Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
Muito mais bonito. A "atmosfera da coisa" que lá está (que me desculpe o mestre Siza) é muito mais asséptica e plástica. Assim como os produtos que por lá se negoceiam. No futuro próximo prever-se-ia um chiado mergulhado num ambiente virtual. Mas como a crise se sustenta na ausência de corpo de troca,é provável que às portas de Lisboa voltemos às hortas e no centro, desde o terreiro do paço, passando pelo rossio e praça da figueira, quarteirões da baixa, subindo até ao chiado, se voltem a ver as lojas abertas à rua vendendo produtos de 1ª necessidade.
"Porque nunca nínguem pensou em reconstruir isto quando se refez o chiado?" De anónimo para anónimo:
Porque o "ornamento é crime"(ver Adolf Loos), desde a modernidade. Há, desde então, muito pudor no corpo "enfeite" que sempre sustentou TODA a arquitecturta. Esquecendo-se por vezes que tudo isto, a que chamam de "corpo criminoso" porque não é anónimo, é carregado de significado cultural, patrimonial e sentimental. Nós arquitectos achamo-nos imconpreendidos. É um facto. Mas numa "relação" a incompreensão é uma falha de comunicação, neste caso entre as "primas donnas" (a barriguita de gestação) e o pai adoptivo ( a população a que a arquitectura se destina). Ora a diferença está em que a arte e a arquitectura não são expressões de mim para o mundo, mas veículos entre mim e o mundo. E o "mim" constrói-se no estar aí, no ser aí, somos a "lesma dentro da casca do caracol". A casca molda-se a nós e nós moldamo-nos à casca mas a casca é condição e essência da lesma, e esta alegoria transporta-se à "arquitectura".
Este anónimo é radical. Caro anónimo, de facto recuperar "epidermes" não deveria ser o trabalho do arquitecto, sobretudo quando do corpo apenas resta o "envelope". Mas não sei se já reparou que de facto o que se passa é que a política tem sido de recuperação de epidermes. Mas olhe começo a pensar se não será também isso legítimo já que a pós-moderna arquitectura , feita de "raíz" tem-se vindo a manifestar de uma forma tristemente epidérmica. Não gosto de evocar catástrofes para manifestar o conteúdo do meu descontentamento mas se reparar há torres a cair, a implodir a arder. O novo parque habitacional é feito para durar entre 10 a 30 anos. Será a "cidade a mexer" coisa viável para a estabilidade de uma cidade que se pretende Europeia, histórica, patrimonial. Meu caro sei que de Europeus temos pouco e devemos mais do nosso "sangue" ao norte de áfrica, mas não acha que esta "ideia" de "faixa de Gaza" e de "provisório a 40 anos" ou de "amanhã mudamos a imagem dos tapumes" um bocadinho exagerado? Sei que "nós" (pelo discurso vejo que é arquitecto e da Faculdade de Arquitectura de Lisboa) vivemos dos "novos" trabalhos que nos encomendam. E que teoricamente quanto mais gruas houver no "skyline" da cidade, mais trabalho teremos. Mas não acha que já está na hora de passarmos a ser um bocadinho menos imediatistas e deixarmos de lado a "pato bravice" da demolição construção para justificarmos ordenados. Um arquitecto é antes de mais um técnico e não um inventor de novos "ovnis", impostos ao "mercado imobiliário". Os arquitectos lutam para ver quem chega ao pódium das vendas imobiliárias. Os arquitectos lutam uns contras os outros para ver quem fica com mais trabalho. Os arquitectos lutam para serem conhecidos. Para quê? O que está afinal em causa? O nosso umbigo cheio de cotão o a salvaguarda de um bem que é de todos nós a cidade?
Dona Isabel, esta foto outra vez?! :) Deu-me saudades, e uma memória perdida, daquelas que só sabemos que cá estão quando um cheiro, um sabor, ou uma imagem nos faz sentir "ah, eu lembro-me...". E lembro-me de me ter perdido do meu avô - há mais de 40 anos...- precisamente por causa das escadas da imagem. Eu subia por um lado e procurava-o, em cima, ele descia e procurava, em baixo, vindo do outo lado.. Nada de grave, que havia tempo para desencontors, e ducheses e batidos de morango na Ferrari para compensar. Obrigada Dona Isabel. Bjs, a vizinha
pastiche...alguns dos mais belos edifícios e monumentos do mundo são pastiches. Será o arco do triunfo pastiche? acho que sim. O modernismo etc etc é na sua grande maioria cócó. Só desejo que para bem dos nossos bisnetos esta porcaria de estilo arquitectonico mude, e deus queira que nessa altura não se faça patiche do que se faz hoje.
