Caros e estimados representantes do Fórum Cidadania:
No desejo simples de vos enviar um contribuito pessoal, bem reflectido, para clarificar os termos da polémica em curso, sobre o novo Museu dos Coches, venho com este texto, agradecendo a vossa atenção:
1 - O tema deve ser entendido num contexto geral: não só o do "Ministério da Cultura", mas também de "intervenção urbano-arquitectónica"; não só de "política de museologia" mas de "intervenção cultural com significado internacional", etc, etc. Evita-se assim a queda na "politiquice" ou no "mesquinho nacional", ou ainda no que é circunstancial.
2 - o tema deve ser lembrado (como fez, e muito bem, a carta de Miguel Júdice há dias) no processo longo em que se insere, que vem do século passado - e não como uma decisão aparentemente "caída do céu" e deste governo: o programa para um novo Museu dos Coches no local actualmente previsto foi definido pelo Projecto VALIS em 1991 (depois fragmentadamente integrado em programas estatais e municipais), foi iniciada a sua implemenção pelo governo em 1994 (no quadro de preparação dos financiamentos europeus comunitários) e foi avançando (e sendo discutido), continuamente, mas como se vê lentamente, desde então..até 2009.
3 - o Museu dos Coches tem um valor própio notabilíssimo, e uma correspondente expressão e significado nacionais e internacionais, sendo um dos poucos que atinge essa dimensão, dentre os museus portugueses. Nada que os envergonhe - mas o Museu de Arte Antiga, o de Arqueologia ou o da Marinha possuem uma dimensão e valor próprio mais estritos, cabendo no quadro do país. Essa será a razão primeira para investir a sério nele - criando espaços que se sabe serem necessários e não caberem no actual, dignificando-o, dando-lhe a escala que merece, e sobretudo introduzindo uma mais valia (a chamada "massa crítica") com a nova instalação. Nada que impeça o actual espaço de museu, antes picadeiro, de funcionar depois em complemento com o novo (expos temporárias, "o melhor do museu", etc) - isso só valorizará todo o conjunto e o espaço de cidade directamente envolvido.
4 - o projecto vale sobretudo pela intervenção urbanística (só depois pela arquitectura, e depois ainda pelo programa), recuperando um vasto espaço murado e fechado à urbe, num local "estratégicamente cultural" dela (Belém - Junqueira), no eixo que o CCB já ajudou a valorizar - não esquecer que a cidade funciona com a junção periódica de novas energias, espaços, ideias, e não apenas "mantendo e recuperando" o que existe. Liga-se a rua da Jnqueira ao espaço do Museu da Electricidade (outro valor internacional, pela dinamica que vem tendo - porque não se fala dele, que será agora muito valorizado, deixando de estar meio "escondido"? "Liga-se" a praça do Palácio de Belém com a Cordoaria, e isto tem a a ver com o futuro desta (será o "passo seguinte"...)
5 - finalmente, o tema do novo museu não deve inviabilizar as eventuais futuras operações, e a sua concepção inteligente, escalonada e estratégica. Neste sentido, a polémica tem sido de grande utilidade, e estou-vos grato pelas questões de recuperação e de outros investimentos capitais que defendem, com a melhor intenção e sentido cívico.
Atent, José Manuel Fernandes arq
concordo.
ResponderEliminarserenidade e não fundamentalismos politiqueiros
..."massa crítica"???????
ResponderEliminarjá se deu conta da volumetria do novo espaço? Da desadequação cenográfica dos elementos a expor nesse novo espaço? Da imensíssima asneira que é transferir todo o espólio arqueológico do Museu Nacional e das Oficinas atabalhoadamente para um lugar onde não cabem como seja a Cordoaria? Alguém já perguntou porque não foi feito concurso publico para a obra de adjudicação do novo Museu? E ainda fala em "massa critica"? Isso é o que não nos tem faltado a nós que estamos contra esta trapalhada toda.
Jorge Santos Silva
E mais, sem concurso público o que me garante que este, aínda que venha a ser erigido, é o melhor projecto? Estou absolutamente contra a edificação deste monumento ao despesismo, ao mau gosto e à intolerancia dos nossos governantes que querendo à força erigir uma obra de regime passam por cima de tudo e tosdos, incluindo do próprio Ministro da Cultura
ResponderEliminarPara mim, ter um novo museu dos coches é fundamental, nao so para a cidade como para Portugal.Esta colecçao bem merece um monumento a escala bem maior que o actual. Nao so para usufruir dos coches num espaço maior com mais luminosidade, mas tambem para dar melhores condiçoes de preservaçao a esta magnifica colecçao que é a maior e mais bela do mundo.
ResponderEliminarNada impede que o actual museu dos coches, seja utilizado como um complemento ao novo, seria mesmo uma mais valia.
