdade, parece-me mais uma aberração - a juntar a tantas outras.
que bem que eles esconderam as gruas num cinza que mal se vê!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro Paulo Ferrero,
ResponderEliminarÉ capaz de ser pedir demais, pedir que se escreva sem erros de português. É aflitivo.
Tal como são aflitivas as "inverdades" do panfleto. Espero que os habitantes de Alcântara não caiam na esparrela.
É fácil desmontar a peça, ponto a ponto:
> Ninguém está contra os contentores; seria como ser contra o sol, o vento norte ou a rotação da terra. Estamos contra o aumento do tráfego de contentores em Alcântara: não é a mesma coisa.
> O que lá está já é uma muralha - a que vier será mais longa e ocupará mais espaço naquela zona do porto, em comprimento e em profundidade. Para não falar da Doca do Espanhol, onde será feito o transbordo para as barcaças e os navios de pequeno curso;
> A ligação das duas linhas de comboio não tem realmente nada a ver com a ampliação do TCA. Até hoje tem-nos sido servida como um dos seus grandes benefícios. Pouco a pouco a verdade virá - toda - acima.
> Três anos, seis... Não há uma única obra pública em Portugal que tenha, até hoje, sido feita nos prazos e dentro do orçamento. O que terá esta para ser diferente? Mais simples do que as outras não é decerto, antes bem pelo contrário;
> Se os contentores vão todos para Lisboa, porque é que são precisas barcaças e navios de transbordo?
> Num país que tem a calamitosa rede de caminhos de ferro que o nosso tem, talvez se devessem considerar outras prioridades;
> A prorrogação da concessão, tal como foi feita, justifica só por si que se recuse este projecto: é indigna de um país que se pretende europeu - se bem possa, naturalmente, parecer normal num que diverge há oito ou nove anos da Europa. Mas não é isso que queremos, pois não?
> A actual circulação ferroviária não incomoda particularmente. Porquê criar problemas que não existem para se poder apresentar soluções caríssimas e com distúrbios enormes na vida de todos os dias?
> Os postos de trabalho não vão desaparecer se o terminal for para outro lado. E podem criar-se outros;
> "Melhoria das condições ambientais?" - triplica-se a capacidade e o ambiente melhora? Não creio.
- "Redução dos custos": de onde vem essa redução - os contentores já são desembarcados em Lisboa? Além de que o custo do transporte é ínfimo (menos de 4 milésimos de euro, 4 décimos de cêntimo, de quilo, por comboio de Sines para Lisboa. Não é significativo.
E disfarçaram os contentores no lado Sul da Doca do Espanhol; e deixaram as embarcações de recreio na Doca...
ResponderEliminarEste é o governo do Markting e da publicidade. Rios e rios de dinheiro gastos neste caso como em tantos outros. Não há dinheiro para reabilitar centros históricos que tanta falta fazem para um turismo de qualidade e para dar condições á pessoas para lá viverem. Lisboa está imunda mas não há dinheiro para contratar pessoal ou para rentabilizar convenientemente o que já existe dando condições dignas de trabalho as pessoas,Para beneficiar o bem publico nunca há dinheiro, mas para favorecer bancos e empresas amigalhaças o dinheiro aparece logo.
ResponderEliminarE distrubuir so as moradores de alcantara? pois claro, isto ate é um projecto da junta de fregeuesia!
ResponderEliminarTem toda a razão, caro Anónimo das 10h12 - isto é um projecto no qual todo o país está implicado. Não vai ser pago com os impostos dos moradores de Alcântara, mas sim com os de todos nós.
ResponderEliminarO debate deve ser feito a nível nacional - os empregos que se perdem em Sines ou Setúbal (por exemplo) também são empregos.
Aquela zona precisa de requalificação portuária. O projecto irá melhorar significativamente a mesma, desde a demolição de edifícios devolutos e sem valor arquitectónico à organização do espaço a nível de arrumação da carga. A altura dos contentores não aumenta, por isso não estou a ver qual o problema do alargamento do terminal. Quero ver a minha cidade com um Porto competitivo a nível mundial.
