In Público (21/1/2009)
Inês Boaventura
«A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou ontem, com os votos contra dos deputados do PS, uma moção manifestando uma "profunda desilusão e preocupação face à solução desenhada pelo Governo socialista para as Autoridades Metropolitanas de Transportes", por considerar que esta "não contribui para a melhoria da mobilidade".
A moção social-democrata propunha ainda que as nomeações que a Câmara de Lisboa venha a efectuar para os órgãos daquela autoridade "o sejam a título transitório ou precário, garantindo ao executivo camarário que vier a ser eleito no corrente ano a possibilidade de as ratificar ou de proceder a novas nomeações". Este ponto foi aprovado por maioria, com os votos contra dos eleitos do PS e do Bloco de Esquerda.
Também aprovada por maioria, apesar das críticas dos deputados municipais do PS, do PCP e do Bloco de Esquerda, foi a moção do grupo social-democrata em que se pede à câmara municipal que todos os meses envie à assembleia um balancete das suas receitas e despesas, mas também um relatório das actividades desenvolvidas pelas empresas municipais.
O líder da bancada socialista considerou que esta moção "não prestigia o PSD", e "visa achincalhar o funcionamento da câmara e em última instância da assembleia". "Só faltava exigirem que o presidente da câmara tomasse o pequeno-almoço todas as semanas com vocês para vos prestar contas", ironizou o deputado municipal Miguel Coelho.
As críticas vieram também do PCP, cujo deputado João Saraiva acusou o PSD de propor "acções que ultrapassam os poderes da assembleia municipal e se situam fora do seu quadro de competências, para além de, nalguns casos, se mostrarem da mais duvidosa legalidade".
Na reunião de ontem foi também aprovada por maioria, com a abstenção dos eleitos do PS e do PCP, uma recomendação do Bloco de Esquerda que recomenda à Câmara de Lisboa "a constituição de um Gabinete de Apoio e Resposta à Crise, com o objectivo de proceder ao levantamento exaustivo de todas as situações de pobreza, exclusão social, endividamento de famílias e pequenas empresas", bem como de "propor as medidas susceptíveis de minimizar e de facilitar" a resolução dessas situações.
Miguel Coelho ironizou que só faltou exigir que o presidente da câmara "tomasse o pequeno-almoço" com os eleitos do PSD»
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