25/02/2009

Ministério autoriza construção da Terceira Travessia do Tejo

In TSF online

«O Ministério do Ambiente autorizou a construção da Terceira Travessia do
Tejo, entre Chelas e o Barreiro. Contudo, este ministério impôs várias
condicionantes como um sistema de portagens diferenciadas e a limitação de
velocidade a 80km/h.

O Ministério do Ambiente autorizou a construção da Terceira Travessia do Tejo, entre Chelas e o Barreiro, tendo impondo várias condicionantes, nomeadamente a cobrança de portagens diferenciadas, cujos preços variem em função da procura.

De acordo com a Declaração de Impacto Ambiental, o sistema de preços a adoptar terá de penalizar «o(s) período(s) de maior procura», tendo ainda de ser colocado um sistema de controlo de velocidade, que imponha como limite máximo os 80km/h.

Nos períodos de maior procura, a terceira faixa do tráfego rodoviário deve ser reservada para veículos com ocupação igual ou superior a dois ou três passageiros, veículos eléctricos e transportes públicos.

A declaração recomenda ainda a «possibilidade de acomodar uma via de duplo sentido para modos de transporte suaves, como bicicletas, e que sejam promovidos serviços nos comboios suburbanos que facilitem o transportes das mesmas.

A construção da componente ferroviária deverá ser «privilegiada» em relação à rodoviária, devendo ser criadas condições para que o transporte colectivo, nomeadamente no serviço ferroviário convencional, «esteja disponível e operacional aquando da entrada em funcionamento da componente rodoviária».

A Terceira Travessia do Tejo, que envolve um investimento de 1,7 mil milhões de euros, terá duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e duas vias com três faixas para o tráfego rodoviário

Terceira Travessia
António Costa congratula-se por DIA acolher sugestões da Câmara
2009-02-25, 14h58 - in Agência Lusa

Lisboa, 25 Fev (Lusa) - O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, congratulou-se hoje por a Declaração de Impacto Ambiental (DIA), aprovada pela tutela, para a Terceira Travessia do Tejo acolher duas das sugestões da autarquia.

António Costa, que falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras em curso no Terreiro do Paço, sublinhou a importância de a DIA da Terceira Travessia do Tejo apontar, tal como a autarquia a que preside sugeriu, a necessidade de concluir obras em curso que são necessárias para aumentar a fluidez de trânsito nas vias circulares de Lisboa.

Para que a cidade de Lisboa funcione, e funcione melhor, é necessário melhorar a fluidez das vias circulares de Lisboa, o que não é possível sem antes concluírem as obras nesses locais, acrescentou o autarca.

O autarca reiterou ainda que a melhoria da circulação rodoviária em Lisboa depende também de "as pessoas se habituarem a viajar mais de transporte público", considerando tratar-se de uma "mudança de atitude que comportará melhorias da qualidade do ar, diminuição da poluição sonora e servirá para melhorar a qualidade de vida" na capital.

António Costa mostrou-se ainda "satisfeito" por a DIA apontar igualmente para a necessidade de baixar o tabuleiro da ponte em Chelas, tal como a autarquia sugerira.

Questionado pelos jornalistas sobre as portagens, António Costa insistiu que tem "defendido sempre a título pessoal" que parte das portagens devem contribuir para o aumento do transporte público em Lisboa.

"É o meu entendimento pessoal que todo um conjunto de portagens devia ser utilizado para financiar o transporte público, mas esse é o meu entendimento pessoal e não o da Câmara Municipal", concluiu.

O Ministério do Ambiente deu "luz verde" à construção da Terceira Travessia do Tejo - que terá duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e duas vias com três faixas cada para o tráfego rodoviário - mas com várias condicionantes, entre as quais a cobrança de portagens diferenciadas.

A Terceira Travessia do Tejo representa um investimento de 1,7 milhões de euros.»
...

E como é que o Ministério do Ambiente poderia estar contra? Alguma vez estaria? A memória é realmente muito curta. Quando o mesmo ministério está a favor do abate de 8.000 sobreiros; está a favor da construção maciça em reservas ecológicas como o Parque Natural Sintra-Cascais ou o estuário do Tejo ou o sapal de Castro Marim, por exemplo; ia estar contra uma ponte que mobiliza milhões e milhões, em sucessivos projectos por efeito dominó? Nunca. Que importa ao Ministério do Ambiente que o ambiente em Lisboa, por exemplo, fique ainda pior do que já é, com a entrada maciça de automóveis em locais já hoje saturados, como a 2ª Circular, a Av. E.U.A., etc.? Nada.

Outra coisa, Sr. Presidente António Costa, a questão do rebaixamento do tabuleiro, além de querer dizer na prática uma nova ponte, e não um ajustamento 'à la' Meccano, é apenas um fait divers, para que se pense que a CML zela pelo ambiente em Lisboa (tal como aquela coisita ridícula da proposta de JSF em fazer um passeio pedonal na TTT, que é de escangalhar a rir).

E o MOPTC, alguma vez estudou a hipótese de travessia em túnel (como alguns engenheiros credenciados defendem e bem)? Porque razão nos impingem uma TTT em ponte e com carros?