ResponderEliminarJá agora: Há algum projecto em Lisboa em relação ao qual a cidadania Lx seja a favor? Parece-me que este movimento é contra tudo e é a favor de não se fazer nada em Lisboa, o que na verdade, é o que tem acontecido. Nada se faz nesta cidade, está num estado simplesmente nojento. Depois quando vão ao estrangeiro admiram-se com as coisas bonitas que lá encontram, só que aqui não deixam fazer nada, porque há sempre pessoas do contra.
Questão que viaduto é aquele a vermelho?
ResponderEliminarO patchwork de contentores fica bem na camisola de um catraio, e de belo efeito nestes 3D fantasias e modernices.
Caro Anónimo das 13h45,
ResponderEliminara) Estamos de acordo sobre a necessidade de requalificação portuária daquela zona. Só que deviam ser estudadas outras alternativas, e não apenas a ampliação do terminal de contentores (antes de dizer que é "evidente" que os contentores dão mais dinheiro, lembre-se que antes de Copérnico também era evidente que o Sol andava à volta da Terra - além de que esse não deveria ser o único critério, como muito bem demonstra João Pinto e Castro num artigo que comento em cima).
b) Não respondo pelo Cidadania Lx, mas pessoalmente não sou contra a maioria das coisas que se querem fazer em Lisboa. Antes pelo contrário. E só sou contra a ampliação do terminal por causa da maneira como o processo foi conduzido. Se me demonstrassem por a + b que económica, social e tecnicamente é o melhor; se o prolongamento da concessão não tivesse sido dado de mão beijada a um dos operadores do porto, sem ter em conta os outros; se o projecto tivesse sido transparente desde o início - eu seria, muito provavelmente, a favor. Não tenho nada de pessoal contra contentores, nem contra os portos, nem contra a marinha mercante.
O que acho inadmissível é um terminal de contentores naquele sítio, sem estudos que sustentem essa opção; e práticas que legais ou não são tudo menos transparentes e só contribuem para fragilizar o regime democrático em que vivemos.
Ó Luís, não seja assim. Isso é mau feitio! Forra-se os contentores com vinil da TMN e fica espectacular!!!
ResponderEliminarAgora mais a sério, admiro muito a sua tenacidade e postura, tal como a do Paulo Ferrero. Levam com todo o tipo de comentários idiotas e desconhecerores e aguentam e respondem de uma forma civilizada e inteligente. Continuem. Faz falta haver mais pessoas assim.
Caro João Silva,
ResponderEliminarObrigado.
Realmente não lembra. Li agora o panfleto aqui publicado e é de ir ás lágrimas. Porque raio em parte alguma se informa qual a capacidade temporal do novo terminal? E o que pensam fazer a seguir quando esse esgotar? Alargá-lo até ao Terreiro do Paço?
ResponderEliminarLembrei-me de 1975, altura em que os Lisboetas viam a sua frente ribeirinha completamente entupida por contentores de familiares e amigos que retornavam à metrópole contra a sua vontade, graças a uma classe politica surgida à pressa, que descolonizou sem a alma necessária nestes momentos e sem acautelar o interesse dos milhares que lá viviam.
Durante anos vimos contentores com os bens de quem teve de deixar a terra que já viviam como sua, sobras de uma vida, haveres muitos deles nunca reclamados, pressentindo-se pois o pior desfecho dos seus proprietários.
O local é o mesmo; o contexto é outro. Vamos ter de novo a frente ribeirinha atulhada de contentores, desta vez sem a grave crise humanitária de então, mas na mesma, graças à idiotice dos que nos governam.
Jorge Santos Silva
Essa, caro Jorge Santos Silva, é uma questão sobre a qual devemos batalhar, porque não é nada clara. Já ouvi responsáveis da APL dizer que as obras seriam válidas por vinte, vinte e cinco anos.
ResponderEliminarA ser verdade, parece-me mais uma aberração - a juntar a tantas outras.