12/02/2009

CARRIS
Falta de Autoridade Metropolitana é "calcanhar de Aquiles" http://www.destak.pt/artigos.php?art=21507
11 02 2009 17.32H
O presidente da Carris defendeu hoje que a falta de uma Autoridade Metropolitana de Transportes é o "calcanhar de Aquiles" do sistema de transportes públicos na Grande Lisboa.

Destak/Lusa destak@destak.pt

"É o nosso calcanhar de Aquiles e um dos aspectos onde se tem de progredir para uma visão integrada que melhore a resposta", afirmou José Manuel Silva Rodrigues, que falava no Parlamento, numa audição no Grupo de Trabalho do Sector Automóvel, no âmbito da Comissão Parlamentar de Economia.

Na altura, o presidente do Grupo de Trabalho, o deputado Ventura Leite, afirmou que a área dos transportes públicos "desperdiça muito combustível" e apontou a falta de estratégia de articulação entre os vários operadores.

Na audição, o presidente do Conselho de administração da Carris afirmou: "Nos últimos 10 a 15 anos apostou-se muito no transportes público na Área Metropolitana de Lisboa (….). Houve um grande investimento, mas não teve resposta em ganhos na procura e utilização".

"É preciso perceber porquê e encontrar uma solução. Há mais de duas décadas que se fala numa Autoridade Metropolitana de Transportes, mas nada fizemos" afirmou, sublinhando que, na Europa, "as cidades com autoridades metropolitanas de transportes tiveram maiores ganhos de clientes" e dando o exemplo de Espanha.

Silva Rodrigues disse que houve nos últimos anos um esforço de articulação entre os vários operadores e com as próprias autarquias, mas reconheceu que "não foi suficiente".

"Se queremos uma cidade com mais transportes públicos é preciso actuar ao nível do estacionamento" disse, acrescentando que a cobrança de taxas nas entradas das cidades e o aumento de corredores BUS são outras das medidas que incentivam o uso de transportes públicos.

Quanto à utilização de corredores BUS, o responsável revelou que 10 por cento do total da rede global da empresa já circula nestas faixas.

Questionado pelo deputado do PCP Bruno Dias, o presidente da Carris reconheceu que o Estado "tem feito um esforço no reforço da indemnização compensatória", mas reconheceu que, mesmo assim, o valor atribuído "é insuficiente para as necessidades da Carris".

"Não era possível todo o esforço na renovação da frota da empresa sem o recurso ao endividamento", sublinhou o responsável, adiantando que a dívida da Carris ronda os 500 milhões de euros.

O relatório da auditoria do Tribunal de Contas aos débitos e prazos de pagamento das empresas do Sector Empresarial do Estado (SEE), divulgado a 12 de Janeiro, indicou que a dívida da Carris é de 563.817 milhões de euros

3 comentários:

  1. Note-se a diferença de posições da administração da Carris para a administração do ML.
    Analisem-se os últimos anos e procure-se saber qual é que tem inovado mais, qual é que tem procurado novos utilizadores e qual é que tem como estratégia final o aumento do número de passageiros em TODO o sistema de transportes públicos, fazendo a sua parte.

    Não deixa de ser engraçado como em Barcelona se podem gastar 72 cêntimos a ir de um lado para outro dentro da cidade, recorrendo a qualquer transporte público. Aqui ainda estamos longe de sonhar com integração total de sistemas quando temos a adminsitração do ML a querer prolongar o seu brinquedo para onde quer, como quer, quando quer e sem se preocupar com os efeitos que isso terá no sistema de transportes públicos.
    Depois cria-se o anedótico de corredores paralelos à CP.

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  2. Também concordo que o prolongamento da Linha azul´para a Reboleira é anedótico, e uma clara falta de visão do Presidente da CM-Amadora. Está à vista de todos que era mais util prolongar-se para o centro da Amadora e Casal de São Brás.

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  3. Até porque a Amadora é um contínuo com Benfica, quem não souber que os castelinhos são as Portas de Benfica, não dá por ter atravessado um concelho.

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