Os 500 motociclistas que encheram, esta segunda-feira, as ruas de Lisboa obtiveram do presidente da Câmara, António Costa, a garantia de disponibilidade para discutir, nos próximos dias, as exigências que lhe foram entregues.
Através do seu adjunto, Miguel Alves, a quem os manifestantes entregaram um abaixo-assinado com várias recomendações para os problemas rodoviários que afectam os motociclistas em Lisboa, António Costa deu a garantia que dentro de uma semana terá uma resposta para aqueles pedidos. Costa prometeu ainda analisar as propostas apresentadas, entre elas, a possibilidade dos motards passarem a circular nas faixas reservadas aos transportes públicos, adiantou ontem, ao JN, no fim do desfile, o presidente do Moto Clube Virtual, Pedro Rodrigues.
"Ficou a promessa que teremos uma resposta do presidente em relação a todas as nossas exigências. Mas deixámos claro que também gostaríamos de saber o que aconteceu com várias propostas concretas, que iam ao encontro destes nossos pedidos, que sem ter prazos de execução, nos foram prometidas em anteriores mandatos municipais", explicou o dirigente motard.
Sem a cor e o ruído habituais noutros tipos de desfiles de motards, os 500 motociclistas concentraram-se ao fim da tarde nas Amoreiras [cerca de 100] e no Saldanha [os restantes], mas apenas tiveram autorização para arrancar com a manifestação - em direcção ao Marquês de Pombal e daí até à Praça do Município - pelas 19.30 horas. O número de motards acabou por ultrapassar as expectativas tanto da organização, como das autoridades, já que eram aguardados cerca de 300, oriundos apenas da região de Lisboa.
Contando com mais de 7750 associados, dos quais 3000 em Lisboa, o Moto Clube Virtual tinha conseguido reunir no abaixo-assinado, até ontem à tarde, 300 assinaturas. O aumento inesperado de motards no desfile acabou por se repercutir no documento que acabou nas mãos de Costa.
Além da utilização das faixas BUS, a associação pretende que a Câmara remova ou tape os trilhos de eléctrico que estão desactivados e proceda à pintura da sinalização horizontal com uma tinta anti-derrapante, utilizada noutros países, já que a existente provoca derrapagens aos motociclistas quando chove. No documento, entregue no mesmo dia que Londres passou a permitir aos motociclistas a utilização dos corredores BUS, constam ainda o pedido de análise do reperfilamento efectuado na Rua da Junqueira e a possibilidade de estacionar em segunda fila nalguns locais e em parques da EMEL.
Acham que é pedir muito? Sinceramente não me parece. É bom senso do mais elementar, pintar o chão com tinta que não escorregue e tapar linhas de ferro que não se usem. Usar o BUS também não causa qualquer tipo de transtorno a ninguém e beneficia muito os motards e a mobilidade em lisboa por parte destas pessoas.
ResponderEliminarNão custa nada e vale bem a pena.
Parece-me que todas as coisas que melhorem as condições de segurança dos Lisboetas motorizados, devem ser feitas, conquanto as medidas não caminhem num sentido errado de paradigma de mobilidade. Parece-me que o paradigma de mobilidade urbana que se deseja é precisamente o da prioritização do transporte público; que o modo de transporte que dá identidade a Lisboa é o elétrico, não a mota; que o mal das linhas de carris abandonadas não são o facto de os pneus lá derraparem, mas sim de estarem abandonadas.
ResponderEliminarQue se tape as linhas de eléctrico para conveniência de qualquer que seja o transporte privado, parece-me tão bom ou tão mau como qualquer outra justificação.
Se as ruas com carris metálicos não são seguras para motociclistas, estes deviam ser proibidos de as usar, por questões de falta de segurança. E é o transporte público que deve poder invadir os espaços do transporte privado, não o contrário.