Pois, concordo consigo Sr. anónimo. De facto há qualquer coisa de "desperdício" sem retorno sem possibilidade de reutilização (na imagem de cócó) que enquadra o modernismo.
Agora são tempos de quê?
ResponderEliminarWOW!! Mas que raio fizeram aos armazéns...era lindo.
ResponderEliminardaqui a 50 anos vamos ter aqui uma foto do Colombo e as pessoas a dizer, sim, naquele tempo e' que era bom...
ResponderEliminarsr. Anónimo
ResponderEliminarPor mim podem dizer o que quiserem daqui a 50 anos. Se calhar já cá nem estou...
"Anónimo disse...
Agora são tempos de quê?"
Diga-nos o sr. anónimo.
Tudo belo vai desaparecendo :(
ResponderEliminarPorque nunca ninguem pensou em reconstruir isto quando se refez o chiado?
ResponderEliminarMuito mais bonito.
ResponderEliminarA "atmosfera da coisa" que lá está (que me desculpe o mestre Siza) é muito mais asséptica e plástica. Assim como os produtos que por lá se negoceiam.
No futuro próximo prever-se-ia um chiado mergulhado num ambiente virtual. Mas como a crise se sustenta na ausência de corpo de troca,é provável que às portas de Lisboa voltemos às hortas e no centro, desde o terreiro do paço, passando pelo rossio e praça da figueira, quarteirões da baixa, subindo até ao chiado, se voltem a ver as lojas abertas à rua vendendo produtos de 1ª necessidade.
Marta Sousa freitas
"Porque nunca nínguem pensou em reconstruir isto quando se refez o chiado?"
ResponderEliminarDe anónimo para anónimo:
Porque o "ornamento é crime"(ver Adolf Loos), desde a modernidade. Há, desde então, muito pudor no corpo "enfeite" que sempre sustentou TODA a arquitecturta. Esquecendo-se por vezes que tudo isto, a que chamam de "corpo criminoso" porque não é anónimo, é carregado de significado cultural, patrimonial e sentimental.
Nós arquitectos achamo-nos imconpreendidos. É um facto. Mas numa "relação" a incompreensão é uma falha de comunicação, neste caso entre as "primas donnas" (a barriguita de gestação) e o pai adoptivo ( a população a que a arquitectura se destina).
Ora a diferença está em que a arte e a arquitectura não são expressões de mim para o mundo, mas veículos entre mim e o mundo.
E o "mim" constrói-se no estar aí, no ser aí, somos a "lesma dentro da casca do caracol". A casca molda-se a nós e nós moldamo-nos à casca mas a casca é condição e essência da lesma, e esta alegoria transporta-se à "arquitectura".
Marta Sousa Freitas
"que raio fizeram aos armazéns?"
ResponderEliminarnão sei se se lembra, mas arderam em 1988?
Este post é para quê? para dizer que "no outro tempo é que era bom?"
ResponderEliminarRealmente era bonito. Se não tivesse ardido, talvez fizesse sentido a restauração.
Ardeu.Pois, temos realmente muita pena...mas fazer pastiche não é reabilitação ou recuperação. è fazer um parque de diversões.
Se as cidades se limitassem a imitar o passado, estavamos na idade da pedra.
A arquitectura deve evoluir, com respeito pelo passado e a envolvente e ousar quando se justificar.
Hoje os armazens do chiado não são a mesma coisa, mas são outra que talvez faça mais sentido para esta geração do que para a anterior. o que é normal.
Seja como for, o chiado tem ste vidas pois, mesmo após arrasado com o incêndio é das poucas zonas antigas de lisboa com vitalidade de invejar.
Quase tenho pena que o fogo não tenha alastrado à Baixa...talvez tivesse forçado à recuperação...