So nao estou muito de accordo é com o projecto. Nao tirando valor a este grande arquitecto brasileiro que ganhou entre outros prémios o MIES VAN DER ROHE da américa latina, como o PREMIO PRITZKER(considerado como um prémio nobel da arquitectura). E que gostaria que houvesse um concurso internacional, para depois estudar qual seria o melhor projecto. Para mim, como para muitas pessoas, seria a melhor opçao.
Mas bom, pode ser que depois de acabado seja qualquer coisa de fenomenal.
Pode mesmo ser um monumento de contraste entre o seu exterior e interior brutal e sobrio, mas com uma colecçao exuberante e magnifica, que nao vai deixar de surpreender.
LOBO VILLA,25-3-09
ResponderEliminarO sr Arq José Manuel Fernandes-JMF-(que NADA tem a ver c/o homónimo Director de o "Público",um democrata exemplar !),dá aqui mais um jesuítico "banho" de pseudo- cultura/imparcialidade ao povo ígnaro,tentando convencer-nos que este projecto de novo museu dos Coches é coisa antiga e adquirida,nomeadamente, através do fantasioso "plano" Valis ,de sua pura invenção(dele JMF e doutros quejandos,"plano" este que nunca foi encomendado nem aprovado,i.e., que nunca existiu!).
Na verdade este novo museu é uma nova fantasia,não obedece a nada (nem ao malfadado PDM!)nem a nenhum concurso,é, aqui e agora uma "obra de regime" de Pino y Lino (como diria Chávez!)e tem uma volumetria insuportável,é um "mono", dois pisos mais alto que o Palácio de Belém e que o CCB, como atrás sugeriu(e bem) o colega de blogg,Lesma Morta.
Já para não falar do silo-estacionamento-automóvel frente ao Rio,um monumento á crise automóvel...
Portanto,mantenhamos a serenidade necessária para aturar estes desvarios "artistico/dictatoriais" á Pino y Lino...
"Será melhor António Costa perguntar a Rui Rio as noites que passou sem dormir e o que teve de “engolir” para segurar a miséria de projecto de reabilitação que lhe fizeram, para a Av. dos Aliados, com a justificação que era de autor consagrado, contra todo o povo que defendia o património da Avenida.
ResponderEliminarSó depois da obra feita é que percebeu o que devia ter percebido em projecto: que foi uma GRANDE ASNEIRA.
E já se desculpou ao povo, que não lhe perdoa, pois já ninguém vai devolver aquilo que lá se perdeu, e fazia parte da nossa cultura; o que alí destruiram – pavimentos, árvores, contexto, sentido espacial próprio e o hábito de frequência que o povo lá tinha; e fazia também parte da nossa memória do local.
Isto só para colocarem lá: “a sua cultura”!"
Também não se permitiu nesse caso qualquer discussão pública directa; foi dissimulada com o estudo do metro!
E quando o povo se impôs... ditadurialmente fizeram ouvidos moucos, como nos querem agora fazer, os "iluminados".
Quando se juntaram cinco mil assinaturas contra aquela imbecilidade para os Aliados, nem na Assembleia da República deram ouvidos!!! E ia bem a tempo - não quiseram saber, os nossos políticos - E PERDEMOS PATRIMÓNIO, apenas em favor dos bolsos dos intervenientes directos. Mais ninguém ganhou com isso. A Avenida ficou árida, impessoal como era perfeitamente previsivel pelo projecto, e se tentou de todas as formas travar.
Por isso, não esperemos novo crime cultural para perceber que o foi.
Que o governo e em especial o Dr. António Costa percebam isso a tempo de o evitar, e não como aconteceu com o Rui Rio - Que agora já aprendeu - olhem o Bolhão! Já dá mais ouvidos ao povo.
Que todos os interessados ponderem efectivamente que o povo está a ver o que vão deitar a perder ao país, apenas para impôr os seus esquemas e as mais valias que daí conseguem, seja ao nível das influências, do relacionamento directo ou mesmo indirecto, da compartilha de favores, ou mesmo vantagens económicas explícitas.
Isto terá que ser devidamente identificado e julgado.
Um erro tão grande à vista de todos, sem discussão pública conforme as disposições legais, nivela a incultura do povo pelo patamar dos ditadores que o impôem.
Neste caso temos técnicos, políticos e agentes turísticos de todo o mundo, assim como todas aquelas muitas centenas de milhar de pessoas que já passaram pelo museu dos coches, A APONTAR O DEDO A ESSA TROPA MAL FORMADA E DITADORA, que quer dar cabo desta jóia preciosa, apenas por proveitos pessoais, e não pode ser por outra coisa.
É um escândalo.
Não venham dizer que é um facto consumado, pois a obra ainda não está feita!
Os projectos servem para isto: para não se fazerem asneiras nas obras.
Ainda só há projecto (se o há de facto). Ainda se poupam muitos milhões, e A VERGONHA A TODO UM POVO que não merece tal incultura, apenas por se deixar manobrar por quem não é pessoal de bem.
