In Público (16/1/2009)
Ana Henriques e Isabel Coutinho
«150 mil euros é o valor que a câmara atribuirá à Feira do Livro de Lisboa, que deverá arrancar entre 23 e 30 de Abril e terá stands e horários novos
O projecto de modernização da Feira do Livro de Lisboa apresentado à câmara pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) teve ontem "uma apreciação positiva" por parte da autarquia, revelou o presidente desta organização, Rui Beja. Falta agora fabricar os 200 novos pavilhões que vão encher o Parque Eduardo VII, feitos em contraplacado de abeto colorido.
"Vai ser muito difícil tê-los prontos a 23 de Abril", data prevista para o arranque do evento, admite o administrador da empresa encarregada este ano pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) de conceber e fabricar os stands, a Jis. Daí que a APEL fale na possibilidade de abrir uns dias mais tarde, no máximo até ao final de Abril.
Seja como for, a Jis está habituada a pressas: foi o mesmo com o Pavilhão do Conhecimento dos Mares da Expo-98, também concebido por esta empresa e acabado em cima da hora.
Os pavilhões novos são a grande novidade da feira deste ano quer em Lisboa quer no Porto, mas não a única: em Lisboa abrirá mais cedo aos dias de semana, ao meio-dia, para se manter a funcionar até às 21h, fechando duas horas mais cedo do que o habitual. O próprio calendário foi antecipado: em vez de começar em Maio, a feira tem início em Abril, terminando também mais cedo, de forma a não coincidir com a sua congénere do Porto. Outra inovação é a criação, no recinto, de uma minifeira do livro infantil. Das novas comodidades fazem parte casas de banho portáteis e pontos de restauração espalhados pelo recinto.
A APEL alugará os pavilhões novos à Jis - através de um aluguer de longa duração com remodelação dos stands incluída - e cobrará aos editores o valor de uma inscrição por stand, sem custos adicionais. Ao contrário dos anteriores, estes novos pavilhões não foram concebidos com janelas laterais, o que reduz a área expositiva de livros - um aspecto que ainda poderá ser modificado. Mas o recinto contará também com pavilhões diferenciados. Os editores que não aderirem ao novo modelo de stand e quiserem usar pavilhões próprios terão de pagar à APEL uma inscrição em função dos metros quadrados que ocuparem, explicou Rui Beja.
O formato dos pavilhões, alimentou, aliás, no ano passado, as divergências entre as duas associações do sector, APEL e a União dos Editores Portugueses (UEP), e ambas receberam um apoio financeiro idêntico (de 75 mil euros cada uma). Este ano, segundo o presidente da APEL, "a câmara atribuirá um apoio financeiro de 150 mil euros à feira, para a sua organização, renovação e dinamização cultural".
Este ano, a organização da feira está exclusivamente a cargo da APEL, não tendo ficado nada acordado sobre o que acontecerá nos próximos anos.
O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos sobre a próxima Feira do Livro junto da Câmara de Lisboa.»
Vamos lá ver se é desta que a Feira do Livro ganha dignidade; a organização, os pavilhões e, sobretudo, se é uma verdadeira feira de livros, ou se se limita a ter os mesmos preços da FNAC, com funcionários a fazer frete (na maioria dos casos), multibancos a não funcionar; a mesma oferta de sempre e os mesmos 'livros do dia' de sempre. Vamos lá ver.
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