In Público (20/3/2009)
Ana Henriques
«O PSD forçou a Câmara de Lisboa a adiar a venda de palácios para equilibrar as finanças. Apenas um dos seis palácios que a maioria socialista que governa a autarquia queria levar a hasta pública - para privados reconverterem em hotéis de charme - deverá, afinal, ir à praça. Quanto aos restantes imóveis que são propriedade do município, a sua alienação ficará dependente dos resultados da venda do primeiro palácio, o Braancamp, em Santa Catarina.
Com maioria na assembleia municipal, os sociais-democratas têm poder para impedir toda e qualquer operação deste tipo. A venda dos seis palácios a privados, para que estes os reabilitassem e reconvertessem em hotéis de charme, tinha sido anunciada com pompa e circunstância em Outubro passado pelo presidente da autarquia, António Costa. A operação Lisboa, capital do charme, como lhe chamou, está agora congelada. "Houve um gentlemen's agreement com o PSD", explica o vereador das Finanças, Cardoso da Silva. E isso não afecta as finanças municipais? "Eles têm o poder na assembleia municipal, não se pode fazer nada", responde. "Os restantes palácios serão vendidos depois do Palácio Braancamp, um a um, em vez de serem todos alienados simultaneamente". A única excepção deverá ser o Paço da Procissão do Senhor dos Passos da Graça: a autarquia foi sensível ao argumento de um grupo de admiradores de S. João de Brito, de o santo ali ter nascido em 1647, e desistiu da sua venda.
Os sociais-democratas defendem que a actual conjuntura económico-financeira é desfavorável à venda de tão precioso património: será difícil surgirem ofertas suficientemente boas. O PSD entende que são preferíveis soluções alternativas como o arrendamento dos palácios.
Já o Palácio Braancamp irá a hasta pública por um valor-base de licitação entre os 2,3 e os 2,5 milhões de euros. A soma dos valores-base de venda dos seis palácios totalizava 12,7 milhões de euros.
12,7
milhões de euros era o valor-base da soma dos seis palácios camarários que seriam colocados em hasta pública
12,7
milhões de euros era o valor-base da soma dos seis palácios camarários que seriam colocados em hasta pública»
Atenção que mesmo o Palácio Braancamp dificilmente será vendido, não que por causa do preço que é uma autêntica pechincha, dado o imóvel e a sua situação privilegiada ao cimo do Bairro Alto, mas porque ao lado existe um imbróglio latente, falo do antigo lote da Litografia Portugal, que vai do Pátio do Tijolo até à Rua da Rosa, passando pela de São Boaventura. Ou muito me engano ou o único comprador que vai aparecer será o proprietário desses mesmíssimos lotes... Vamos ver no que dá.
Gosto de verificar que o lobby jesuíta ainda tem força que chegue para evitar a venda do património afectivo. O problema é que nem todos os palácios foram morada de santo e os santos da "casa" não fazem milagres.
ResponderEliminaré melhor deixá-los cair....
ResponderEliminarem vez de se construirem hoteis de charme, os edidficios caeem (porque nao e possivel musealizar tudo), ou gastam-se enormes somas para albergar servicos de estado que precisam e de edificios novos), e por ultimo, perdem-se boas opurtubidades de trazer turistas e criar mais trabalho.
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