Vamos manter o museu dos coches, custe o que custar, pois não somos um povo tão labrego como nos querem fazer.
Apenas o imobilismos de todos nós aceita e permite que estas cabeças duras andem a mandar no país.
Ou começam a perceber minimamente daquilo que andam a fazer, ou assumem explicitamente a parceria no roubo do dinheiro e da cultura do povo, com as inerentes consequências!!!
A dialéctica de alguns parece ser um pouco do tipo "Deixai-os cantar, que vamos fazer a nossa obra, conforme nos apetecer, e gastamos o que fôr preciso!"
ResponderEliminarAinda bem que que o Arq. José Manuel Fernandes se demarca publicamente desse tipo de atitudes, com toda a elevação que sempre teve. Parabéns pela sua ética.
Conforme o comentário anterior, um período de consulta pública adequado, é imprescindível em todo o tipo de obras públicas com alguma escala, mas principalmente nesta. E é o que o conceito legislativo prevê.
E só o resultado dessa participação deve permitir avançar com um projecto, acabando com estas dietribes que levam à possibilidade de alguém querer dar como facto consumado de uma obra, aquilo que ainda é só um projecto.
Acabem com as brincadeiras!
Nunca se avança para uma obra, se ela é cara, não serve o propósito, não é precisa, etc., lá porque já está pronto o projecto!!!
Isto é arquitectura, não é escultura.
Andam aí aqueles que usam a arquitectura nos termos em que se faz escultura; não olham a meios para consumar as suas "formas".
Continuam sem a noção de custos económicos e ambientais que essas "coisas" têm. Não querem saber de custos de manutenção, nem de quem os vai assumir; e muito menos se é da pele do povo que vão sair.
Fazer bonito não é fácil, e eles conseguem-no. Mas isso agora não chega, e já nem serve só por si.
Há uma dívida para com o meio ambiente que se agrava todos os dias de tal modo, que é o caminho certo para o abismo.
Só não pára quem tiver interesses pessoais a defender, que não os colectivos.
Parem com esta anedota.
Repensem e criem a intervenção urbana à escala da sua necessidade. NÃO É DE 15.000,00m2 de área nova construida alí!!!
Essa área em reabilitação de património pela cidade... seria ouro sobre azul!
A vitalidade do espaço exterior devidamente tratado naquela zona...
iria fazer muito pelos cidadãos!
E mantinhamos o museu dos coches, mais coisa menos coisa.
Não é um facto consumado, uma obra que não foi ainda construida.
Repensem os parâmetros, pois estão errados. Estão mais do que ultrapassados no tempo, são demasiado dispendiosos, e são o pior exemplo num período que é impreterível fazer aculturação, a todo o povo, pelo respeito ambiental.
Mas é mesmo preciso é começar por nós, os arquitectos! e levar connosco os políticos, que, pelo que se vê, ainda lá chegam primeiro (já decidiram tentar diminuir os jogos de futebol à noite!)...
Olha... Olha...
ResponderEliminarJuntaram-se 200 para vir agora fazer o PREC a Lisboa.
Querem fazer a dita obra contra tudo e contra todos.
Não querem saber se é necessária.
Nem se é adequada.
Nem se vai ter custos económicos e ambientais brutais.
Nem se temos dinheiro para a pagar.
Nem se estamos a passar um período em que o povo passa fome.
Nem se é um atentado à nossa cultura, ao nosso património.
Querem saber apenas dos €€€€€€... de muitos €€€€€€... para eles ou para os seus relacionados, numa conjuntura de trocas oportunistas.
Não aprenderam com as asneiras que fizeram nos Aliados, onde deram cabo da sala de visitas do Porto. Contra tudo e contra todas as evidências. E querem agora fazer aqui o mesmo!!!
Se não sabem o que andam a fazer AGORA os arquitectos de topo por esse mundo fora, vão perguntar a uns bacanos novos da Universidade de Aveiro, que andam já a ter um mínimo de cuidado com o meio ambiente ao nível do projecto de arquitectura, e a alertar para os seus custos ecológicos.
Esses 200 ainda não viram a "Verdade Inconveniente", nem sabem que o Obama já está a acabar com muitas das palermices do Bush.
Vivem ainda num passado já prescrito...
Parabéns ao José Manuel Fernandes pelo artigo.
Vamos salvar o actual Museu dos Coches das mãos desses assassinos do planeta.
Tenho a certeza absoluta que muitos aqui, tambem disseram mal do Centro Cultural de Belém, mas aos fins de semana devem de certeza dar uma espreitadela no interior, não?!?!?!?!?!?!?
ResponderEliminarDeixem de merdas, o projecto é bom(menos o silo), se querem melhores condições de preservaçao para os nossos coches então porque estar com tantas tretas de tasca.