Este anónimo é radical. Caro anónimo, de facto recuperar "epidermes" não deveria ser o trabalho do arquitecto, sobretudo quando do corpo apenas resta o "envelope".
ResponderEliminarMas não sei se já reparou que de facto o que se passa é que a política tem sido de recuperação de epidermes. Mas olhe começo a pensar se não será também isso legítimo já que a pós-moderna arquitectura , feita de "raíz" tem-se vindo a manifestar de uma forma tristemente epidérmica.
Não gosto de evocar catástrofes para manifestar o conteúdo do meu descontentamento mas se reparar há torres a cair, a implodir a arder. O novo parque habitacional é feito para durar entre 10 a 30 anos. Será a "cidade a mexer" coisa viável para a estabilidade de uma cidade que se pretende Europeia, histórica, patrimonial. Meu caro sei que de Europeus temos pouco e devemos mais do nosso "sangue" ao norte de áfrica, mas não acha que esta "ideia" de "faixa de Gaza" e de "provisório a 40 anos" ou de "amanhã mudamos a imagem dos tapumes" um bocadinho exagerado?
Sei que "nós" (pelo discurso vejo que é arquitecto e da Faculdade de Arquitectura de Lisboa) vivemos dos "novos" trabalhos que nos encomendam. E que teoricamente quanto mais gruas houver no "skyline" da cidade, mais trabalho teremos. Mas não acha que já está na hora de passarmos a ser um bocadinho menos imediatistas e deixarmos de lado a "pato bravice" da demolição construção para justificarmos ordenados. Um arquitecto é antes de mais um técnico e não um inventor de novos "ovnis", impostos ao "mercado imobiliário". Os arquitectos lutam para ver quem chega ao pódium das vendas imobiliárias. Os arquitectos lutam uns contras os outros para ver quem fica com mais trabalho. Os arquitectos lutam para serem conhecidos. Para quê? O que está afinal em causa? O nosso umbigo cheio de cotão o a salvaguarda de um bem que é de todos nós a cidade?
Marta Sousa Freitas
não sou arquitecto.
ResponderEliminarDesculpe, pensei que fosse, pela forma como se manifestou.
ResponderEliminarnarta sousa freitas
e entendeu-me muito mal. ;)
ResponderEliminar"Este post é para quê?"
ResponderEliminarPara nada!! porque me apeteceu. Porque achei a fotografia gira, como há tantas neste blog.
E porque posso!
" M Isabel G disse...
ResponderEliminarsr. Anónimo
Por mim podem dizer o que quiserem daqui a 50 anos. Se calhar já cá nem estou...
"Anónimo disse...
Agora são tempos de quê?"
Diga-nos o sr. anónimo."
17 Fevereiro de 2009.
Dona Isabel, esta foto outra vez?! :)
ResponderEliminarDeu-me saudades, e uma memória perdida, daquelas que só sabemos que cá estão quando um cheiro, um sabor, ou uma imagem nos faz sentir "ah, eu lembro-me...".
E lembro-me de me ter perdido do meu avô - há mais de 40 anos...- precisamente por causa das escadas da imagem. Eu subia por um lado e procurava-o, em cima, ele descia e procurava, em baixo, vindo do outo lado.. Nada de grave, que havia tempo para desencontors, e ducheses e batidos de morango na Ferrari para compensar.
Obrigada Dona Isabel.
Bjs, a vizinha
Ora aí está para que pode servir um post!!!!
ResponderEliminar....nem mais, nem menos....
ResponderEliminarJA
pastiche...alguns dos mais belos edifícios e monumentos do mundo são pastiches. Será o arco do triunfo pastiche? acho que sim.
ResponderEliminarO modernismo etc etc é na sua grande maioria cócó.
Só desejo que para bem dos nossos bisnetos esta porcaria de estilo arquitectonico mude, e deus queira que nessa altura não se faça patiche do que se faz hoje.
Gostei da definição de "modernismo cócó" do anónimo das 11h.
ResponderEliminarMarta Sousa Freitas
sim, e em grande parte pelas razões que a Marta expôs acima.
ResponderEliminarPois, concordo consigo Sr. anónimo. De facto há qualquer coisa de "desperdício" sem retorno sem possibilidade de reutilização (na imagem de cócó) que enquadra o modernismo.
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