8 comentários:

  1. Deixo só algumas questões:

    Por que é que a proposta do corredor pedonal é assim tão absurda? (embora compreenda que não é muito razoável, não deixo de achar um desafio interessante)

    E que vantagem teria a travessia em túnel (segundo alguns especialistas - temos pareceres para todos os gostos - dificilmente concretizável devido à inclinação necessária para entrar abaixo do rio, complicada para comboios)

    Cumprimentos de um leitor atento

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  2. Mais uma vez, António Costa agacha-se perante as orientações do Governo, demonstrando à saciedade a desvantagem que é ter um autarca sem personalidade nem visão próprias, que olha para a câmara como trampolim e só pede que estas "questões urbanas" não lhe arranjem complicações na marcha majestática para secretário-geral.

    Esta vontade de fazer a travessia rodoviária é movida APENAS por interesses imobiliários (como alías o Túnel das Amoreiras já tinha sido) e vai ganhando terreno à custa do temor saloio da opinião publicada perante os grandes projectos, os grandes interesses, e uma visão estreita daquilo que é o "pugresso", semeada na mente colectiva com o Duarte Pacheco e avivada pelo Presidente Cavaco Silva.

    Anos e anos depois, o País ainda permanece atolado no discurso tecnocrático dos "grandes projectos", feitos numa base de "eu quero posso e mando (e o contribuinte paga)", e apoiados por um discurso maniqueísta que acusa se ser contra o progresso quem se dispõe a apresentar outros caminhos ou sequer a discutir a utilidade destas empreitadas.

    Enfim, um País que se transformou numa empreitada, gerido por empreiteiros... qua mais podemos dizer?

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  3. Apesar de todos os relatórios e estudos que apareceram na praça pública e que, acredito, muitos não passam de opiniões avalizadas (ou não) uma coisa é inegável e não necessita de muitos estudos: as vistas da cidade de Lisboa e a relação com a sua zona oriental nunca mais serão as mesmas. Nunca mais o belíssimo horizonte do alto do Miradouro de Santa Luzia ou das Portas do Sol, do alto do Mosteiro de São Vicente de Fora, do Panteão. Aquela imagem que é repetida à exaustão em todos os guias e panfletos turísticos será uma coisa do passado. Não existirá, realmente, uma solução menos onerosa para esse património único que é a vista da cidade para o rio? Ainda que um túnel ficasse mais caro, no futuro iria compensar nos milhões de olhos que verão Lisboa! Que herança triste e pesada para as gerações que se seguem!

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  4. quando se fez a ponte 25 de abril sobre alcântara (com muuuuito mais impactos do que esta) também muitos se colocaram contra.

    e agora, niguém imagina lisboa sem ela.

    o mesmo se passará com esta que, a avaliar pela maquete, até é bem mais bonita que a vasco da gama.

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  5. Apoio o comentário anónimo que faz uma relação entre a terceira travessia e a Ponte 25 de Abril, até acrescento mais; a construção da "ponte vermelha" veio contribuir em grande escala para a construção de barracas um pouco por toda a cidade. Pesquisem sobre o destino das populações do Vale de Alcântara, Alvito e Campolide. Até acrescento que esses gigantescos bairros de lata foram construídos com a permissão da CML e foi a própria que cedeu os materiais aos moradores.

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  6. Aquela lógica de dizer "antes-eram-todos-contra-e-agora-vejam-só-que-bonito-que-é-e-todos-gostam" é velha e parece-me intelectualmente desonesta, porque se furta a debater o essencial.

    Também podíamos falar de todos aqueles mastodontes que tinham todos contra e que redundaram naquilo que hoje são - mastodontes que só fazem a cidade arrastar os pés.

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  7. Pois mas essa lógica não se aplica a mim, pois sempre fui e continuo a ser contra a construção do tunel do Marquês. Acho que não foi necessário, mas já que está construído, que se faça a abertura à Avenida António Augusto Aguiar, apesar de prejudicar uns indianos que fizeram do tunel, habitação.

    O custo da obra, a engenharia técnica utilizada para não afectar o túnel do Rossio que lhe é perpendicular e o abate de árvores e lugares de estacionamento no separador central da Avenida e umas quantas árvores no Parque Eduardo VII quanto a mim não justificava os fins. Em minha opinião o mais favorável da obra foi o novo piso da Rua Joaquim António de Aguiar.

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  8. Sou a favor da Terceira travessia como está prevista, já andei em Xabregas a ver o impacto da obra, e não me pareceu má por aí além. Os maiores prejudicados vão ser as hortas que existem em Chelas próximo da Rua de Cima de Chelas. O tabuleiro em terra vai passar por cima maioritariamente ou na totalidade de armazéns. Não me pareceu que a Vila Dias no Beco dos Toucinheiros viesse a ser afectada. Vai ter que ser demolido um quarteirão de armazéns e restaurantes em Xabregas para os acessos à Av. Infante D. Henrique. Até estou desejoso que comecem as obras, pois aquela zona de Lisboa à anos que está espectante quanto à terceira travessia do Tejo e necessita de obras urgentes. Costumo ver na RTP Memória um programa chamado Bairros Populares de Lisboa, feito algures entre os anos de 1989 e 1991, e lá vi aquela zona igual ao que hoje é, à excepção dos carros estacionados nas ruas e a circular, hoje chamados clássicos. Volto a frisar que isto é apenas a minha opinião.

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