Caros cidadãos,
Não vou fazer comparações com as praças europeias, poderia citar as magnificas praças espanholas de Madrid, Santiago Compostela, Salamanca, de Itália a famosa Praça de São Marcos, França a Place Vendome, entre outras.
Não podemos fazer qualquer comparação possível porque todas estas cidades não foram abandonadas pelos seus cidadãos. Não foram viver para os condomínios ou blocos de apartamentos de luxo na periferia.
As cidades Europeias estão vivas e, em conformidade com os seus habitantes. A nossa também!
A cidade de Lisboa(Centro) e o eixo Rocio praça do Comercio, há muito que está esquecida, pela autarquia e pela população. Eu resido no coração da Baixa pombalina, corajosamente! Confesso. As dificuldades e as exigências que a Câmara Municipal e o IPAR, colocam ao simples pedido para o restauro das habituações de particulares e em seguida aprovam e fomentam os Domingos parolos, que só já se encontram nas aldeias mais remotas de Portugal, não corresponde ao critério de exigência referido.
Este domingo, passei a pé pela Baixa, Castelo, Cerca Moura. A Baixa, é de facto, o exemplo pior quer da qualidade dos espaços de restauração, quer do comercio em si. A Chegada ao Terreiro do Paço é uma desilusão, não por estar entaipado para as obras que estão a decorrer, mas sim pelo horror da ocupação autorizada. Desde a roulotte da fotografia, à vergonhosa feira nas arcadas, tudo é deprimente. Como cidadão e residente neste bairro tão bonito, estou indignado.
Não ponham lá nada, se não há condições para ser feito com a maior dignidade que este espaço merece, limpem e vigiem.
P.S. Nas arcadas dos ministérios, para além dos Sem Abrigo que as ocupam, há um cheiro nauseabundo a urina…
Otelo Lapa»
Subscrevo. Então a vergonha do que se passa nas arcadas é indiscritivel.
ResponderEliminarsubscrevo.
ResponderEliminaré impensável num país civilizado o uso que é dado (pela pupulação) e permitido (pelas entidades públicas)ao centro histórico da cidade capital.
Caro Otelo Lapa
ResponderEliminarComo apreciador do Eça que me disse ser e a este respeito mando-lhe esta: "Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações. A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse." Eça de Queiros 1867.
Infelizmente nada mudou.
Jorge Santos Silva
Recuemos mais:
ResponderEliminar"É um povo que não se governa nem se deixa governar"
Precisa-se de matéria prima para construir um País *Eduardo Prado Coelho - in Público*
ResponderEliminarA crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, lips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada Poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... *MEDITE*!
*EDUARDO PRADO COELHO*
Com a licença do anónimo anterior farei uma cópia integral e colocarei um post na página principal deste blog levando em conta o brilhantismo e propriedade das palavras transcritas neste texto.
ResponderEliminarJorge Santos Silva
Parece que este trabalho piroso é feito por uma tal Laurentina que era da máxima confiança do ex Director Municipal de Cultura e actual Director Municipal dos recursos Humanos, por isso também não se esperava grande coisa! mas o que é mais incrível é que é esta Senhora quem divulga, para o correio electronico de todos os funcionários da CML as actividades "Ao domingo o Terreiro do Paço é das Pessoas" Não se sabe muito bem quem são as pessoas que lá vão....o que é certo é que a pirosada continua!
ResponderEliminarDefinitivamente somos a terra do copo de três e do torresmo. Convido todos a darem uma saltada ao Terreiro do Paço no próximo Domingo. É de bradar aos céus. E como se não bastasse a autorização dada pela CML para as barracas dos comes e bebes, ainda nos brindaram com uns caixotes à volta da estátua do D. José de uma qualidade artística execrável. Isto está cada vez pior. Já estava mau, mas agora para além de mau está piroso o que era dispensável.
ResponderEliminarA este propósito e de muitos outros nesta cidade e país permito-me citar um excerto de um diálogo retirado do livro "O mestre de Esgrima" de Artur-Perez Reverte.
ResponderEliminarA certa altura uma das personagens da história diz o seguinte:
"(...) digo-lhe que prefiro ser governado por César ou Bonapart, que possa sempre tentar assassinar, se não me agradarem, a ver decidirem-se as minhas preferências, costumes e companhias pelo voto do tendeiro da esquina. O drama do nosso século, Don Marcelino, é a falta de génio, que só é comparável à falta de coragem de e à falta de bom gosto. Isso deve-se com certeza à irrefreável ascensão dos tendeiros de todas as esquinas da Europa"
E mais adiante:
"(...)Sabe qual é o problema ?
Encontramo-nos na ultima de três gerações que a História tem o capricho de repetir de quando em quando. A primeira precisa de um Deus e inventa-o. A segunda ergue templos a esse Deus e tenta imitá-lo. E a terceira utiliza o mármore desses templos para construir prostíbulos onde adorar a sua própria cobiça, a sua luxuria e a sua baixeza. E é assim que aos deuses e aos heróis, sucedem sempre, inevitavelmente, os mediocres, os cobardes e os imbecis"
Pois é enquanto formos governados por "tendeiros" não vamos lá.....