Chegada à penosa altura da compra de roupa nos saldos, noto sempre numa escolha intrigante por parte das grandes cadeias de lojas de roupa. É raríssimo - nalguns casos mesmo impossível - encontrar uma loja de roupa de marca portuguesa (Salsa, Cheyenne, Sacoor, Throttleman, Quebramar, etc.) na rua. Parece haver alguma alergia a abrir lojas dentro da cidade, onde as pessoas vivem, trabalham e passeiam, onde há vida. Contudo estas mesmas cadeias abundam nos shoppings.
Por outro lado não faltam as Zaras, Benettons, Springfields, etc. em zonas comerciais do centro.
Ou os estrangeiros estão a enterrar dinheiro porque lhes apetece, ou na cabeça dos empresários portugueses os consumidores que andam a pé e de transportes públicos, que vivem e dão vida à cidade, são uns pobretanas miseráveis. Um triste exemplo de como nós vemos a cidades e a mobilidade nela?
Façam a experiência, por exemplo na Guerra Junqueiro. Uma avenida, que desde que foi condicionado o trânsito (bastou inverter o sentido do trânsito para reduzir fortemente a circulação e a poluição sonora), não tem parado de crescer como foco de comércio dito tradicional... Diz-se até que há lojas lá, que são as que mais vendem por m² dentro da sua cadeia. Vão lá, espantem-se, e expliquem-me isto sff.
muito bem visto.
ResponderEliminarNa Baixa-CHIADO, a ZARA tem 3 prédios inteiros (que recuperou) e mais algumas lojas do grupo inditex.
São verdadeiras âncoras pois o restante comércio rege-se pela abertura e efecho da ZARA.
e mesmo na decadência da baixa, aquelas lojas continuam a vander imenso e ainda contribuíram para a recuperação do edificado.
Basta subir ao CHiado e ver a estrondosa dinâmica do Bairro.
Será que são mesmo só os centros comerciais que dão dinheiro ou o comércio dito tradicional é que se enterra a si próprio?
Também gostava de ver mais lojas na rua, especialmente aquelas que havia antigamente que não pertenciam a grandes cadeias. Ainda há, eu sei, mas começam a rarear, infelizmente...
ResponderEliminarNão sabia isso da Guerra Junqueiro... tenho que ir ver...
É VERDADE .
ResponderEliminarBEM OBSERVADO
Pensava que a baixa estava morta.
ResponderEliminarNão estou a perceber.
Afinal está morta, moribunda, decadente, ou aconselha-se?
Tambem gostava de ver vida e comercio no centro das nossas cidades, mas com a proliferação de shoppings é mais dificil.
ResponderEliminarLisboa tem demasiados centros comerciais à sua volta.
Ainda á pouco tempo passei em Viseu, tem ruas que bem dinamizadas seriam fantasticas nas mãos de outros Paises(assim como em Lisboa), mas o Tuga autarca tipico acha que o desenvolvimento está em criar mamarrachos de cimento a que chamam shoppings ou Forums.
Não se podiam criar galerias comercias dentro das cidades, nos predios que estao desabitados?
Discordo: na Guerra Junqueiro não se nota tamanha diminuição de ruído ou circulação. Abundam arrumadores (um por cada 10 carros), carros em segunda fila (Cambridge School, etc.), abastecimento de supermercados a horas impróprias. Desapareceu o cinema Star, as concentrações de motas nas noites de fim-de-semana na Mexicana, etc, etc.
ResponderEliminarAcompanhei essa mudança na rua (incontáveis os carros que entravam em sentido contrário nos primeiros tempos). Quando num post acima se defende o comércio tradicional, afirmo que essa rua é apenas um shopping com mais espaço para fumadores.
Anónimo das 9:12
ResponderEliminarninguém disse que a Baixa estava bem
Anónimo das 11:58
eu compreendo isso, também acho um exagero o número de shoppings que existem na cidade. Mas acho que o comércio tradicional pode vingar mesmo com essa concorrência. Para lá do grave problema de renovação da Baixa, tem é que se perceber que não pode concorrer com os shoppings na mesma moeda (fácil acesso automóvel) porque perderá sempre. Tem que ser agradável, próximo das habitações e dos empregos, calmo, etc... Tudo o que não é, porque se insiste em facilitar o acesso automóvel.
Há dezenas de exemplos disto, pelo mundo fora.
Ricardo Silva,
repare que eu não disse que a Avenida estava bem. Apenas disse que melhorou consideravelmente.. Lembra-se certamente que tinha um trânsito muito intenso antes, e sendo que agora o principal problema é servir de parque de estacionamento.
Concordo com o Miguel Carvalho, há cidades Europeias importantes onde a principal Avenida comercial está vedada ao trânsito automóvel, só lá passando trams. É preciso tomar medidas para tornar o comércio tradicional apelativo.
ResponderEliminarDevia-se reforçar a imagem tradicional e antiga das lojas, se não em todas pelo menos nalguns casos, e também colocar sinalizadores da actividade no lado de fora, como havia há séculos atrás, ajudaria a criar uma identidade forte nas ruas, lembrando que somos um País com quase mil anos.
O excesso de transito, poluicao sonora e estacionamento selvagem sao precisamente as razoes pelas quais nao faco compras na avenida da liberade.
ResponderEliminarPor vezes eliminar o transito e alargar os passeios e' tudo o que e' necessario para voltar a atrair pessoas e acima de tudo clientes as zonas historicas.